Viajar sobre duas rodas é um show à parte. Rodar pelas rodovias do Brasil com o vento no rosto dá aquela sensação de liberdade que só quem pilota consegue descrever. Mas as motos são os veículos mais frágeis das estradas. Além de redobrar a atenção para não colidir, é preciso cuidar dos componentes para que a viagem seja feita com segurança do início ao fim.
A revisão e a manutenção da moto são procedimentos que devem ser realizados periodicamente, principalmente antes de longas viagens. Ao levar a motocicleta em uma oficina de confiança, é possível verificar o funcionamento e eficiência de todo o sistema, prevenindo acidentes e possíveis falhas durante a condução.
É o que garante o supervisor de oficina da Moto Vix Honda de Vitória, João Batista. Antes de tudo, ele lembra do primeiro item a ser observado por um motociclista antes de pegar a estrada: o capacete. O item de segurança é de uso obrigatório e indispensável. “Tem que olhar a viseira. Se ela estiver arranhada, fosca ou opaca, pode comprometer a visibilidade do piloto durante o percurso, tanto de dia como à noite, principalmente na ocorrência de chuva ou neblina”, explica.
O supervisor de oficina lembra que, no último Salão Duas Rodas, em São Paulo, foram avaliadas 617 motocicletas. Dessas, 72% precisavam trocar um ou mais componentes e 70% necessitavam de manutenção de itens de segurança. “Por isso, a revisão é primordial. Geralmente, é quando detectamos algum problema.”
João Batista também orienta que seja feita a checagem das lanternas, como os faróis, setas, luzes do painel e lâmpadas de freio. “Além disso, é importante conferir o nível de óleo do motor e as condições dos pneus. Ao encontrar alguma irregularidade, a troca deve ser imediata, antes de iniciar a viagem”, complementa.
Ainda de acordo com o especialista, o intervalo entre uma revisão e outra pode variar conforme o modelo da moto, mas geralmente é a partir de 4 mil até 6 mil quilômetros rodados, ou de seis em seis meses. "Na Honda, o motociclista pode fazer uma inspeção gratuita e sem horário marcado. Fazemos um check-list de 21 itens, como freio, amortecedor, cabo do acelerador, escapamento, retrovisor, buzina e outros”, ressalta.
Entre os principais sistemas que precisam ser revisados, está o sistema de freios. O fluido de freio está entre os componentes. Na visita ao mecânico é possível saber se as características estão dentro do padrão esperado ou se precisa trocar. “O fluido de freio possui validade e, por isso, precisa ser substituído de tempos em tempos. É indicado que a troca do fluido seja feita a cada 10 mil km rodados ou um ano, o que vier primeiro”, explica Raulincom Borges da Silva, coordenador de assistência técnica da TMD Friction do Brasil
Ele destaca também que cada peça possui um intervalo correto de troca e é essencial ficar atento a esses detalhes, além dos sinais de desgaste. “Por meio de um diagnóstico completo é possível analisar a funcionalidade de cada equipamento que compõe a moto, incluído todo o sistema de freio, e assim identificar se será necessário fazer reparos ou substituição de peças”, afirma.
Se a viseira do capacete estiver arranhada ou opaca, está na hora de trocar. Não usá-la dá abertura para que poeira e pedregulhos da estrada atinjam o olho do piloto e isso pode causar acidentes. Além disso, o capacete é item obrigatório. Pilotar sem proteção é infração de trânsito.
Confira se seta, farol e outras luzes estão funcionando. A sinalização é indispensável para pilotar com segurança e sem cometer infrações.
Pneu desgastado não traz segurança. Em pista molhada as chances de acidentes podem ser maiores. Antes de viajar, troque por novos, caso seja necessário.
As pastilhas e os discos de freio são responsáveis por gerar o atrito necessário para frear a moto, por isso é necessário que sejam verificados na revisão. A substituição de tais peças deve ocorrer caso estejam danificadas ou desgastadas, pois podem apresentar ruído, vibração e perda da eficiência da frenagem, prejudicando a dirigibilidade do condutor e até ocasionar acidentes.
O fluido de freio é um componente que, durante sua vida útil, absorve umidade e vai perdendo suas características. Por meio da revisão é possível medir o ponto de ebulição do fluido e até mesmo sua porcentagem de água, e a partir dessa análise é possível descobrir se é necessário realizar a troca ou não.
Assim como o fluido de freio, o óleo precisa ser trocado com certa frequência descrita pelo fabricante. Um motor mal lubrificado pode ser a causa de uma grande dor de cabeça no meio da viagem.
É necessário ficar atento às condições dos cabos de acionamento de freio, embreagem e acelerador. Eles precisam estar íntegros e correndo livremente dentro de seus tubos para que não se rompam, além de estarem regulados de forma correta.
É recomendado consultar o manual da moto para conferir se não há folga no pedal de freio e no manete, é importante que o ajuste seja feito de acordo com as especificações para uma condução segura.
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