Passamos por um longo período de dúvidas, hesitação e insegurança ao longo de 2020 e, agora, o que todos esperam de 2021, além do controle eficaz da pandemia da Covid-19, é poder recomeçar. Com a forte influência dos Estados Unidos e da Europa no cenário econômico brasileiro, o que será que as marcas podem fazer para minimizar os efeitos da crise e contribuir para um novo modelo de negócios? Pensando em respostas para o próximo ano, o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, já tem um tema central: "The Great Reset" que, em tradução livre para o português, significa "O Grande Recomeço."
No encontro, chefes de Estado e de governo de todo o mundo, ministros, grandes executivos e acadêmicos de renome pretendem discutir a crise social que foi escancarada com a pandemia e foi retroalimentada pela crise econômica. A perspectiva, segundo o príncipe de Gales Klaus Schwab, que é presidente do Fórum, a discussão pretende promover um engajamento para construir conjuntamente, e de maneira urgente, as bases do sistema econômico e social para um futuro mais justo, mais sustentável e mais resistente.
Para o CEO da Fire Marketing e Comunicação, Bruno Weigert, o recomeço se apresenta resumido em duas palavras: adequação e inovação. A pandemia impacta na tomada de decisões das empresas, no orçamento das campanhas publicitárias, na mensuração dos resultados, na chegada de novas tecnologias e ferramentas de gestão. Para recomeçar, será preciso, antes de tudo, organizar e estruturar o que já existe e avaliar as inovações.
Com a definição clara do objetivo de comunicação, principalmente no ambiente digital, o trabalho deve ser exaustivamente monitorado e a venda trabalhada por etapas, priorizando sempre o relacionamento com quem tem mais chance de consumir o produto ofertado.
Uma mudança que deve ser incorporada às novas formas de pensar e agir é deixar as marcas e empresas mais próximas de sua essência, e consequentemente, dialogando melhor com o público interessado nos serviços. Para a doutora em Design, professora e líder do grupo de pesquisa em Tecnologias Criativas da Ufes, Rosane Zanotti, recomeçar vai ser sinônimo de se posicionar de forma estratégica redescobrindo a alma da marca.
É melhor não agir quando a motivação não é autêntica, quando não vem dos valores que constroem a marca, uma vez que o oportunismo gera mais impactos negativos que o não posicionamento. A diferença entre atitude genuína e autopromoção é percebida pelos consumidores, e uma comunicação assertiva passa pela verdade e pelo alinhamento com os propósitos da marca, que pode ainda repensar seus valores a partir das mudanças pelas quais estamos passando.
A pandemia mudou tudo, e assim, o CEO da Beta Rede, Rimaldo de Sá, acredita que a pergunta mais adequada seria o que não muda nas empresas. "Por outro lado, o que vimos foi muito mais uma aceleração das tendências que já estavam colocadas como a busca da inovação, a comunicação por meio da internet e o foco em soluções que colocam a experiência humana no centro das decisões", finaliza o especialista.
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