Para quem olha para o novo C3, as versões antigas parecem uma memória de um passado muito distante. A clássica cara de subcompacto deu vez a um design mais próximo das características de um SUV, com um jeito muito mais parecido com o de seu “irmão mais velho”, o C4 Cactus.
O carro-chefe da montadora francesa chegou ao Brasil em setembro do ano passado em sete versões. A grande variação de preços entre elas se dá pela tentativa da Citroën de figurar o novo C3 tanto na categoria dos compactos populares, contra o Renault Kwid e o Fiat Mobi, quanto dos modelos mais equipados do segmento, como o Chevrolet Onix, o Hyundai HB20 e o Fiat Argo.
Esse leque de opções varia desde a configuração mais modesta do C3, a Live 1.0 manual, com preço de R$ 69.990, até a topo de linha que chega em edição limitada, a 1.6 AT6 First Editon, a R$ 97.900. À exceção das edições limitadas, a versão mais completa é a Feel Pack 1.6 AT6, que custa R$ 93.990.
O novo C3 conta com 3,98 metros de comprimento, 1,73 metro de largura, 1,58 metro de altura, 2,54 metros de distância de entre-eixos e pesa 1.152 quilos. Pelas dimensões, já é possível perceber um leve afastamento do C3 em relação aos carros mais populares, como o Mobi e o Kwid, apesar de ainda ser menos comprido que o Onix e o HB20.
O novo C3 está disponível nas cores Preto Perla Nera com teto branco, Branco Banquise e Azul Spring com teto preto, Azul Spring com teto branco, Cinza Artense com teto preto, Cinza Grafitto, Azul Spring, Preto Perla Nera, Cinza Artense e Branco Banquise com teto preto (caso da versão avaliada).
Em termos de design, muita coisa mudou no C3. De cara, já fica evidente a semelhança com o Cactus. Apesar do desenho da grade e dos faróis se manter parecido com os da geração antiga, o formato redondo que era marca registrada do modelo deu vez a uma silhueta mais “quadradona”.
A predominância de linhas verticais e vincos pronunciados ao longo de toda a carroceria ajuda a reforçar a “lógica SUV” do C3. O para-brisa frontal deixou de se estender para o teto, piorando a visibilidade do motorista.
Produzido em Porto Real, no Rio de Janeiro, o C3 já vinha passando por uma leve transição à estética SUV, porém, a linha 2023 parece realmente ter levado esse conceito a um patamar acima.
Apesar de todas as mudanças no exterior, as duas opções de motores disponíveis no novo C3 já são bem conhecidas, pois o 1.0 Firefly também equipa os Fiat Argo e Cronos e o Peugeot 208.
Já o 1.6 16V das versões mais potentes figura também nos Peugeot 208 e 2008. As três marcas são pertencentes ao Grupo Stellantis (união da FCA – Fiat e Chrysler – e da PSA – Peugeot e Citroën).
O motor 1.6 aspirado flex da Feel Pack fornece 120 cavalos de potência e 15,7 kgfm de torque (ambos com etanol), associado à transmissão automática de 6 marchas – uma a mais que as versões menos equipadas –, com opção de 5 velocidades por trocas sequenciais.
A direção é elétrica e com ajuste de altura do volante, assim como em todas as variantes do modelo. Em termos de consumo, que nunca foi o forte do modelo, promete entregar na cidade 10,3 km/l (gasolina) e 7,2 km/l (etanol). O volante é revestido em couro, e a Feel Pack acrescenta câmera de ré e sensor de estacionamento.
Uma característica que sempre esteve presente no C3 é a sensação de espaço no interior do carro, muito ajudada por ser cerca de 10 centímetros mais alto em relação aos rivais de categoria. Além disso, os 315 litros do porta-malas são respeitáveis para um hatch compacto.
Em termos de segurança, o C3 tem freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e dois airbags frontais, o mínimo obrigatório por lei. Todos os bancos têm cinto de três pontos e apoio para a cabeça com altura regulável, entretanto, o traseiro não tem rebatimento duplo.
Em termos de conectividade, a versão vem com uma tela de entretenimento sensível ao toque de 10 polegadas, espelhamento de smartphones com Android Auto e Apple CarPlay, com pareamento de multimídias via Bluetooth ou USB.
Como de hábito no Citroën C3, o interior é bem espaçoso, apesar do pequeno porte do carro. A altura maior da nova geração dá uma sensação de interior de um utilitário esportivo, com bom ajuste da distância dos bancos dianteiros.
Para quem é alto e sofre com o teto baixo dos subcompactos, o C3 mantém a tradição e segue sendo confortável para uma faixa maior de estatura. Os bancos são de tecido e o volante é revestido de couro.
A central multimídia Citroën Connect de 10 polegadas tem integrado suporte para Android Auto e Apple CarPlay sem fio, com entrada USB dianteira e comandos de controle no volante, com comando de voz, controles de chamada e volume.
O painel central peca por não ter um indicador de conta-giros, mas está localizado em uma posição fácil de se ver, enquanto as informações exibidas estão bem dispostas no painel. Pelo pequeno tamanho do carro, o ar-condicionado é bem eficiente e gela o ambiente rapidamente.
O conhecido motor 1.6 16V – figurinha repetida em alguns compactos da Stellantis –, do novo C3, com 120 cavalos de potência a 6 mil rotações por minuto e 15,7 kgfm de torque a 4.500 giros, acoplado ao bom câmbio automático de 6 marchas, fornece uma arrancada condizente com a combinação de um propulsor com força necessária para um modelo pequeno.
As acelerações são confortáveis para o motorista, e a transição de marchas é suave. Segundo dados da Citroën, o veículo acelera de zero a 100 km/h em 10,4 segundos e pode chegar a 180 km/h de velocidade máxima.
Pelo fato de os bancos serem altos e o para-brisa não se estender mais como na geração anterior – na qual a frente mais parecia ser um “cabelo penteado para trás”, deixando uma vasta testa à mostra –, a visibilidade do motorista, que sempre foi um dos pontos altos no C3, ficou significativamente prejudicada.
Isso se manifesta especialmente para condutores mais altos, que ficam com o limite do para-brisa quase na altura dos olhos. Além disso, o posicionamento do espelho retrovisor frontal do carro invade o já limitado campo de visão disponível.
No mais, o novo C3 tem uma boa dirigibilidade e uma estética de utilitário esportivo que agrada muita gente. Tanto que já apareceu em janeiro de 2023 como o 30º automóvel mais vendido do país, com 1.488 unidades emplacadas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta