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ES tem meta de reduzir para 30% perdas na distribuição de água até 2028

ES tem meta de reduzir para 30% perdas na distribuição de água até 2028

Cesan vai realizar investimentos na ordem de R$ 360 milhões para que a taxa de perda de água, atualmente em 38%, seja reduzida

Publicado em 14 de junho de 2022 às 18:11

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Evento Atitude Sustentável, em Vitória
Jorge Oliveira (ArcelorMittal), Carlos Aurélio Linhalis (Cesan) e Fábrio Ahnert (Agerh) no lançamento do Atitude Sustentável. (Ricardo Medeiros)

A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) quer reduzir em oito pontos percentuais o desperdício na distribuição de água. A meta é de passar dos atuais 38% para 30% até 2028. Para isso, a estatal deve realizar investimentos na ordem de R$ 360 milhões.

O primeiro passo para o cumprimento do objetivo será dado em agosto, com o lançamento de uma licitação para reduzir o desperdício nos municípios de Guarapari, Viana e Vitória. Neste caso, o aporte será de R$ 120 milhões.

Ainda no segundo semestre será lançado outro edital para cuidar de perdas de Cariacica, Serra e Vila Velha, com investimento de R$ 240 milhões. A contratação dos dois serviços será feita até 2023. 

O anúncio foi feito pelo presidente da Cesan, Carlos Aurélio Linhalis (Cael), durante o lançamento oficial da editoria Atitude Sustentável do site A Gazeta, que tem como objetivo divulgar iniciativas de sustentabilidade, meio ambiente e responsabilidade social. O encontro aconteceu no início da tarde desta terça-feira (14) no auditório da Rede Gazeta.

Entre as companhias de saneamento estaduais, a do Espírito Santo está entre as dez com menor percentual de perdas, conforme destaca Cael.

“São duas vertentes: uma na distribuição, na produção, na estrutura, e outra por clandestinidade. As pessoas estão vivendo e precisam de água e, às vezes, a estrutura de medição e cobrança não chega em sua amplitude em suas residências. É um grande desafio de investimento. Esperamos estes dois contratos na rua até o final do ano para que a partir de 2023 a gente amplie cada vez mais. É bom lembrar que este retorno só poderá ser sentido nos próximos três ou quatro anos. O desafio é grande”, ressaltou.

A iniciativa é uma das metas estabelecidas pelo Marco Regulatório do Saneamento Básico, que prevê diversos objetivos a serem cumpridos até 2033. Até esta data, a Cesan espera ter 90% de coleta e tratamento de esgoto, que hoje está em cerca de 65%, e 99% de água tratada em áreas urbanas. A autarquia está presente em 53 municípios capixabas.

“Ainda temos dez anos para atingir esta meta, mas nossa expectativa é de que o marco seja atingido em cinco anos. Em quatro anos, estamos alcançando R$ 1,6 bilhões de investimentos em ampliação e implantação de redes de água e coleta e tratamento de esgoto, alavancando o desenvolvimento socioambiental e econômico do Estado”, ressalta Cael.

O evento realizado nesta terça-feira (14) na Rede Gazeta contou ainda com o painel e lançamento do livro: “Águas: Distintos Olhares”. Também participaram do encontro o professor Valmir Pedrosa, o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, e o CEO ArcelorMittal Aços Planos América do Sul, Jorge Oliveira.

"A nova editoria nasceu durante um outro evento da empresa, o Vitória Summit, onde muitos dos expositores falaram sobre meio ambiente e sustentabilidade. Amadurecemos  ideia, como fizemos com outros temas como finanças pessoais, violência contra a mulher e agronegócios. Queremos mostrar os problemas e histórias que envolvam essa temática", ressalta a editora-chefe de A Gazeta e CBN, Elaine Silva. 

Evento Atitude Sustentável, em Vitória
Livro “Águas: Distintos Olhares” foi lançado durante o evento. (Ricardo Medeiros)

OUTRAS INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS

Para o professor Valmir Pedrosa, pequenas iniciativas podem transformar o mundo em um local mais sustentável. O cidadão, de uma forma geral, precisa se informar de onde vem a água, o que ele consome, entre outros pontos. Segundo ele, um dos desafios acadêmicos é a formação de recursos humanos no setor e produção de conhecimentos.

“Não é necessário ter raiva da indústria ou do produtor rural. A sociedade precisa de aço, de algodão, do plástico e outros produtos. São necessárias iniciativas para que haja crescimento com sustentabilidade. Hoje já é possível ter casas inteligentes, reúso da água da chuva”, comenta Pedrosa.

Já o CEO da ArcelorMittal, Jorge Oliveira, lembrou sobre a importância de diálogo, interação e entendimento para a construção de soluções que levam à sustentabilidade. Em sua fala, o executivo lembrou dos investimentos da companhia para a dessalinização da água.

Evento Atitude Sustentável, em Vitória
Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta, apresentou a nova editoria Atitude Sustentável. (Ricardo Medeiros)

“Buscamos tecnologia e no ano passado inauguramos a maior planta deste tipo dentre as unidades do grupo e do Brasil. O Espírito Santo é protagonista neste processo. Temos ainda o projeto de recuperação de nascentes, que foi um conjunto de forças, que está gerando frutos. É prazeroso fazer parte disto”, comenta.

O diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, fez uma avaliação sobre as consequências das mudanças climáticas que o mundo atravessa e seus efeitos já podem ser sentidos no Espírito Santo, como é o caso de grandes volumes de chuva.

“Vivenciamos com cada vez mais frequência eventos hidrológicos intensos. Tivemos crise hídrica forte entre 2014 e 2016 e em 2020 chuvas intensas que quase destruíram cidades do Sul do Estado. De 10 anos para cá, a ocorrência tem aumentado e a intensidade também. Isso traz para nós um senso de urgência e atenção especial de que precisamos criar mais resiliência nas bacias hidrográficas para que ela esteja preparada para absorver os impactos desses eventos intensos”, destaca.

Para ele, programas de reflorestamento, reuso de água pelas empresas, e o uso inteligente do solo podem ajudar neste processo. “Com projetos e esforços, não tenho dúvida que o Espírito Santo vai se tornar referência”, finalliza.

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