Anchieta
A multiplicação excessiva de microalgas na Lagoa de Mãe-Bá, em Anchieta, é alvo de estudos da prefeitura do município. Em visita técnica realizada esta semana, a Secretaria de Meio Ambiente, juntamente com analistas do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), analisaram os pontos com registro do fenômeno de eutrofização, reprodução excessiva dos organismos que, a longo prazo, pode ser prejudicial ao ecossistema aquático do manancial.
A bióloga e secretária de Meio Ambiente de Anchieta, Jéssica Martins, explica que o fenômeno é mais comum entre os meses de novembro e janeiro, quando as algas se reproduzem mais. No momento, a reprodução das microalgas está controlada, por isso elas não estão aparentes, mas estudos estão sendo realizados para propor soluções a curto, médio e longo prazo.
“Esses organismos são naturais do corpo d'água, então eles vão aparecer, só que quando a lagoa recebe muitos nutrientes, principalmente o fósforo, que é o alimento das algas, isso pode se desordenar porque enquanto tem alimento elas vão se reproduzindo”, explica.
O estudo da prefeitura tem o objetivo de identificar o que está provocando esse fenômeno na lagoa. A secretária explica que a eutrofização pode estar relacionada ao esgoto lançado pelas casas, a resíduos provenientes de pias e tanques que desembocam no manancial, aos rejeitos de empresas locais, e até à drenagem do solo ao redor. “A chuva pode lavar o solo ali próximo, de agricultura, de pecuária, levando matéria orgânica para a lagoa”, pontua.
A longo prazo, o resultado é o desequilíbrio do ecossistema aquático local, provocado justamente pelo crescimento desordenado dessas microalgas. “Ela começa a fazer uma nata em cima da lagoa e impede a luz solar de entrar, prejudicando outros organismos, além de poder gerar toxinas para as lagoas, e até mortalidade de peixes”, explica Jéssica.
Em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Anchieta chegou a recomendar que o uso da lagoa de Mãe-Bá fosse interrompido, por causa do mesmo problema. As águas foram classificadas como impróprias para banho e pesca depois que a coloração da água mudou, ficando esverdeada, justamente devido à eutrofização.
A ideia da visita técnica realizada esta semana foi fazer um retrato da lagoa, identificando os possíveis causadores da eutrofização no local. O objetivo é elaborar um plano de ação de curto, médio e longo prazo para evitar a continuação do aporte de fósforo dentro da lagoa, fazendo o controle do crescimento dessas algas.
O resultado dos laudos não apresentou toxicidade imediata provocada pela eutrofização, por isso o uso do manancial está permitido.
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