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MPF cobra que empresas paguem indenização por vazamento de óleo no mar do ES

MPF cobra que empresas paguem indenização por vazamento de óleo no mar do ES

Sentença determina que Vale e mais duas empresas paguem mais de R$ 500 mil por dano ambiental que atingiu Camburi e a Ilha do Boi em 2003

Publicado em 25 de março de 2025 às 15:11

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Duas décadas após um vazamento de óleo atingir o litoral do Espírito Santo, o Ministério Público Federal (MPF) cobra o cumprimento da sentença que condenou as empresas Vale, Petromaritma e Ultraocean ao pagamento de indenizações que somam R$ 507 mil pelos danos ambientais materiais e morais causados. Desde a condenação, em 2009, as companhias recorriam da decisão. Porém, desde fevereiro deste ano, não há mais possibilidade de recurso, após o processo transitar em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o que levou o órgão ministerial a acionar a Justiça Federal para que obrigue as empresas a cumprirem a sentença.

Ministério Público Federal, Procuradoria da República no ES
Sede do Ministério Público Federal: pedido para Justiça Federal obrigar empresas a cumprirem a sentença. (Fernando Madeira)

O derramamento de óleo ocorreu em abril de 2003, em dois incidentes envolvendo embarcações operadas pela Petromaritma. No primeiro, 4 mil litros vazaram próximo ao Píer de Carvão da Vale, após o afundamento parcial de uma embarcação. O segundo acidente, ocorrido no Píer II, foi ocasionado pela embarcação Moacir Pinto Garcia. Dois mil litros foram derramados durante a operação de descarga de “óleo slop” do navio Princess Nadia, sob responsabilidade da Ultraocean.

Apesar de o segundo derramamento ter sido menor, o processo de contenção durou seis dias e a poluição acabou atingindo áreas como a Ilha do Boi e a praia de Camburi, provocando danos ambientais. Esse segundo acidente, à época, levou o Ministério Público Federal (MPF) a entrar com uma ação judicial para responsabilizar as empresas pelos prejuízos ao meio ambiente marinho.

MPF cobra que empresas paguem indenização por vazamento de óleo no mar do ES
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Agora, o MPF pede à Justiça que intime as empresas, incluindo os responsáveis pelas que já foram fechadas (Petromaritma Ltda. e Ultraocean Shipping Agency & Chartering Ltda.) e a Vale. A decisão judicial estipula o pagamento de R$ 507.915,99, já com correções monetárias.

De acordo com o MPF, as empresas devem quitar o valor voluntariamente em até 15 dias, sob pena de acréscimo de 10% e bloqueio de recursos. O montante será destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), que financia ações de reparação ambiental e social.

Procurada, a Vale informa que até o momento não foi intimada do cumprimento da sentença. “Cabe destacar que ambos os incidentes, em 2003, envolveram embarcações que não faziam parte da frota nem estavam a serviço da Vale. Na ocasião, a empresa acionou, em conjunto com autoridades competentes, seu plano de emergência para minimizar impactos ao meio ambiente. A Vale cumpre rigorosamente a legislação ambiental vigente e reforça seu compromisso em investir continuamente em seus sistemas de controle ambiental”, afirma a empresa, em nota.

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