O verão se aproxima e, no Espírito Santo, a expectativa para o mês de dezembro é de calor acima da média e menos chuvas. Com o aumento das temperaturas, os automóveis tendem a sofrer mais com o superaquecimento do sistema e com danos às peças expostas – principalmente as que são feitas de materiais como plástico e couro, por exemplo.
Para evitar problemas, recomenda-se que os motoristas façam a revisão do veículo com a frequência adequada. “Em uma revisão o seu mecânico irá checar itens importantes, como: correias, limpeza dos bicos injetores, freio, suspensão, palheta do para-brisa, ar-condicionado, dentre outros”, explica o especialista no setor automotivo e colunista de Motor A Gazeta Ricardo Barbosa.
Além disso, existem alguns cuidados que podem ser praticados pelos motoristas no dia a dia, que podem ajudar a diminuir o prejuízo causado pelo calor extremo.
O sistema de arrefecimento do carro é responsável por resfriar o motor e impedir que ele superaqueça. Segundo o consultor automotivo e colunista de Motor A Gazeta Gabriel de Oliveira, essa função é uma das mais importantes para garantir a integridade do veículo.
“Se o motor esquentar, ele pode ter problemas, pode até ‘bater’. Então o sistema de arrefecimento tem que estar em dia para fazer essa refrigeração do motor”, explica.
Um motor “batido” (o mesmo que fundido) ocorre quando peças internas, como pistões e cilindros, se expandem por causa do calor extremo, podendo vir a se fundir ou derreter quando não são resfriadas a tempo. Outra causa comum é a falta de lubrificação adequada, que pode levar ao atrito excessivo e desgaste dessas peças com o tempo.
Ricardo Barbosa destaca que, principalmente para aqueles que vão pegar a estrada, é essencial checar o nível de água do radiador (de preferência com o carro desligado) e observar o ponteiro do marcador de temperatura.
Outra dica dos especialistas é não deixar o carro exposto ao sol por longos períodos de tempo, o que pode contribuir para o superaquecimento do motor e danos na pintura, dentre outros prejuízos. Ricardo explica que algumas cores de pintura sofrem mais com os impactos solares do que outras.
“O vermelho vai perdendo o brilho e fica desbotado, o preto também vai ficando fosco e o branco fica muito amarelado, devido aos raios UV”, cita o especialista.
Gabriel reforça que a prioridade deve ser estacionar na sombra, mas também recomenda evitar deixar o veículo embaixo de árvores. “Fezes de pássaros, frutas, castanhas e as próprias folhas que caem das árvores… essas coisas mancham a pintura do carro”, alerta.
Além da sombra, existem acessórios que ajudam a preservar o carro mesmo quando é necessário deixá-lo exposto ao sol. Para evitar o desgaste das peças que ficam dentro da cabine – muitas feitas de plástico –, o motorista pode investir em uma película nos vidros (dentro do que a lei permite) ou até mesmo o clássico protetor solar de para-brisa.
A calibragem é um hábito que deve ser constante durante todo o ano, mas que ganha uma importância ainda maior em épocas de calor extremo. “É importante manter a calibragem dos pneus, conferindo semanalmente, pois devido à temperatura alta, aumenta o desgaste dos pneus”, diz Gabriel.
O melhor horário para fazer a calibragem é cedo, antes de usar o carro por muito tempo, porque o ar tende a se expandir com o calor e mascarar a calibragem real. A frequência ideal é fazer esse processo semanalmente, com base na quantidade de libras descrita no manual do proprietário ou, em alguns carros, na porta do motorista.
Além da calibragem, outros cuidados com os pneus – como alinhamento e balanceamento – também são recomendados, principalmente para os motoristas que pensam em fazer viagens longas.
O especialista no setor automotivo adverte que é preciso evitar deixar o carro totalmente fechado e exposto à luz do sol. Uma dica para evitar o superaquecimento da cabine é deixar uma fresta do vidro um pouco aberta quando estiver estacionado em um ambiente seguro (na garagem de casa, por exemplo). O especialista também recomenda que, ao sair com o veículo, o motorista abra totalmente as janelas.
“O ideal é que você abaixe os vidros, principalmente os dois dianteiros, para haver uma troca de calor enquanto o ar-condicionado começa a trabalhar. Tem pessoas que não abaixam os vidros quando o carro tá muito quente, então o ar-condicionado demora muito para compensar”, ele explica.
Outro cuidado que Ricardo destaca é não deixar objetos no carro fechado, principalmente aqueles que são inflamáveis – como desodorante aerosol ou embalagens de vidro. O especialista alerta também que garrafas de água deixadas em cima do painel podem afetar o direcionamento da luz solar e manchar ou escurecê-lo. Por isso, recomenda evitar deixá-las dentro do veículo, ainda que seja improvável que possam causar um incêndio.
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