O Fiat Pulse foi lançado no ano passado com bastante pompa: site com detalhes do projeto, apresentação no BBB 21 e até a escolha do nome partiu do público. Com uma ampla campanha de marketing em cima do modelo, já era de se esperar que ele se tornasse um sucesso comercial, chegando na quarta posição de SUV mais vendidos em janeiro de 2022.
Segundo a montadora, este foi o melhor resultado do utilitário compacto desde o seu lançamento, na segunda quinzena de outubro do ano passado. Até dezembro, foram 6.724 unidades e em janeiro, 3.192 emplacamentos, correspondendo a 10,1% de participação na categoria. Para entender o que ele traz de diferencial e vantajoso para esse público, a reportagem de Motor fez o teste drive da versão Fiat Pulse Drive, automática.
À primeira vista, é um carro com um design bem pensado, mas que remete, levemente, a outros modelos da marca, como a Toro e até mesmo o Argo em uma versão “maior”. E, ao mesmo tempo, o modelo tem sua própria personalidade, sendo facilmente identificado nas ruas. Os faróis em led conferem uma visibilidade superior à noite ou em ambientes mais escuros.
O Fit Pulse Drive 13 tem uma altura mínima do solo de 18,8 cm. Quando comparado com a versão aventureira do Fiat Argo, a Trekking, ele fica em desvantagem, já que este é um de seus principais concorrentes e ele tem 21 cm de distância do solo. A título de comparação, outros rivais do Pulse têm alturas menores do que o Argo Trekking: Sandero Stepway tem 18,5 cm, o Honda WR-V tem 19,9 cm do solo e o Volkswagem Nivus possui 16,6 cm.
Comparando os dois carros da Fiat, os valores são equivalentes quando se coloca na balança a versão do Pulse testada por Motor e o Argo Trekking. Enquanto a versão básica do Pulse, a Drive 1.3 parte de R$ 87.990, a versão básica do Argo Trekking começa em R$ 81.990. Mas este não é um SUV e sim um hatch premium. A versão testada, Drive Automática, fica em R$ 98.990, incluindo a cor Vermelho Montecarlo e o pack multimídia que vieram no carro testado.
Respondendo à pergunta do título: Fiat Pulse é uma boa opção de SUV de entrada? Depende do que cada um está procurando em um carro. Se for um veículo mais alto e com ares esportivos, ele é sim uma boa opção, mas se for um carro que aguente o tranco de um off-road, é melhor buscar outras alternativas no mercado, já que o Pulse tem mais vocação de carro de passeio do que de trilha.
Por outro lado, ele é um carro espaçoso, apesar de compacto. Os bancos da frente são confortáveis e o ajuste é manual. Atrás, por conta da largura e altura do compacto, cabem confortavelmente dois adultos de estatura média e uma criança ou três adultos mais baixos. Quando colocada a cadeirinha no banco traseiro, o espaço não compromete tanto para um adulto e uma criança.
Já o porta-malas é típico de um SUV compacto, ele tem 370 litros, o que garante espaço para transportar compras, malas (não muito grandes e nem uma quantidade grande) e outros objetos. Um detalhe positivo é que o porta-malas vem com iluminação, facilitando a vida do motorista na hora de carregar ou descarregar as coisas dentro da garagem, por exemplo.
O tamanho pode agradar famílias com crianças, já que há espaço para um carrinho de bebê dobrável e mais algumas bolsas, arrumando com jeitinho o porta-malas. E para quem precisa de mais espaço, os bancos são rebatíveis, mas não bipartidos, ou seja, nada de passageiro no banco de trás ao transportar algo maior. E o carro também possui porta-objetos espalhados pela cabine, que somados, têm 25,1 litros de volume a mais.
No quesito segurança, o Pulse tem, de fábrica, quatro airbags. Ele vem equipado com controle eletrônico de tração, controle eletrônico de estabilidade, sinalização de frenagem de emergência, assistente de partida em rampa e função auxiliar para acionamento das setas indicando trocas de faixa.
A versão testada vem com boa tecnologia embarcada, como tela multimídia touchscreen com conexão via bluetooth ou por cabo USB e tem acesso aos principais softwares de mobilidade, inclusive a assistente virtual da Amazon, Alexa, que ouve comandos relacionados ao carro, mas ainda limitados. Aliás, a possibilidade de conexão sem fio é um bom e prático diferencial, principalmente em plena crise dos semicondutores.
Os retrovisores são elétricos, assim como o acionador dos vidros, nas quatro portas. Mas sentimos falta de uma câmera de ré, pois o que essa versão tem é apenas o sensor de estacionamento e o tilt down dos retrovisores quando se engata a marcha a ré.
O painel de instrumentos é todo analógico, talvez remetendo à esportividade que o modelo quer passar. Já o computador de bordo deixa a dever, já que este é em TFT e não difere muito do painel do Fiat Mobi, por exemplo, que é o carro de entrada da marca.
No quesito conforto, outro ponto que ficou a desejar é o ajuste do volante, que possui apenas altura, mas não de profundidade. O ajuste de profundidade é importante, já que este confere um maior conforto na hora de dirigir para motoristas com a altura fora do padrão. O ar-condicionado tem ajuste manual, mas ficou faltando a saída de ar para os passageiros no banco de trás.
Por outro lado, o volante possui todos os comandos bem localizados, à mão do motorista e é muito confortável para se dirigir. Outro detalhe que sentimos falta foi o botão de partida rápida, afinal, estamos falando de um carro próximo de R$ 100 mil. Esse recurso, inclusive, existe nas versões intermediárias do Fiat Argo, por exemplo.
Pilotar o Fiat Pulse é bastante agradável. O volante, como falamos, é bem confortável, e a direção elétrica deixa o veículo mais leve e fácil de manobrar. Por ser um SUV mais compacto, ele também deixa mais fácil buscar vagas de estacionamento por conta de suas dimensões.
Um dos pontos altos é a tecla Sport, que fornece uma resposta muito melhor do motor do que dirigir no modo normal. O Fiat Pulse testado está equipado com o motor Firefly 98 cv que gera 107 cv de potência máxima com etanol e 98 cv com gasolina. Ele oferece torque de 13,2 kgfm a gasolina a 4.250 rpm e 13,7 kgfm com etanol a 4.000 rpm.
Ao dirigir no modo normal, a diferença é notável, já que o Pulse se torna um carro de arrancadas mais lentas, principalmente no sinal de trânsito. Ele se desenvolve bem, mas a sensação é de estar dirigindo um carro com motor 1.0 e não com o elogiado motor Firefly. Mas isso muda de figura quando se ativa a tecla Sport. No entanto, é importante se atentar ao consumo, já que na versão normal o consumo é menor.
E por falar em dirigibilidade, a versão testada estava equipada com um câmbio automático CVT de sete marchas, que atende bem ao modelo. Como é uma versão de entrada, não há mudança de marcha no volante.
A cabine é bastante silenciosa e quase não dá para ouvir o barulho do motor, que é também silencioso para um propulsor a combustão. Com isso, vemos que a proposta do carro é conforto e não performance. É um carro agradável de se dirigir no trânsito do dia a dia, entrega uma performance satisfatória com o seletor Sport, podendo até conferir ultrapassagens na pista, mas como dissemos anteriormente, é um SUV de passeio e não voltado para trilhas.
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