Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde e doutora em Epidemiologia é pouco para definir Ethel Maciel. Nascida em Baixo Guandu, Noroeste do Espírito Santo, a pesquisadora é reconhecida como um dos maiores nomes no combate à pandemia da covid-19 dentro e fora do Estado.
O que poucas pessoas sabem é que, antes de escolher a pesquisa, Ethel quase seguiu carreira no balé profissional. “Danço desde os 8 anos. Quando me mudei para Vitória, tornei-me bailarina profissional e dei aula de balé. Cheguei até a ficar dividida sobre qual profissão seguir”, conta.
Porém, Ethel aposentou as sapatilhas e formou-se em Enfermagem, em 1994, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). No mesmo ano, foi aprovada em um concurso estadual no setor de Epidemiologia, cargo que nunca chegou a assumir, porque foi cedida a um núcleo de doenças infecciosas na Ufes.
Depois disso, o céu foi o limite. Ethel recebeu uma bolsa para estudar em um instituto de pesquisa nos Estados Unidos.
“Fiz mestrado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e, em 1997, tornei-me profes-sora titular na Ufes. Pouco tempo depois, fiz doutorado também na UERJ e fui contemplada com uma bolsa para o pós-doutorado na Johns Hopkins University, onde colaboro até hoje”, relembra Ethel.
Durante a pandemia, Ethel compôs o grupo estratégico de combate à covid-19 no Estado. “Eu estudei a vida toda e precisava agir e ajudar as pessoas”, ressalta.
“Criamos um núcleo em parceria com a Ufes e diversas entidades para produzir notas técnicas sobre a pandemia. Por causa deste trabalho, fui indicada para a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) para pensar, junto a um comitê, em um plano de vacinação”, detalha.
No final de 2020, ela e outros pesquisadores criticaram o Plano Nacional de Imunização contra a covid-19, apresentado pelo então governo ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Quando dei por mim, estava sendo chamada para entrevistas toda semana. Isso foi determinante para eu estar aqui hoje”, afirma.
Após 11 meses de trabalho como secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, ser uma “Capixaba de Valor”, na categoria “Educação”, é ainda mais especial para a pesquisadora: “Tenho orgulho de ser capixaba. O Espírito Santo é minha verdadeira casa”. Atualmente, Ethel trabalha em Brasília (DF), mas volta ao Estado todo final de semana.
Foi coordenadora do Centro de Pesquisa Clínica no Hospital Universitário, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Ufes.
Foi vice-reitora da Ufes de 2013 a 2020 e chegou a ser eleita como reitora para o quadriênio 2020-2024, mas teve a nomeação preterida pelo então presidente da República.
Presidiu a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), participou do Grupo de Trabalho sobre a doença no Ministério da Saúde e na Organização Mundial da Saúde (OMS), representou o Brasil na Rede Governamental de Pesquisa em Tuberculose do Brics e integrou o Comitê Executivo da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas.
Em 2023, assumiu a presidência do Grupo de Assessoramento Técnico para a Tuberculose (Stag-TB) da OMS. Ethel é a primeira mulher e a primeira latino-americana a ocupar o cargo.
Uma das maiores divulgadoras da ciência e do combate à desinformação, Ethel já foi colunista de A Gazeta e comentarista da CBN Vitória.
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