Explosões, efeitos especiais, moto lança-chamas, derrapagens, pirâmides, saltos em arcos de fogo e até um Darth Vader, com direito ao público subindo na garupa para empinar motos, marcaram a noite desta segunda-feira (10) no Sambão do Povo. Os profissionais do Força e Ação, única equipe de Motoshow Acrobático no Brasil homologada pela Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM), se apresentaram em Vitória, em um evento gratuito e aberto ao público.
Cinco pilotos profissionais realizaram mais de 50 manobras diferentes em motocicletas de 110 a 1.000 cilindradas e um quadriciclo, no show que faz parte de uma turnê que percorre o Brasil inteiro.
Essa prática é um esporte conhecido como wheeling e envolve manobras realizadas com motocicletas, empinando as máquinas, normalmente fazendo movimentos com apenas a roda traseira.
O piloto Fábio Rolim, conhecido como Dentinho, líder da equipe Força e Ação, conta que a ideia surgiu de uma brincadeira entre amigos, em São Paulo, em 1990. “Nós praticávamos essa modalidade por hobby, até que recebemos um convite para apresentar na inauguração de um shopping. Para passar maior profissionalismo, nos uniformizamos e montamos uma coreografia”, explica.
De acordo com ele, surgiu a oportunidade de se apresentar no Autódromo de Interlagos em seguida e, a partir daí, os convites não pararam. “A brincadeira foi tomando uma proporção que não imaginávamos. Em 1996, recebemos patrocínio da Honda, e nunca mais paramos. Só em 2023, já viajamos por 16 estados, e o ES é onde escolhemos para finalizar a temporada deste ano”, destaca.
Em sua extensa lista de apresentações, o Força e Ação já foi destaque no Salão Duas Rodas e no Salão do Automóvel, além de já ter participado de provas da Stock Car, da Fórmula Truck, da Fórmula Indy, do Campeonato Mundial de Motovelocidade, entre outras, totalizando mais de quatro mil espetáculos em mais de 30 anos de atividade.
Na avaliação de Dentinho, embora seja um show de entretenimento, a responsabilidade com a qualidade das motocicletas é fundamental nas apresentações do grupo, que recebe tanto quem tem curiosidade sobre motos, quanto quem leva o esporte como um estilo de vida.
Quem participou da caravana foi o grupo Raposas do Asfalto, criado no começo da pandemia, em 2020, e que acolhe mais de 100 mulheres motociclistas capixabas. A presidente do clube, Meiriely Dalpra Ramos, relata que, a princípio, o que era para ser um grupo para passear, virou uma paixão que salvou a saúde mental de muitas mulheres.
“Nosso objetivo é agregar na vida de outras mulheres. Muitas integrantes superaram uma depressão ao participar do grupo, vendo a vida de outra forma, quando pilotar virou uma paixão”, destaca Meiriely.
“Um passeio turístico bate-volta com a moto, fazendo uma parada para um café pode ser uma das coisas mais prazerosas para uma mulher desfrutar. E tudo isso é previsto em um cronograma semestral que organizamos, tudo conversado em um grupo de aplicativo – muito bem organizado, por sinal”, brinca, ainda, a presidente Raposa, que pilota há mais de 20 anos.
Assim que soube que o grupo de pilotos profissionais estaria em Vitória, as integrantes se animaram com a possibilidade, vestiram o uniforme e foram prestigiar o show e aproveitar para convidar outras mulheres que tivessem interesse em se juntar ao Raposas. “Qualquer mulher que tenha habilitação na categoria A regularizada pode participar com a gente e fazer este grupo crescer”, convida.
Quem também esteve presente, não somente assistindo à apresentação, foi Gabriela Magalhães Soares. A jovem pediu à organização do evento para que pudesse participar do show e seu desejo foi atendido, quando ela foi chamada para participar de uma das manobras. Após descer do garupa de uma das motos, ela estava chorando de emoção.
“Eu amei a experiência! Era meu sonho fazer parte dessas manobras e eu só tenho que agradecer à organização do show por ter me dado essa oportunidade para mim. Nunca vou me esquecer”, afirma.
Para o diretor-geral da Moto Vena, Janio de Paula, é difícil explicar a paixão de pessoas de todas as idades por motos. “É um comportamento muito diferente de outros esportes. A emoção que a motocicleta proporciona é inexplicável e está dentro do coração das pessoas. Ao colocar o capacete, é o momento em que elas riem, choram e rezam; é onde eternizam momentos de diversão de domínio da moto”, finaliza.
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