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Marcas que apostam na diversidade se destacam no mercado

Marcas que apostam na diversidade se destacam no mercado

Muitas empresas já reconhecem a importância de investir em políticas de equidade, garantindo maior participação de grupos historicamente discriminados

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 22:41

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Diversidade; adultos; gênero; raça; idade
A sociedade moderna está atenta às empresas que adotam políticas de diversidade. (Rawpixel/Freepik)

Diversidade e pluralidade. Essas palavras ganharam peso nos últimos anos. Mais do que isso: com um mundo cada vez mais voltado ao respeito às diferenças, garantir, por exemplo, maior participação de negros, mulheres e da comunidade LGBTQIA+ é uma luta abraçada por variados setores da sociedade. Algumas empresas já incorporaram políticas de diversidade para se modernizar e também mostrar o valor de suas marcas para o público e, com essa prática, se destacam no mercado.

O CEO da Criativa Comunicação Integrada, Roberto de Figueiredo Rodriguez, observa que a diversidade hoje é uma exigência. “Estamos falando em diversidade em tudo. Cada pessoa tem direito de ser do jeito que quer. Esse é um valor fundamentado na sociedade moderna, e as empresas estão se ajustando a isso porque reconhecem que é importante, pela demanda da população e também porque interfere na maneira delas verem a sua marca”, explica Roberto.

CEO da Criativa Comunicação Integrada, Roberto de Figueiredo Rodriguez
Roberto de Figueiredo Rodriguez observa que a diversidade nas empresas hoje é uma exigência. (Acervo pessoal)

A diretora de criação da Aquatro Comunicaçao & Marketing, Sylviene Cani Guaitolini, acrescenta que uma empresa verdadeiramente diversa precisa ir além do discurso. A companhia precisa garantir, dentro da sua estrutura organizacional, a representatividade de grupos sociais que são discriminados historicamente, fora e dentro do ambiente de trabalho.

É importante ainda, na opinião de Sylviene, que a empresa seja composta por uma equipe com múltiplas experiências a serem compartilhadas, e com maior potencial criativo. Para ela, garantir essa representatividade é, também, uma responsabilidade social.

“É necessário pensar também em uma equidade na ocupação dos cargos de liderança em uma empresa. Dessa forma, as pessoas começam a enxergar, de fato, oportunidades de mobilidade e crescimento profissional. O consumidor está cada vez mais exigente e atento. Marcas que não se responsabilizam ou tentam surfar na onda do discurso da diversidade, e não são coerentes, acabam recebendo críticas, perdendo clientes e, até mesmo, sendo boicotadas pelo público”, pontua.

COMUNICAÇÃO

A professora Aparecida Torrecilas, do curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda,  lembra que mulheres, negros e LGBTQIA+ foram historicamente preteridos ou simplesmente excluídos de cargos mais altos nas corporações. “O mesmo aconteceu com ações de comunicação, refletindo os comportamentos dominantes de machismo, racismo e homofobia que foram naturalizados na nossa sociedade, falando aqui especialmente do Brasil”, sustenta.

Hoje, o sentir-se representado atrai o público, como explica Flávia Meneguelli, professora do Departamento de Administração da Ufes, formada em Publicidade e Propaganda, e especialista em Gestão Empresarial:  “quem usa o produto ou serviço precisa olhar para aquela peça de comunicação e se ver representada ali."

Entretanto, Flávia reconhece que ainda existe uma barreira, que precisa ser ultrapassada, sobre mudanças que têm sido adotadas. “Hoje já temos várias campanhas de Dia das Mães e dos Pais, por exemplo, mostrando casais homossexuais, mas que, às vezes, geram uma certa revolta nas pessoas mais conservadoras”, constata.

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Apesar dessa resistência, as políticas de inclusão e de diversidade são fundamentais para o combate ativo ao preconceito de gênero, raça, orientação ou identidade sexual e, assim, tornar as organizações mais justas e democráticas. “A atuação das empresas em fomentar e pautar o debate, de modo a sensibilizar as pessoas sobre esses temas, é extremamente importante para alguma mudança mais radical da realidade social”, conclui Aparecida Torrecilas.

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