Uma união de forças entre o Ministério Público do Espírito Santo e líderes comunitários vem viabilizando, através de um comitê, a ampliação da participação da sociedade civil nos debates e no monitoramento a respeito da qualidade do ar no Espírito Santo. Trata-se do Comitê Comunitário de Acompanhamento Ambiental da Grande Vitória. Criado em junho de 2023 com oito bairros, hoje o grupo reúne associações de moradores de 15 bairros da Capital e de Vila Velha, mas segue em expansão através dos interessados em participar das discussões da temática.
Talita Bruno Pinho, representante da Associação de Moradores da Regional 5 (Barro Vermelho, Enseada do Suá, Ilha do Boi, Ilha do Frade, Praia do Canto, Praia do Suá, Santa Helena, Santa Lúcia e Santa Luíza), conversou com a reportagem de A Gazeta nesta quarta-feira (11) sobre a iniciativa. Representando o grupo, ela participou do painel Atitude Sustentável, ao lado de representantes do MPES, da Subsecretaria Estadual de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental e da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
“O Ministério Público está acompanhando essa evolução da participação de cidadania das pessoas no mundo todo. Aqui ainda há uma dinâmica muito de cima para baixo, mas as indústrias estão começando a levar as pessoas para dentro”, analisou Talita, que também é engenheira de agrimensura e cartográfica, mestre em mapeamento participativo, auditora e perita ambiental.
O comitê começou a se formar pelos bairros de Vitória geograficamente mais próximos do impacto da poeira sedimentável, o famoso pó preto: a Ilha do Frade e a Ilha do Boi. “E fomos ampliando para os outros bairros impactados: Praia do Canto, Enseada do Suá, depois fomos para Vila Velha, na Praia da Costa e em Itaparica. Agora temos 15 bairros”, explica.
Em breve, a expectativa é de que haja representantes também da Serra no comitê. Participantes de associações de moradores da cidade estiveram presentes no evento realizado na Rede Gazeta, nesta quarta (11), e demonstraram interesse em participar. “A parte boa é que a população não fica vendida. Entende as conversas, os diálogos. O grupo dá a oportunidade para quem quer e pode participar. Para quem não pode estar presente em eventos como este, o grupo também serve para compartilhar o que aconteceu”, destaca.
Na agenda estão painéis e palestras como o Atitude Sustentável, mas também reuniões com o Ministério Público e visitas técnicas a empresas e indústrias. “Queremos distribuir esses papéis para todos os participantes, para todo mundo se empoderar, participar desse movimento e dar continuidade, não concentrar essa função em uma pessoa física, um indivíduo. Por isso, a composição é de associações de moradores formalizadas, com documentação, com estatuto”, enfatiza Talita.
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