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Mulheres negras estão entre mais afetadas pelas mudanças climáticas, diz especialista

Mulheres negras estão entre mais afetadas pelas mudanças climáticas, diz especialista

Evento de lançamento da Frente Parlamentar sobre mudanças climáticas debateu as consequências da alta emissão de carbono

Publicado em 23 de novembro de 2023 às 18:40

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Jessica Coutinho
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As mudanças climáticas não só elevam as temperaturas, mas também ampliam a desigualdade social. E as principais afetadas por essas alterações são as mulheres negras, por estarem na base da pirâmide social. Essa afirmação foi feita por Guilherme Barbosa, fundador e CEO da ECO55, startup capixaba especialista em ajudar empresas na transição ao baixo carbono, durante o lançamento da Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudanças Climáticas da Assembleia Legislativa (Ales). O evento aconteceu nesta quinta-feira (23), no auditório do Sebrae, na Enseada do Suá, em Vitória.

“Quanto maior for o efeito da mudança climática, ele cria uma diversidade. Os maiores impactados, com isso, são mulheres negras. 70% que vão sofrer (com as mudanças) são mulheres negras. Estamos, apesar do nosso interesse e das nossas necessidades, muito no início dessa discussão”, aponta Guilherme.

Evento de lançamento da Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudanças Climáticas da Assembleia Legislativa (Ales)
Evento de lançamento da Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudanças Climáticas da Assembleia Legislativa. (Larissa Lacerda/Ales)

O CEO lembra que a população negra periférica está entre as mais atingidas pelas mudanças porque há séculos sofre em seu território com falta de saneamento básico, água, coleta de lixo, desapropriação e violências de todos os tipos.

A Frente Parlamentar foi criada em março deste ano, com o objetivo de fomentar na Assembleia Legislativa ações e iniciativas para elaborar políticas públicas que auxiliem no enfrentamento às mudanças climáticas. Entre os temas em discussão pelo grupo estão os gases do efeito estufa (GEE) e o aquecimento global.

O evento desta quinta (23) contou com a presença de gestores públicos, empresários e representantes da sociedade civil.  Um dos palestrantes foi o economista e especialista em transição energética Winston Fritsch, um dos criadores do Plano Real.

Para reduzir os impactos da mudança no clima, Fritsch destacou a necessidade de investir em ações que reduzam a dependência atual de matriz energética que tem como base o petróleo, responsável por grande parte da emissão de carbono na atmosfera. O economista defendeu uma transição energética para fontes de energia limpas, como eólica e solar.

“A solução é mudar a estrutura produtiva da economia. É necessário investimento e incentivo para a inovação, com alocação de capitais de diferentes origens na transição para uma economia de baixo carbono”, ressalta Fritsch.

O deputado estadual Mazinho dos Anjos anunciou, durante o evento, a formação de um conselho consultivo, envolvendo integrantes do governo e de entidades ligadas a questões relacionadas às mudanças climáticas, para ajudar na elaboração de uma legislação que garanta a diminuição de emissão de carbono no Estado.

Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, informou que o governo do Estado está na fase final de elaboração do plano de descarbonização. A apresentação das ações direcionadas à redução de emissões de carbono na atmosfera deve ocorrer em março de 2024.

Com informações da assessoria da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

*Jessica Coutinho é aluna do 26º curso de residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi supervisionado pela editora do núcleo de reportagens de A Gazeta, Mikaella Campos.

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