> >
Chuvas no Rio Grande do Sul podem comprometer produção de carros no Brasil

Chuvas no Rio Grande do Sul podem comprometer produção de carros no Brasil

Segundo Anfavea, situação está sendo acompanhada com bastante cautela, já que o Sul do país abriga fabricantes de carros e fornecedores de peças

Publicado em 8 de maio de 2024 às 17:05- Atualizado há 2 meses

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
carro, fábrica de carro, veículos
Algumas fábricas já estão paralisando suas produções, mas entidade afirma que não vão faltar peças. (Shutterstock)

As chuvas no Rio Grande do Sul, além de afetarem toda a população do Estado, também podem comprometer a produção de veículos tanto no Brasil quanto na Argentina, já que o Sul do Brasil abriga cerca de 10 fabricantes de carros, além de uma cadeia robusta de fornecedores. Além disso,  a região também é local de escoamento da produção de veículos fabricados na Argentina e vendidos no Brasil.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, a situação “está sendo acompanhada com cautela, para que não haja qualquer impacto na produção”. “Algumas fabricantes sinalizaram preocupação com fornecedores que estão com as atividades suspensas, mas estão trabalhando com estoque e operações em sinal de alerta para qualquer mudança”, complementa.

Já o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Claudio Sahad, afirmou que as fábricas localizadas em Porto Alegre e redondezas estão paralisadas. Já as localizadas na cidade gaúcha de Gravataí foram pouco afetadas e a maioria está operando de forma regular.

“Mas os problemas logísticos existem e também há alternativas de rotas. Já as fábricas de Caxias do Sul não foram afetadas, mas estão isoladas por questão das estradas. Mas não vão faltar componentes. Se houver paradas, serão pontuais”, afirma.

Pausa da produção

No entanto, segundo informações da Folhapress, algumas indústrias já estão interrompendo as atividades, como é o caso da fábrica da General Motors em Gravataí, que suspendeu o funcionamento até sexta (10). A montadora parou a linha de montagem na quinta (2), dia em que os temporais começaram a se intensificar. Naquele momento, o objetivo seria reduzir os estoques para se adequar às vendas, com retomada das atividades nesta semana. Contudo, o cenário mudou por causa das tempestades e inundações.

A GM produz os modelos compactos Onix e Onix Plus em Gravataí. São os carros mais vendidos da montadora no Brasil, com 44.705 unidades emplacadas no primeiro quadrimestre deste ano. Os dados são da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos).

A Marcopolo também interrompeu a produção nesta semana. A empresa sediada em Caxias do Sul (RS) é líder na fabricação de carrocerias de ônibus no país. A parada das atividades forçada pelas chuvas ocorreu em um momento de alta para a companhia, que registrou lucro líquido de R$ 316,9 milhões no primeiro trimestre de 2024 - um crescimento de 34,1% na comparação com o mesmo período de 2023.

Na Argentina

Na Argentina, a linha de montagem do Fiat Cronos, na cidade de Córdoba, está paralisada. Além de o Rio Grande do Sul ser rota para o envio de itens necessários à fabricação dos carros, parte das peças é fornecida por empresas instaladas no Estado.

A produção na fábrica do grupo Stellantis deve permanecer interrompida até o dia 13. O problema se soma a outros episódios recentes na indústria automotiva argentina, como a falta de peças que prejudicou o setor entre dezembro e março.

A Volkswagen, por exemplo, passou três meses sem produzir os modelos Amarok e Taos na unidade de Pacheco. A retomada ocorreu no dia 11 de março, em turno único.

Outras montadoras instaladas no país vizinho podem ter a logística de distribuição afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, mas ainda não há confirmações de paradas.

Enquanto a Toyota produz a picape Hilux e o SUV SW4 em Rosario, a Renault monta o furgão Kangoo em Santa Isabel - as exportações desse modelo para o Brasil foram retomadas neste mês.

A Ford faz a picape Ranger em Pacheco, fábrica vizinha à linha de montagem da Volkswagen. Já a Peugeot, que pertence ao grupo Stellantis, constrói o hatch 208 em El Palomar. Além da linha de montagem do Fiat Cronos, a cidade de Córdoba abriga a planta da Nissan, que faz a picape Frontier.

Com informações da Folhapress.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais