Houve um tempo em que se discutia a diversidade no ambiente de trabalho apenas em algumas datas do ano. Mas, para além do discurso bonito, cada vez mais os gestores vêm despertando para uma nova realidade no mercado: investir na inclusão garante competitividade, dá lucro e pode definir a sobrevivência de uma empresa, principalmente em momentos de crise econômica.
É o que aponta a pesquisa “Diversity Matters”, publicada pela agência de consultoria McKinsey & Company em 2020: empresas que adotam a diversidade são mais felizes, saudáveis e rentáveis. Para chegar a essa conclusão, foram ouvidos 3.900 colaboradores de 1.300 empresas de seis países da América Latina, incluindo o Brasil. Segundo o levantamento, organizações com mais mulheres integrando as equipes executivas têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes na indústria.
Além disso, há mais inovação e colaboração entre colegas em locais que adotam a diversidade. Nessas empresas, a probabilidade de os funcionários sugerirem novas ideias e formas de operação do negócio é 152% mais alta do que naquelas que não tratam do tema internamente.
Não é à toa também que 63% dos funcionários se dizem felizes trabalhando em empresas inclusivas, segundo a McKinsey & Company. A satisfação foi percebida em todos os setores. Já em locais onde não há políticas de diversidade, o índice de satisfação entre os colaboradores foi de apenas 31%.
Estender a bandeira da diversidade ajuda na construção de uma imagem positiva da empresa diante da sociedade, aumentando no longo prazo o seu valor de mercado. Mas, para colher resultados, é necessário que a inclusão de mulheres, negros, indígenas, refugiados, pessoas LGBTQIA+, maiores de 50 anos e pessoas com deficiência não seja tratada apenas como uma peça de publicidade.
Outra preocupação é coibir os conflitos, acentuando os aspectos positivos da diversidade entre os funcionários, pontua Cynthia Molina, diretora de diversidade da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Espírito Santo (ABRH-ES).
Através de convênios e parcerias com organizações que representam grupos minoritários na sociedade, é possível oferecer treinamentos e promover processos seletivos direcionados. Há ainda a possibilidade de contratar uma consultoria especializada.
Em agosto deste ano, a ABRH-ES fez uma pesquisa sobre diversidade e inclusão que contou com a participação de 91 empresas capixabas. Os resultados mostram que há muito trabalho a ser feito. Segundo o levantamento, 34% das empresas não discutem o tema, enquanto 45% ainda fazem movimentos tímidos em prol da diversidade, com realização de palestras pontuais e debates internos. “As grandes empresas já têm programas estruturados de diversidade e inclusão. Mas é preciso também dedicação, não só vontade, para termos um mercado mais inclusivo”, finaliza Cynthia Molina.
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