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Margareth Dalcolmo: uma voz relevante na ciência

Margareth Dalcolmo: uma voz relevante na ciência

Médica, professora, escritora, pesquisadora; confira um pouco mais da trajetória desta capixaba que é referência nacional

Publicado em 16 de dezembro de 2023 às 00:30

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Margareth Dalcolmo
Neste ano, Margareth Dalcolmo foi escolhida como embaixadora do movimento nacional pela vacinação. (Divulgação/Editora Bazar do Tempo)

Durante a pandemia da covid-19, os conhecimentos e o posicionamento de uma pneumologista capixaba serviram de alerta para o Brasil. A habilidade em se comunicar com o público de maneira simples e cordial, fez da médica Margareth Dalcolmo uma das principais porta-vozes da ciência durante a pandemia.

Pesquisadora sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e professora-adjunta na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Margareth disse em sua primeira entrevista, no dia 13 de março de 2020, que o país tinha duas armas: o SUS e o distanciamento social. Isso sem saber que o Brasil passaria por um embate entre a retórica política e o discurso baseado em evidência científica.

A médica revela que, por conta dessa exposição midiática, recebeu e recebe demonstrações de afeto e de solidariedade de pessoas que jamais viu.

“É uma experiência nova porque estou acostumada a ter isso dos meus amigos, da minha família, dos meus pacientes, mas não de pessoas que eu nem conheço, mas que falam comigo com intimidade, como se tivessem me encontrado no dia anterior. Ando muito sensibilizada com esse afeto todo.”

Ao final de 2021, escreveu o livro “Um tempo para não esquecer - A visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde”, em que faz um balanço sobre a vida e a medicina durante a pandemia da covid-19.

Há 45 anos na profissão, a pneumologista enfrenta um novo embate. Desta vez, contra a regularização do cigarro eletrônico. “Conseguimos manter a proibição da regulamentação, a Anvisa não aprovou, mas entra uma grande quantidade no país por contrabando”, pontua.

Segundo Margareth, “o cigarro eletrônico é uma falácia, não é uma maneira das pessoas terem um intermediário até parar de fumar. Pelo contrário, vamos criar uma nova legião de dependentes de nicotina e outras substâncias e metais pesados, que fazem parte do chamado tabaco aquecido.”

Neste ano, a médica capixaba foi escolhida como embaixadora do movimento nacional pela vacinação. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, em fevereiro. Na ocasião, Margareth disse que nunca foi tão importante investir e recuperar a tradição de manter a população brasileira com todas as vacinas disponíveis no SUS.

“Não podemos esquecer de levar nossas crianças, jovens e idosos. Vamos recuperar a confiança que marcou nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI), sempre vitorioso e que merece todo nosso respeito. Vamos correr para vacinar”, conclamou a nova embaixadora.

Sobre o Prêmio Capixaba de Valor, no qual foi escolhida na categoria “Destaque Brasil”, Margareth diz: “Agradeço, sensibilizada, o que me honra especialmente. Nasci no Espírito Santo, gosto muito dessa terra, e as nossas raízes falam mais forte do que qualquer coisa.”

Perfil

Margareth Maria Pretti Dalcolmo nasceu em Colatina, no dia 21 de junho de 1954. Aos 2 anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Aos 17 anos retornou com a família para o Espírito Santo onde decidiu fazer Medicina. 

Em 1978, formou-se médica pela Emescam. Realizou sua residência médica em pneumologia no Hospital Federal Raphael de Paula Souza, do Ministério da Saúde. 

Em 2000, recebeu seu doutoramento pela Unifesp, com a tese “Regime de curta duração, intermitente e parcialmente supervisionado, como estratégia de redução do abandono no tratamento da tuberculose no Brasil”.

 Em 2022, assumiu a cadeira número 12 da Academia Nacional de Medicina (ANM), substituindo o pediatra Azor José de Lima.

 Estudiosa da tuberculose e outras micobacterioses, como campo de pesquisa clínica, é uma das pioneiras na luta contra o tabagismo no país. 

É autora de 19 capítulos de livros médicos, além de mais de 130 trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais. Foi eleita para presidir a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) para o mandato de 2023-2024.

 Foi casada com o imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Cândido Mendes de Almeida até seu falecimento, em fevereiro de 2022. O casal não teve filhos.

 MARGARETH RECEBEU HONRARIAS COMO: 

Personalidade do Ano - Prêmio Faz Diferença (2020) - Honraria concedida pelo jornal carioca O Globo para uma personalidade que destacou-se no ano 

Prêmio São Sebastião (2021) - pela Arquidiocese do Rio de Janeiro 

Diploma Bertha Lutz (2022) - pelo Senado a mulheres que atuam em defesa dos direitos femininos e das questões de gênero. 

Prêmio Hospitalar - personalidade do Ano na Saúde, recebido em maio de 2023 

Prêmio Jabuti (2022) - Livro do ano na categoria Ciência

Primeira médica vacinada contra a covid-19, na Fiocruz, em janeiro de 2021(Acervo pessoal)

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