A união dos grupos franceses PSA e ítalo-americano FCA dará origem ao Stellantis, o quarto grupo automobilístico mundial em número de veículos vendidos e o terceiro em volume de negócios, atrás apenas da japonesa Toyota e da alemã Volkswagen. Após a votação dos acionistas da PSA, na segunda (4), os acionistas da FCA, reunidos em assembleia-geral, votaram em seguida a favor da fusão.
Após a aprovação pelos acionistas e o recebimento das autorizações regulatórias finais ao longo do último mês, incluindo, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, a FCA e o Groupe PSA esperam concluir a combinação em 16 de janeiro de 2021. A nova empresa terá mais de 400 mil funcionários e abrigará 14 marcas emblemáticas como Citroën e Maserati, Fiat e Opel, Peugeot e Alfa Romeo, Chrysler, Dodge e Jeep.
"Vamos desempenhar um papel de liderança na próxima década na redefinição da mobilidade, como nossos pais fundadores fizeram com grande energia”, disse o presidente da FCA, John Elkann, referindo-se a uma “fusão histórica”.
As ações ordinárias da Stellantis começarão a ser negociadas no Mercato Telematico Azionario, em Milão, e na Euronext, em Paris, na segunda-feira, 18 de janeiro de 2021, e na Bolsa de Valores de Nova York na terça-feira, 19 de janeiro de 2021.
“Essa fusão foi uma questão de sobrevivência tanto para a Fiat quanto para a PSA”, afirma Giuliano Noci, professor de estratégia da Escola Politécnica de Comércio de Milão. As marcas do grupo irão, em particular, reduzir seus custos de desenvolvimento e produção e completar sua oferta.
“Graças à sua união com a PSA, a Fiat-Chrysler poderá fortalecer sua presença na Europa. O grupo francês poderá mais uma vez colocar os pés nos Estados Unidos graças a seu aliado ítalo-americano”, diz Giuseppe Berta, professor da Universidade Bocconi em Milão e especialista da Fiat.
O voto dos acionistas sela uma união planejada desde 2018, anunciada no fim de 2019, cuja preparação foi prejudicada pela crise do coronavírus. Em dezembro, a Comissão Europeia deu sinal verde à fusão, com a condição de que os dois grupos preservassem a concorrência no setor de pequenas concessionárias, onde controlam grandes fatias de mercado.
Os fabricantes já haviam modificado seu contrato para que sua união fosse um casamento entre iguais, enquanto a pandemia atingia suas contas. A FCA concordou em reduzir o valor de um dividendo excepcional pago a seus acionistas. Por sua vez, a PSA decidiu vender 7% do fabricante francês de equipamentos Faurecia antes de distribuir o restante aos acionistas da Stellantis.
A participação do grupo chinês Dongfeng também será reduzida. É insuficiente, diz o fundo Phitrust, que tem menos de 1% do capital do PSA, e critica a falta de “equilíbrio entre as partes” que favorece os ítalo-americanos. Nos documentos encaminhados às autoridades financeiras, PSA e Fiat consideram que a fusão custará 4 bilhões de euros (US$ 4,9 bilhões) e que a sinergia vai garantir a economia de até US$ 6,1 bilhões por ano ao longo do tempo. O presidente do conselho de administração da PSA e futuro CEO do novo grupo, Carlos Tavares afirmou no fim de 2019 que não está previsto o fechamento de fábricas.
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