Para os consumidores que valorizam o prazer de dirigir acima de tudo, a Honda trouxe para o Brasil, em julho de 2019, o renovado Civic Si, que chega importado da América do Norte – o motor é feito nos Estados Unidos e o carro, no Canadá. Em sua atual geração, apresentada no Estados Unidos em 2019, além de discretas mudanças no design, o cupê de duas portas ganhou aprimoramentos mecânicos e incorporou itens de conforto e conveniência. Segundo a Honda, a proposta é oferecer um comportamento dinâmico esportivo, reforçado pela singular sensação de controle proporcionada pela transmissão manual – um prazer que, para os mais “puristas”, se perde com os câmbios automáticos. No entanto, o modelo já esgotou nas concessionárias e a fabricante japonesa confirmou que não pretende importar o modelo em 2021, saindo de linha no Brasil.
Por fora, o Si tem dimensões muito próximas às do Civic sedã fabricado no Brasil – o cupê é 12 centímetros mais curto e um centímetro mais baixo que a versão EXL, com a mesma largura e distância de entre-eixos do modelo intermediário de quatro portas. A dianteira é agressiva com sua ampla grade preta, largas tomadas de ar no para-choque e faróis full-led. Os de neblina também são em leds, com acabamento em preto brilhante. As rodas de liga leve de 18 polegadas, exclusivas da versão, têm acabamento em preto fosco e o teto solar reforça o estilo requintado. Porém, é na traseira que o Si ostenta o que se costuma chamar de “assinatura de design”. O harmonioso conjunto formado pelo aerofólio e a barra de leds horizontal que atravessa a traseira conectando as lanternas em forma de “C” é elegantemente arrematado pelo amplo escapamento central cromado em formato poligonal. As pequenas letras “Si” – sigla para Sport Injected – surgem em vermelho na tampa do porta-malas.
A sigla Si deixa claro qual é a inegável atração do cupê da Honda. O motor 1.5 turbo de quatro cilindros a gasolina com injeção direta de combustível e duplo comando de válvulas variáveis no cabeçote é o mesmo adotado nas versões Touring do sedã Civic e dos utilitários esportivos HR-V e do CR-V, porém com configurações específicas de potência e torque. Com intercooler frontal e um turbo de maiores dimensões, entrega potência máxima de 208 cavalos a 5.700 rpm – superando os 173 cavalos da versão Touring do Civic. O robusto torque de 26,5 kgfm – são 22,4 kgfm na Touring – aparece a 2.100 rpm e é mantido em 70% da faixa de rotação do propulsor. Outro destaque do Si para os admiradores da esportividade é a transmissão manual de 6 velocidades. De acordo com a Honda, o câmbio atual proporciona uma sensação de aceleração ainda mais aprimorada, com engates curtos e precisos.
Para manter a tradição de se destacar no aspecto dinâmico, o cupê incorporou em sua atual geração itens como assistência elétrica adaptativa na direção de duplo pinhão com relação variável, amortecedores adaptativos e diferencial com deslizamento limitado. Os freios são de 12,3 polegadas na dianteira com largos pneus 235/40 R18. Em complemento aos amortecedores adaptativos, a suspensão tem molas mais firmes e barras estabilizadoras mais rígidas, além de braços de controle ultra rígidos atrás. Tudo isso, conforme a fabricante, para oferecer uma experiência de condução na qual o motorista pode perceber o “feedback” do piso para explorar os limites do Si com mais segurança. Por meio da tecla Sport, localizada no console central, o motorista seleciona entre dois ajustes de rodagem, que alteram parâmetros de suspensão, acelerador e assistência de direção.
Dentro das boas tradições da Honda, a segurança é valorizada no Civic Si. Lá estão o sistema ABS, com distribuição eletrônica de frenagem, o VSA (controle de tração e estabilidade), o HSA (assistente de partida em aclives) e o AHA – Agile Handling Assist, que aprimora a estabilidade em curvas. O modelo traz ainda seis airbags, câmera de ré multivisão e o sistema LaneWatch, composto por uma câmera instalada no retrovisor direito que, quando a seta é acionada, projeta a imagem aumentada no sistema multimídia para eliminar os pontos cegos.
O Civic Si foi comercializado no Brasil em três opções de cores – White Orquide Pearl (a do modelo testado), Crystal Black Pearl e Rallye Red. O modelo teve preço sugerido de R$ 184.900 – exatos R$ 38,4 mil acima dos R$ 146.500 da configuração Touring, a “top” do sedã.
Os detalhes no interior do Civic Si evocam esportividade. A ergonomia dos bancos tipo concha e o volante de boa empunhadura fazem com que o motorista praticamente “vista” o carro. Para mover o cupê, basta acionar o pedal de freio e pressionar o botão Start para dar partida. O painel exibe elementos em vermelho, mesma tonalidade adotada nas novas faixas centrais dos bancos em formato de concha, com logotipos da versão bordados no encosto. A estética é replicada nas costuras vermelhas dos bancos, das laterais de portas, da manopla e da coifa do câmbio. Também valorizam o interior o quadro de instrumentos em TFT com iluminação vermelha, os pedais em alumínio e o acabamento do painel em Dry Metal Carbon.
O cupê da Honda traz sistema de recarga de celulares sem fio, por indução, posicionado no console central. O freio de estacionamento é eletrônico e o ar-condicionado digital tem duas zonas. Em termos de conectividade, o Si traz um sistema multimídia de 7 polegadas, sensível ao toque, integrado ao Apple CarPlay e ao Android Auto, com uma conexão fácil de smartphones ao automóvel. O sistema de áudio premium de 450 watts tem dez alto-falantes. Como é inerente aos cupês de duas portas, o acesso ao banco traseiro não é dos mais fáceis.
O Civic Si é um automóvel surpreendente. Oferece dois modos de condução que, na prática, transformam o cupê em dois modelos distintos. No modo “Comfort”, os amortecedores operam de forma mais suave, a assistência da direção é aprimorada e o acelerador opera de forma menos direta, para oferecer uma condução mais suave. Desse modo, embora os 208 cavalos e os 26,5 kgfm continuem disponíveis, o Si assume um jeito mais discreto e comportado, quase como um sedã médio comum.
Já com a tecla “Sport” acionada, os amortecedores trabalham com mais carga, enquanto a resposta do acelerador fica bem mais direta e a direção, por sua vez, tem a sua assistência reduzida para tornar a conexão com o motorista mais intensa. O giro sobe rápido e reforça a sensação de agilidade. Para instigar ainda mais o motorista, no modo “Sport”, o Si ativa o Active Sound Control, que usa o poderoso sistema de áudio do cupê para amplificar o som do motor e proporcionar uma experiência sensorial mais imersiva. Quando o motorista pisa forte no acelerador, o barulho grave do motor aparece de forma arrebatadora – é difícil resistir à vontade de pisar fundo e deixar o “powertrain” ostentar acusticamente seu vigor.
Qualquer que seja o modo de direção adotado, o Si traz as qualidades desejáveis em um esportivo, como boa visibilidade, direção precisa e freios de alta performance. A experiência de dirigir é aprimorada pela alavanca de câmbio com engates precisos e pela embreagem hidráulica com acionamento macio. Afinal, no Civic Si, boa parte do “appeal” está na sensação de controle proporcionada pelo câmbio. Para ajudar o Si a respeitar os indefectíveis limites de velocidade, o piloto automático (Cruise Control) permite ajustar a velocidade desejada para o carro manter a aceleração necessária automaticamente. Um recurso tecnológico de assistência ao motorista que é bem efetivo, mas quase contraditório em um carro no qual a graça é exercer plenamente o comando.
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