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Caminhão elétrico da Tesla vira estrela pop no Salão de Hannover

Caminhão elétrico da Tesla vira estrela pop no Salão de Hannover

Modelo esteve exposto junto de outros caminhões de marcas tradicionais, como a Mercedes-Benz, que também tem investido na eletrificação de seus modelos

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 12:08- Atualizado há 2 meses

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Tesla Semi
A autonomia do Tesla Semi é estimada em 500 milhas (800 quilômetros), e são necessários aproximadamente 20 segundos para se chegar aos 100 km/h. (Tesla/Divulgação)

Hannover, Alemanha - O caminhão elétrico da Tesla parece um ônibus espacial. É chamativo, tecnológico, aerodinâmico e tosco ao mesmo tempo. Em resumo, é exótico e funcional. Há fila para subir os três degraus que levam à cabine, onde o motorista se coloca em posição central. Há uma tela sensível ao toque de cada lado, com informações sobre tudo o que ocorre por dentro e por fora.

 Os gráficos e conteúdos impressionam, embora o ambiente remeta aos carros conceitos dos anos 1990, que tentavam adivinhar como seriam em 2040. Leon, um jovem alemão que tenta organizar a fila, não tem muito a dizer sobre o veículo. Perguntado se há ao menos um QR Code para acessar informações, ele afirma que está tudo no site. Mas tudo é pouco nesse caso.

A página da empresa de Elon Musk diz que o Semi - este é o nome do caminhão - é o futuro do transporte rodoviário elétrico. A autonomia é estimada em 500 milhas (800 quilômetros), e são necessários aproximadamente 20 segundos para se chegar aos 100 km/h. Não há dados técnicos ou estimativa de preço. Leon diz que a potência é de cerca de 1.000 cv, e orienta novamente a consultar o site da montadora.

Tesla Semi
Caminhão tem posição central para dirigir e dois painéis digitais . (Tesla/Divulgação)

As poucas especificações disponíveis permitem saber que o peso bruto total (soma de veículo e carga máxima transportada) é de 37 toneladas. Segundo a Tesla, é possível recuperar 70% da energia em meia hora, desde que o Semi esteja plugado em um dos carregadores ultra-rápidos da fabricante. A área envidraçada lembra a viseira de um capacete. O para-brisa e as janelas ficam rentes à lataria e parecem formar uma peça única, mas são partes separadas.

De volta ao interior, a sensação é de se tratar de um conjunto de peças produzidas em impressora 3D. Os materiais parecem ser rígidos e de baixa qualidade, mas a posição central para dirigir e a qualidade das imagens dos painéis digitais impressionam. Há ainda um espaço na parte de trás da cabine, que serve como área de descanso para o motorista. Contudo, diante do tamanho da boleia, parece mal aproveitado.

Tesla Semi
As poucas especificações disponíveis permitem saber que o peso bruto total (soma de veículo e carga máxima transportada) é de 37 toneladas. (Shutterstock)

Mas os principais problemas do Tesla Semi não se resumem ao aspecto interior - que pode mudar até o modelo chegar ao mercado, o que deve ocorrer ao longo de 2025. As complicações, de fato, estão nos outros estandes do Salão de Hannover. Os espaços da feira estão repletos de caminhões 100% elétricos de diferentes marcas, que já estão chegando ao mercado. 

Mercedes-Benz também faz aposta na eletrificação

Mercedes-Benz, Volvo e Scania oferecem suas soluções, além das montadoras chinesas. São modelos que podem não ter o mesmo apelo pop do veículo pesado de Elon Musk, mas esse é só um detalhe diante da complexidade do setor de transportes.

O desenho ou as tecnologias são apenas parte da conta, que considera, sobretudo, o custo operacional. A Mercedes, por exemplo, estima que o elétrico eActros 600 vai custar o dobro do valor cobrado por um modelo a diesel equivalente, mas tenta mostrar que a conta fecha por meio de gráficos e projeções.

Essas contas ainda não foram detalhadas pela Tesla, que se resume a dizer que é possível economizar o equivalente a US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão) em combustível ao longo de três anos. O cenário, entretanto, tende a ser bem mais complexo do que o encontrado no segmento dos carros de passeio.

Tesla Semi
Segundo a Tesla, é possível recuperar 70% da energia em meia hora, desde que o Semi esteja plugado em um dos carregadores ultra-rápidos da fabricante. (Tesla/Divulgação)

Desafio para a transição energética

A eletrificação da frota de caminhões e ônibus é um dos desafios para a transição energética global, devido ao alto custo dos novos modelos, que precisam de baterias mais avançadas. Isso tem atrasado sua adoção. A falta de infraestrutura de carregamento nas estradas e de um mercado secundário de usados são outros obstáculos.

O diesel, principal combustível usado por esses veículos, é os mais poluente entre os derivados do petróleo. Uma alternativa verde aos elétricos são os movidos a gás natural, como o da Scania, que também suporta biometano.

No Brasil, o programa do governo federal Mover oferece incentivos financeiros para o desenvolvimento de tecnologias menos poluentes. Empresas com grandes frotas no país, como Vale e JBS, testam uma transição para modelos movidos a biocombustíveis.

Com informações da Folhapress

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