Durante o processo de pesquisa de pneus novos, é indispensável levar em conta a orientação e a homologação do fabricante do veículo quanto ao índice de carga e de velocidade. Especialistas apontam que um dos erros mais comuns cometidos pelos motoristas é não seguir as especificações estabelecidas pelas montadoras. Afinal de contas, qualquer tipo de alteração modifica o comportamento dinâmico do automóvel.
Sendo assim, o primeiro passo é assegurar de ser o pneu correto homologado para o veículo, indica Flavio Santana, gerente de Produto da Michelin para América do Sul. "É importante checar a descrição da dimensão, largura, série e aro se é a dimensão constante no manual do proprietário do veículo e/ou na etiqueta de pneus colada na coluna da porta do motorista ou na tampa de combustível do veículo", ressalta.
Segundo ele, além da dimensão, também é fundamental verificar o índice de carga e velocidade descrito no pneu se é o homologado para o veículo. "São dois códigos, um numérico seguido de outro alfabético que determinam a capacidade do pneu em suportar o peso do veículo em condição de marcha (carga dinâmica) e os esforços de torque, aceleração e frenagem. Um pneu com o índice de velocidade V, por exemplo, pode rodar a 240 Km/h, velocidade que poucos irão atingir em algum momento durante a vida útil do pneu. O carro foi homologado com esse pneu porque ele pode suportar os esforços de torque e frenagem que esse veículo exigirá dos pneus", explica Flavio Santana.
Para Roberto Ayala, gerente de engenharia de vendas da Bridgestone, a falha mais comum é não seguir as especificações estabelecidas pelo fabricante do veículo.
Pouco adianta o carro ter controle de tração, controle de estabilidade, assistência a frenagem de emergência, freios antiblocantes e toda assistência eletrônica disponível hoje se os pneus não tiverem aderência suficiente para suportar os esforços a que será submetido, ressalta Flavio Santana. "Um pneu pode diminuir a distância de frenagem em uma pista molhada vindo a 80 km/h em até quatro metros se comparado a outro das mesmas características de outra marca. E quatro metros é uma distância muito grande que pode significar a diferença entre um acidente grave ou não. Jamais compre pneus somente pelo preço inicial", aconselha.
No próximo passo, ao analisar as marcas disponíveis no mercado, é essencial ter em mente que os pneus não são iguais. "Pneus de marcas diferentes terão comportamento diferente, desgaste mais rápido ou mais lento, aderências em seco e molhado diferentes, enfim, alterarão significativamente as reações do veículo em diversas situações", orienta Flavio.
De acordo com o especialista, o primeiro critério que os consumidores devem estar atentos é quanto a classificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), contida na etiqueta colada na banda de rodagem do pneu quanto a aderência no molhado, consumo de combustível e emissão de ruído.
"Quanto melhor nesses critérios, normalmente, melhor será o pneu de forma global. Porém, se um pneu é muito bom em um só critério e ruim nos outros, provavelmente não será um bom pneu globalmente falando. Vale buscar um equilíbrio entre os desempenhos contidos na etiqueta. Outro ponto interessante é ver o que cada fabricante de pneus fala sobre o seu produto no site próprio da marca. Dê preferência para as marcas que mostram testes independentes, realizados por terceiros que comprovem os argumentos que estão utilizando", acrescenta o gerente da Michelin.
Segundo Roberto Ayala, algumas variáveis determinam o momento certo para efetuar a troca dos pneus. "Como o tipo de pneu (radial ou diagonal), o volume da carga transportada pelo veículo, o modo como o motorista conduz, tipo de piso por onde o veículo trafega e a manutenção correta realizada ao longo da vida útil do pneu", indica.
Ele recomenda que os motoristas estejam sempre atentos aos TWIs (sigla em inglês de Tread Wear Indicators ou Indicadores de Desgaste da Banda de Rodagem), que são ressaltos de borracha localizados nos sulcos dos pneus e possuem 1,6 mm de altura. "Quando chegam ao limite, significa que o pneu deve ser trocado, pois passou a ser considerado careca e interfere na segurança do veículo, tornando-se, inclusive, passível de autuação pelas autoridades de trânsito. A regra TWI só não é válida para pneus com bolhas, rasgos ou perfurações, que nestes casos devem ser trocados imediatamente", aponta Roberto.
O momento ideal para a substituição dos pneus é quando eles estão muito próximos de atingirem o indicador de desgaste, na banda de rodagem. "São pequenos ressaltos no fundo do sulco que, quando ficam nivelados com a banda de rodagem significa que o pneu tem que ser substituído. Os pneus de boa qualidade podem rodar com total segurança até esse indicador e não há necessidade de substituição dos mesmos antes de chegar a esse nível mesmo em piso molhado", finaliza Flavio Santana.
É melhor substituir os quatro pneus de uma só vez para manter o equilíbrio do veículo.
Considere que os pneus que rodaram durante algum tempo com baixa pressão ou sem ar devido a um furo anterior ou a um corte, mesmo que tenham sido reparados, podem estar com a sua estrutura interna comprometida.
É mais importante e seguro ter um bom pneu usado do que um pneu de qualidade inferior novo.
Faça os rodízios preventivos a cada revisão mecânica do veículo a fim de ter os quatro pneus gastos por igual ao final da vida deles.
Saiba que é natural que os pneus dianteiros se desgastem mais que os traseiros na maioria dos veículos devido ao esforço em curvas, e, por isso, o rodízio a cada revisão mecânica é essencial para equilibrar o desgaste dos pneus.
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