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ES é o terceiro Estado do país que mais restaurou áreas verdes

ES é o terceiro Estado do país que mais restaurou áreas verdes

Foram 27,55 mil hectares, o equivalente a mais de 1,4 mil estádios do Maracanã; dados referem-se ao período de 2021 a 2024

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 16:13

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Desmatamento da Mata Atlântica ameaça mais de 1,3 mil espécies de extinção no ES
Mata Atlântica é o bioma no qual o Espírito Santo está inserido. (Divulgação)

Espírito Santo é o terceiro Estado do país que mais restaurou áreas verdes nos últimos três anos. Foram 27,55 mil hectares — o equivalente a mais de 1,4 mil estádios do Maracanã. Os dados são de um levantamento feito pelo Observatório da Restauração e Reflorestamento (ORR), administrado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

Os indicadores foram analisados de 2021 a 2024 (até setembro) e mostram que o Espírito Santo fica atrás apenas de São Paulo, com 37,53 mil hectares, e Minas Gerais, 30,55 mil hectares. Os três Estados, que estão inseridos no bioma da Mata Atlântica, somam 95 mil hectares, isto é, dois terços do total de área recuperada em todo o país. 

Além de o Espírito Santo ter se destacado, Aracruz e Montanha aparecem no top 10 dos municípios que mais conseguiram recuperar florestas, com 2,08 mil hectares restaurados. 

A plataforma foi lançada em 2021, e, na época, o país tinha 79 mil hectares de restauração. Este ano, já são 150 mil hectares em processo de restauração.

ES é o terceiro Estado do país que mais restaurou áreas verdes
ES é o 3º Estado do país que mais restaurou áreas verdes
(Reprodução/ORR)

A secretária-executiva do observatório, Tainah Godoy, credita a boa posição do Espírito Santo a uma série de fatores. São eles:

Como funciona o observatório?

O observatório funciona como uma plataforma única do país que consegue consolidar dados a partir de levantamentos feitos não só com os governos estaduais, mas também de ONGs e coletivos de biomas.

Na plataforma é possível navegar por bioma e também por Estados e municípios. O observatório possui três categorias de recuperação de área verde: restauração, reflorestamento e vegetação secundária. Para cada categoria, há um método diferente de obtenção de dados.

O indicador considerado mais expressivo e relevante para a recuperação dos biomas é o de restauração, que funciona como um dado autodeclarado, ou seja, as instituições e organizações que fazem a restauração acontecer repassam as informações com referências geoespaciais. 

ES é o 3º Estado do país que mais restaurou áreas verdes
Restauração é o indicador considerado mais relevante. (Reprodução/ORR)

Já o levantamento de reflorestamento apresenta dados de plantios silviculturais, com fins comerciais, e representa plantios de espécies exóticas ou nativas para produção de madeira e celulose, por exemplo.

Por fim, a vegetação secundária é aquela que surge após a perda total ou parcial da original, seja por causas naturais ou por ações humanas.

O comitê gestor do Observatório é formado por Coalizão Brasil, WWF, WRI, Imazon e The Nature Conservancy.

Restauração no ES

Tainah Godoy destacou que as ações agroflorestais, além de ajudarem na recuperação da área verde, também beneficiam o produtor rural.

"O que a gente mais tem encontrado são sistemas agroflorestais que aliam produção agrícola e produção de árvores. E, nesse sistema, é possível gerar os benefícios ecossistêmicos e também gerar renda, empregos. É bom para a natureza e para o produtor", disse.

A Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) acrescenta que, desde 2019, já foram investidos mais de R$ 50 milhões na recuperação e manutenção da Mata Atlântica a partir do Programa Reflorestar.

Ao todo, o programa já atendeu mais de cinco mil produtores rurais, apoiando a manutenção e recuperação de mais de 25 mil hectares.

"O Reflorestar é o maior programa de pagamentos por serviços ambientais (PSA) do Brasil e tem por objetivo a obtenção da restauração do ciclo hidrológico bem como o aumento da biodiversidade, através do apoio ao produtor para reflorestar áreas estratégicas da sua propriedade, manter a vegetação nativa existente e ainda ter a oportunidade de transformar áreas de produção convencionais em áreas de produção mais sustentáveis, como por exemplo por meio de Sistemas Agroflorestais", informou a secretaria.

O Reflorestar é gerenciado pela Seama e operacionalizado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). A expectativa do governo do Estado é de que mais de R$ 80 milhões sejam investidos no programa.

As cidades

Em Aracruz, uma das cidades que se destacou com iniciativas de restauração, uma das ações foi o início da recuperação do manguezal do Piraquê-Açu-Mirim. O local foi destruído por uma chuva de granizo em 2016. Em junho deste ano, as primeiras mudas foram plantadas por ribeirinhos, catadores de caranguejos e pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

ES é o 3º Estado do país que mais restaurou áreas verdes
(Reprodução/ORR)

O projeto de reflorestamento do mangue é um estudo inédito realizado pela Ufes, com apoio da Prefeitura de Aracruz. O objetivo é recuperar os 200 hectares da área destruída.

A prefeitura da cidade disse que se comprometeu a realizar a construção de barraginhas, que são estruturas de contenção de água que captam enxurradas e as infiltram no solo, recarregando o lençol freático e, por consequência, fortalecendo a recuperação da cobertura vegetal.

Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente aponta a existência de projetos que fazem o manejo da vegetação e ações de educação ambiental e de recuperação de nascentes.

Já a cidade de Montanha, também no Norte do Estado, informa que possui um Programa de Recuperação de Áreas degradas (PRAD) e também operações com empresas privadas, além do viveiro municipal, que distribui mudas gratuitamente para o produtor rural e para a população de forma geral.

O município também destacou que realiza ações de educação ambiental nas escolas.

Com informações do G1ES

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