O mês de janeiro começou registrando um crescimento nas vendas de 12,9% em comparação ao mesmo período no ano anterior: foram 143 mil unidades comercializadas em janeiro contra 127 mil no mesmo período, no ano passado. Com relação à produção, houve um aumento de 5% com relação a janeiro de 2022.
No total, foram produzidas 153 mil unidades no mês, um número expressivo, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), já que houve um crescimento
No entanto, mesmo com esse crescimento, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, afirma que é preciso olhar com cautela, pois os números não representam uma recuperação da demanda. Pelo contrário, já que a própria entidade avaliou que o problema está ligado diretamente à redução da demanda registrada em janeiro.
“Janeiro é um mês de uma certa complexidade, de incertezas, tanto para o Brasil quanto para fora do país. É um crescimento importante, mas ainda não é um crescimento desejado. Gostaríamos que tivesse sido maior”, diz.
Ele ressalta que o crescimento de 5% na produção em relação ao ano passado é expressivo, mas a indústria viu, no mesmo período, em 2022, uma crise de abastecimento por falta de insumos. “Mas este ano esse problema não está mais tão evidente. E ainda assim foi um crescimento mais tímido”, acrescenta.
Por janeiro e fevereiro serem meses que envolvem férias escolares, matrículas e pagamentos de impostos, essa demanda pode ter reduzido. A expectativa da indústria é de que a partir de março/abril o setor comece a “decolar” novamente.
Um fenômeno semelhante tem sido observado com as exportações, especificamente nos mercados da Colômbia e do Chile, que foram as estrelas desse segmento no ano passado, crescendo a cada mês. Para o presidente da Anfavea, os dados relacionados a janeiro devem ser acompanhados com cautela, principalmente para esses dois países.
“Os mercados internos do Chile e da Colômbia começam a dar sinais que precisam ser acompanhados, pois apresentaram quedas. Quanto à Argentina, que sempre foi o maior destino das exportações, este teve um crescimento, mas sobre uma base menor”, acrescenta.
Outro detalhe foi com relação ao crescimento de 19,3% de venda de veículos (33 mil unidades) em comparação a janeiro de 2022 (27,7 mil unidades) e acréscimo de 5,9% quando comparado com dezembro (31,2 mil unidades). No entanto, quando se compara o valor de vendas (US$ 709 milhões), a queda para janeiro foi de 13,4% (US$ 819 milhões), mas com aumento de 28% (US$ 554 milhões) comparado com janeiro do ano passado.
“Por que o desequilíbrio de unidades produzidas e o valor? Isso porque houve, principalmente, a exportação de veículos com um valor mais baixo. Ou seja, menores exportações de veículos de custo mais elevado. Os automóveis leves tiveram crescimento, mas não aconteceu o mesmo com as máquinas pesadas”, observa.
O crescimento dos elétricos e híbridos tem sido visto com comemoração pelo mercado. Quando comparado com janeiro de 2022, onde foram vendidas 2,6 mil unidades, este ano, a venda foi 76% maior, com a comercialização de 4,5 mil unidades. Mesmo com a queda de 19,4% registrada de dezembro (5,6 mil unidades) para janeiro deste ano.
“O setor comemora o crescimento de elétricos e híbridos. As novas tecnologias têm que andar em paralelo e em sintonia com a produção local, a geração do país, a reindustrialização do país. E isso tem acontecido”, diz.
Para ele, o maior desafio da Anfavea é trabalhar para que o país tenha infraestrutura para possibilitar, cada vez mais, o seu crescimento. “Hoje, os elétricos têm tido um bom crescimento e representam algo considerável dentro dos números da indústria. O Brasil está conseguindo fazer o processo de atração de novas tecnologias, que é fundamental para o nosso mercado”, acrescenta.
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