Mais de 17 hectares de vegetação nativa foram desmatados no Sul do Espírito Santo só este ano. Os dados são da Polícia Militar Ambiental, e abrangem diferentes áreas fiscalizadas na região do Caparaó, de janeiro a abril de 2023. Com impacto direto no ecossistema local, os dados correspondem a 17 campos de futebol desmatados de forma irregular.
O número cresceu em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a abril de 2022, mais de 13 hectares foram desmatados de forma irregular. De acordo com o tenente Ailton Nunes, responsável pela fiscalização da Polícia Militar Ambiental na região do Caparaó, no sul do estado, os municípios com registros mais frequentes são Iúna, Muniz Freire, Alegre e Guaçuí, com a finalidade de expandir as atividades de agropecuária ou para plantação de café.
Segundo o tenente, o aumento dos números se deve à otimização da fiscalização, que agora conta tecnologias como o uso de drones e satélites, permitindo uma análise histórica da área desmatada.
“Conseguimos analisar se a área realmente foi desmatada para interesse econômico, se é um pequeno ou grande produtor, se ele tem cadastro ambiental e se aquele ato foi uma infração isolada ou se ele vem fazendo isso há vários anos”, explicou o tenente em entrevista à TV Gazeta Sul.
Quando a irregularidade é identificada, a área pode ser embargada para recuperação da vegetação nativa. Já a penalidade para o produtor, pode chegar a três anos de prisão, se houver flagrante. A população pode acionar os órgãos de fiscalização por meio do Disk Denúncia.
“É muito importante que a população perceba que ela também pode ser prejudicada por essas ações. Ela faz parte desse contexto que compreende a denúncia, a fiscalização, até porque o meio ambiente é nosso”, ressalta o tenente Nunes.
A supressão de vegetação sem autorização dos órgãos competentes é crime. De acordo com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), entre 2018 a abril de 2023, foram lavrados 465 autos de infração por desmatamento nos municípios do Sul do Estado.
“O instituto segue acompanhando a recuperação florestal das áreas que foram embargadas e intensificou as fiscalizações com a utilização de drones para monitorar a cobertura florestal do Estado, a fim de coibir o desmatamento. O Idaf ainda ressalta, que desmatamento é crime e quem comete no Espírito Santo não fica impune. Quem presenciar desmatamento irregular, pode denunciar anonimamente pelo 181", informaram por meio de nota.
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