A Chevrolet não pretende fazer volume no Brasil com carros puramente elétricos, e o novo Equinox EV confirma essa estratégia. O SUV de porte médio chega ao mercado por R$ 419 mil, valor próximo ao pedido pelo BMW iX1 (R$ 437.950). Para ganhar espaço no segmento premium, a marca americana aposta em autonomia e itens tecnológicos.
Segundo a GM, seu utilitário esportivo é capaz de rodar 443 quilômetros no ciclo estabelecido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). É possível prever que, no uso urbano, o alcance real se aproxime dos 600 km - desde que o motorista não abuse dos 292 cv de potência oferecidos pela combinação de dois motores.
A velocidade de recarga é de até 22 kW (AC) e 150 kW (DC), segundo a montadora. Na prática, é possível somar 130 km de autonomia em aproximadamente 10 minutos. A potência total é de 292 cv e 46 kgfm e ele consegue arrancar de 0 a 100 km/h em 5,8s, além de realizar manobras de retomada de 80 a 120 km/h em 4,8s.
O desenho não tem nenhuma semelhança com o do Equinox a gasolina vendido até então no Brasil. Além de estar uma geração à frente, o elétrico traz elementos futuristas comuns a tantos carros elétricos.
A barra luminosa que atravessa a parte dianteira está lá, o que reforça a nova moda da iluminação em LEDs. Os faróis, diminutos, ocupam nichos no meio do para-choque. Quando estão apagados, desaparecem em meio a um friso preto.
A lateral segue o mesmo conceito futurista, com rodas aro 19, maçanetas embutidas, coluna C larga e superfícies esculpidas pararcriar um efeito de luz e sombra. O teto tem aspecto de peça flutuante. O modelo tem 4.840 mm de comprimento, 1.954 mm de largura e pesa 2.336 kg.
O interior traz uma tela gigante para a central multimídia, com 17,7 polegadas. É possível baixar aplicativos e "conversar" com o carro por meio de ferramentas de inteligência artificial. Não é um bate-papo fluido, mas há respostas rápidas para comandos do veículo, como ajustes de temperatura.
O painel de instrumentos de 11 polegadas é configurável. São mais de 20 opções de setup, com informações que vão desde estatísticas acerca da eficiência de condução, passando pelas condições do veículo até a capa do álbum que está tocando no sistema de áudio.
O modelo tem três modos predeterminados de condução: Normal, Esportivo e Neve, que mudam o comportamento do carro. Para entusiastas, há ainda ajustes para a sensibilidade de resposta do volante e dos pedais de freio e acelerador.
Até o sistema One Pedal, que otimiza a regeneração de energia para a bateria, tem dois níveis de calibração. No estágio de recuperação intensa é possível conduzir sem pressionar o pedal do freio.
No porta-malas, há capacidade para 440 litros de bagagens. É pouco para um automóvel de cinco lugares que tem 4,84 metros de comprimento -quase tão longo como o Trailblazer (4,89 m), SUV derivado da picape S10 e movido a diesel.
LEDs espalhados pela cabine permitem escolher diferentes combinações de cores, outra solução presente em grande parte dos carros eletrificados atuais. A montadora, contudo, afirma que buscou um design mais equilibrado, sem ser "demasiadamente minimalista ou exageradamente excêntrico", segundo Alexandre Ameri, gerente de design da GM América do Sul.
O modelo tem ainda banco do motorista com ajuste elétrico, memória e alerta vibratório; teto solar elétrico panorâmico; tampa traseira com abertura elétrica por aproximação; alerta de esquecimento de pessoas no banco de trás e pneus e vidros antirruído engrossam a lista de equipamentos de série do veículo.
Apostando fundo na questão tecnologia, o Equinox EV é capaz de identificar a aproximação de condutores pré-definidos por meio da chave eletrônica, dar boas-vindas ou se despedir por meio de diferentes animações das luzes externas, ajustar o sistema de climatização da cabine, bancos e volante de acordo com a temperatura externa e acionar a ignição sem a necessidade de apertar qualquer botão.
A Chevrolet também informa que não é necessário parear um smartphone para projetar aplicativos na tela do veículo, pois a sincronização de dados feita previamente é automática. O carro é capaz de reconhecer compromissos da agenda, sugerir o trajeto e indicar pontos de recarga, caso a energia da bateria seja insuficiente.
O condutor dispõe do controle de cruzeiro adaptativo, dos alertas de colisão e de tráfego cruzado, da frenagem autônoma de emergência, além de correção da direção em caso de risco de colisão lateral. Outro equipamento de segurança do Equinox EV é o alerta de ponto cego até para bicicletas, que permanece ativo mesmo após o carro ser desligado para auxiliar o desembarque.
O Equinox EV conta com airbags frontais, laterais, de cortina e de joelhos - somando oito bolsas infláveis - e um sistema de tração integral eAWD. Ele trabalha em conjunto com os dois motores elétricos e os sistemas eletrônicos de tração, estabilidade e frenagem para maior controle do veículo.
O Equinox EV é parte de uma estratégia que foi revista pela empresa americana. Em janeiro de 2021, a fabricante anunciou que encerraria a produção de veículos a gasolina ou a diesel em 2035. O Brasil estava incluído neste plano. Hoje, esse não é mais o objetivo da GM. Além de o crescimento das vendas de carros a bateria seguir um ritmo mais lento que o esperado, há o efeito China.
A montadora americana acreditou que desenvolver suas próprias soluções e pular a etapa de tecnologias híbridas seria o caminho do futuro. Entretanto, as marcas do país asiático tiveram impulso governamental para dominar a eletrificação em todas as suas possibilidades.
Mas foi o alto investimento em projetos independentes que permitiu à GM oferecer produtos como o Equinox EV. Assim como o Blazer EV (R$ 479 mil), o novo SUV tem padrão construtivo típico de carro premium, e passa a impressão de ser mais refinado que os utilitários chineses elétricos de menor preço que lideram vendas mundo afora.
No Brasil, esses veículos a bateria serão as opções mais caras e de menor volume do portfólio da GM nesta década. As opções oferecidas em grande escala serão equipadas com motorização híbrida flex, com estreias confirmada para 2025. O primeiro lançamento nessa categoria será a renovação do SUV compacto Tracker.
Com informações da FolhaPress e Chevrolet.
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