O Peugeot 2008 já está em contagem regressiva para que a nova versão do crossover chegue por definitivo ao Brasil. Por enquanto, esta somente é vendida na versão elétrica, que, diga-se de passagem, teve seu preço reduzido de R$ 259.990 para R$ 199.990 e uma nova redução para R$ 159.990 em dezembro, tendo em vista a concorrência dos modelos chineses 100% elétricos que causaram uma verdadeira revolução de preços dos carros no país.
Mas voltando ao crossover em questão, a atual versão a combustão foi fabricada em Porto Real (RJ) até dezembro e por isso, ainda restam alguns modelos zero quilômetro. Os preços partem de R$ 104.890. E para conhecer um pouco mais sobre o modelo que está prestes a ganhar cara nova e vir importado da Argentina, já no primeiro trimestre de 2024, Motor rodou com o carro por uma semana com a versão topo de linha do modelo, a Griffe, cujo preço parte de R$ 134.990, acrescentando os R$ 2.450 da cor do modelo Branco Nacré, ficando em R$ 137.440.
Ele vem equipado com o motor turbo THP Flex de 173 cv a etanol e 165 cv quando abastecido com gasolina e transmissão automática sequencial de seis marchas.
Essa motorização é mais do que suficiente para o modelo comprovar seu bom desempenho tanto no trânsito da cidade quanto na estrada. Ao utilizar o modo ECO, o carro fica mais econômico (dentro do universo de um SUV) e não interfere no desempenho.
Já ao acionar o modo Sport (que deixa o carro mais beberrão, é bom lembrar), o 2008 fica mais “espertinho”, com a direção mais firme, proporcionando mais segurança em ultrapassagens na estrada e dando um toque mais divertido à condução. O motor responde muito bem todas as vezes em que ele foi mais exigido, não deixando na mão nem demorando para chegar na velocidade pretendida. Mas, obviamente, não é um carro esportivo, portanto, não se deve esperar esse tipo de performance.
Por fora, o 2008 tem ainda ares de crossover e não de SUV, como a sua versão elétrica, já que é um carro de uma geração mais antiga do que os demais modelos atualmente sendo comercializados pela Peugeot no Brasil. E isso já começa a pesar um pouco para o modelo, que parece estar deslocado diante da linha com visual renovado da marca.
A pintura é biton em todas as versões, assim como as barras do teto, indicando sua vocação levemente aventureira. Ele tem faróis chanfrados, DRL em LED e a grade frontal cromada com o leão da Peugeot no centro. O para-choque é revestido em um preto fosco, que acompanha o carro nas suas laterais, na caixa das rodas de liga leve de 16 polegadas, até a traseira, dando um toque aventureiro urbano.
Na traseira, uma faixa preto brilhante com o nome da montadora faz a junção dos faróis, que saem um pouco da lataria do carro, sem tirar sua harmonia e o modelo tem teto panorâmico fixo. Ele mede 4,16 metros de comprimento, por 1,74 metro de largura, 1,58 metro de altura e 2,54 metros de entre-eixos e um porta-malas com 402 litros.
Por suas dimensões, ele acaba concorrendo com os hatches, apesar de seu visual de SUV. E por conta desse seu entre-eixos mais curto, o espaço interno para passageiros mais altos costuma ficar desconfortável no banco de trás. O mesmo vale para a sua altura interna, já que quase dá para bater a cabeça no teto, principalmente de quem senta no lado do carona.
Por ser um modelo lançado em 2015, o peso da sua idade pode ser sentido, desde o seu visual externo quanto por dentro também. Assim como os modelos mais recentes, ele vem equipado com o i-Cockpit, conceito de condução desenvolvido pela marca que deixa tudo mais próximo do motorista, como uma verdadeira “cabine” de piloto.
Todos os elementos estão ali, o volante menor, com ajuste de altura e profundidade, que possibilita a visualização do painel de instrumentos por cima dele, tal qual um carro de corrida, o multimídia e as funções básicas do carro levemente voltados para o motorista, para que o condutor se sinta confortável com tudo à sua mão.
Mas, ao mesmo tempo, o visual deixa um ar de algo já datado, que foi superado pelos novos modelos, inclusive a sua versão elétrica. Mas isso não interfere em nada na dirigibilidade, já que o conforto continua o mesmo. A tela multimídia é de 7 polegadas com conexão com Android Auto e Apple Car Paly somente por fio.
Por outro lado, o modelo traz uma boa lista de equipamentos, principalmente na versão Griffe, que já vem equipada com bancos de couro. O ar-condicionado é digital e tem duas zonas de temperatura, ele tem ainda controle de cruzeiro com limitador de velocidade, Grip Control, que é um seletor de modos que atuam no controle de tração.
O 2008 Griffe também tem um adicional na segurança, já que vem com seis airbags, sendo dois frontais, dois laterais e dois de cortina. O modelo tem ainda controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, câmera de ré, piloto automático, vidros e retrovisores elétricos, sensor de chuva e de luminosidade.
Com um câmbio automático de seis velocidades, ele conta com quatro modos de condução (Drive, Sport, ECO e Sequencial), que são trocados junto à caixa de marcha, o que pode ser um tanto desconfortável, principalmente porque é preciso tirar o olho da estrada. E por falar nisso, o freio de mão é no estilo freio de aviação, o que pode causar estranheza para alguns à primeira vista, mas depois que se acostuma, é uma boa pedida para um modelo que ainda usa freio de estacionamento manual e não eletrônico.
Ele se comporta muito bem na estrada, no modo esportivo, mas o econômico também não deixa a desejar, tanto dentro quanto fora da cidade. Ele acelera bem, ajuda nas ultrapassagens, mas não é um modelo esportivo. Mas sua verdadeira vocação está no trânsito diário, já que ele é um carro confortável de se dirigir, com uma altura do solo que deixa o motorista em uma posição mais alta.
Sua suspensão funciona muito bem, deixando o “rodar” do carro macio, inclusive em trechos mais esburacados, já que os passageiros não ficam chacoalhados. O espaço interno é competente, assim como o porta-malas, que apesar de ser um dos menores da categoria, ainda tem espaço para levar algumas malas, compras e mesmo carrinho de bebê com outras bolsas. Os bancos rebatíveis ajudam a compensar esse espaço internamente.
Em resumo, o Peugeot 2008 é um modelo que pode não agradar a quem busca um design mais novo e também já é um carro que está no fim de sua vida, já que será substituído por uma versão mais nova, inclusive com motor 1.0 turbo, o mesmo que equipa o Pulse.
No entanto, para quem está buscando um modelo na faixa dos R$ 100 mil (lembrando que a versão testada, a Griffe, custa R$ 134.990) que tenha vários itens de segurança, conforto e uma mecânica já conhecida e de fácil manutenção, o 2008 pode ser uma boa opção. Ele agrada quem busca um carro mais alto, que responda bem a todas as intempéries do dia a dia e ainda deixa um pouco de diversão para o condutor.
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