As mudanças climáticas não só elevam as temperaturas, mas também ampliam a desigualdade social. E as principais afetadas por essas alterações são as mulheres negras, por estarem na base da pirâmide social. Essa afirmação foi feita por Guilherme Barbosa, fundador e CEO da ECO55, startup capixaba especialista em ajudar empresas na transição ao baixo carbono, durante o lançamento da Frente Parlamentar para Análises e Proposições sobre a Mudanças Climáticas da Assembleia Legislativa (Ales). O evento aconteceu nesta quinta-feira (23), no auditório do Sebrae, na Enseada do Suá, em Vitória.
“Quanto maior for o efeito da mudança climática, ele cria uma diversidade. Os maiores impactados, com isso, são mulheres negras. 70% que vão sofrer (com as mudanças) são mulheres negras. Estamos, apesar do nosso interesse e das nossas necessidades, muito no início dessa discussão”, aponta Guilherme.
O CEO lembra que a população negra periférica está entre as mais atingidas pelas mudanças porque há séculos sofre em seu território com falta de saneamento básico, água, coleta de lixo, desapropriação e violências de todos os tipos.
A Frente Parlamentar foi criada em março deste ano, com o objetivo de fomentar na Assembleia Legislativa ações e iniciativas para elaborar políticas públicas que auxiliem no enfrentamento às mudanças climáticas. Entre os temas em discussão pelo grupo estão os gases do efeito estufa (GEE) e o aquecimento global.
O evento desta quinta (23) contou com a presença de gestores públicos, empresários e representantes da sociedade civil. Um dos palestrantes foi o economista e especialista em transição energética Winston Fritsch, um dos criadores do Plano Real.
Para reduzir os impactos da mudança no clima, Fritsch destacou a necessidade de investir em ações que reduzam a dependência atual de matriz energética que tem como base o petróleo, responsável por grande parte da emissão de carbono na atmosfera. O economista defendeu uma transição energética para fontes de energia limpas, como eólica e solar.
“A solução é mudar a estrutura produtiva da economia. É necessário investimento e incentivo para a inovação, com alocação de capitais de diferentes origens na transição para uma economia de baixo carbono”, ressalta Fritsch.
O deputado estadual Mazinho dos Anjos anunciou, durante o evento, a formação de um conselho consultivo, envolvendo integrantes do governo e de entidades ligadas a questões relacionadas às mudanças climáticas, para ajudar na elaboração de uma legislação que garanta a diminuição de emissão de carbono no Estado.
Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, informou que o governo do Estado está na fase final de elaboração do plano de descarbonização. A apresentação das ações direcionadas à redução de emissões de carbono na atmosfera deve ocorrer em março de 2024.
Com informações da assessoria da Assembleia Legislativa do Espírito Santo
*Jessica Coutinho é aluna do 26º curso de residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi supervisionado pela editora do núcleo de reportagens de A Gazeta, Mikaella Campos.
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