A nova Sahara 300 foi lançada no final do ano passado com a difícil missão de substituir a XRE 300, uma das motos mais populares do Brasil. A saída de cena da XRE 300 em 2023 gerou uma grande expectativa se a evolução de sua sucessora justificaria a aposentadoria da pioneira e líder de vendas do segmento trail de média cilindrada.
Com tecnologia avançada e design inspirado na África Twin, a Sahara 300 está disponível com preços sugeridos com base a cidade de São Paulo, não incluindo despesas com frete e seguro, de R$ 27.090 para a Standard (cinza metálico), R$ 27.690 para a Rally (vermelho) e R$ 28.650 para a Adventure (bege metálico).
A nova Sahara 300 tem garantia de três anos, sem limite de quilometragem, mais óleo Pro Honda gratuito em sete revisões – válido a partir da terceira. O intervalo de manutenção é de 6 mil quilômetros ou seis meses após a primeira revisão.
Para ajudar o comprador e aplacar um pouco os já saudosistas da XRE 300, a marca japonesa foi buscar um comparativo entre as duas motocicletas trail com o consultor de vendas Cristiano Rodrigues, da Honda Blokton.
O nome “Sahara” é alusivo à NX Sahara 350, modelo de grande sucesso na década de 90. Com isso, a Honda ressalta que a Sahara 300 não é apenas uma continuidade da linha XRE – no mercado desde 2009 – mas uma moto com uma cara nova para a sua linha trail.
Apesar da semelhança visual entre a XRE e a Sahara 300 – seguindo um design típico da Honda para o segmento –, as duas motos se diferem em pontos importantes, como chassi, motor, eletrônica, câmbio e balança.
“O motor da Sahara 300 é mais forte e a moto é mais equipada que a XRE 300. A Sahara tem tomada USB-C no guidão para recarga do celular, embreagem assistida e deslizante, sistema ESS (alerta de frenagem de emergência) e indicação no painel de troca de marcha. E ainda incorporou o quadro de instrumentos digital da CB 300F, mais completo que o da XRE”, observa Rodrigues.
O projeto da Sahara é mais moderno, com base na CRF 250F e na CB 300F de 2015 e 2022, respectivamente, enquanto a XRE era derivada da XR 250 Tornado de 2001. De acordo com o consultor, isso influencia diretamente na ciclística.
A XRE era mais voltada para uso misto, com versatilidade para passeios na cidade, aventuras na terra e em rodovias. Já a Sahara adicionou uma maior aptidão para as trilhas, com agilidade e conforto para encarar terrenos hostis com mais desenvoltura.
“O chassi é mais leve e entrega uma melhor ciclística, adaptando-se a todos os tipos de ambientes, incluindo as trilhas”, ressalta Rodrigues. O amortecedor traseiro da Sahara 300 dispõe de um ajuste de pré-carga em sete posições, ausente na XRE. O sistema possibilita que o piloto encontre o nível mais adequado de amortecimento, sozinho, com garupa ou com carga.
Apesar de os números da XRE serem um pouco superiores, a Sahara é impulsionada por um motor mais moderno, suave e resistente, emprestado da CB Twister 300F, com uma ligeira atualização, com ganhos de 0,5 cavalos na potência e 0,14 kgfm no torque. Na Sahara 300, são 25,2 cavalos e 2,74 kgfm de torque, ante 25,6 cavalos e 2,8 kgfm na XRE.
A diferença nos números é compensada na Sahara 300 pelo comando simples no cabeçote (SOHC), que privilegia o torque em baixos giros. Na XRE, o comando é duplo (DOHC), favorecendo o desempenho em altos giros.
Na prática, conforme o consultor, a Sahara oferece mais força em baixas rotações, com respostas rápidas já a partir de 2.500 rpm, dando a sensação de que o motor é mais “esperto”. Na XRE 300, o propulsor precisa girar mais para conseguir o mesmo comportamento.
O conjunto na Sahara 300 conta com um câmbio de 6 marchas – na XRE, é de 5. A nova moto acrescenta a embreagem assistida e deslizante, tecnologia de motos de alta cilindrada, impedindo a roda traseira de travar em reduções bruscas. A parte assistida garante um funcionamento mais suave da manete, tornando as viagens e deslocamentos nas cidades menos cansativos.
“O motor gerenciado por uma transmissão de 6 velocidades era algo que os clientes pediam há tempos. Ter uma marcha a mais dá um fôlego maior, principalmente para rodar na estrada”, lembra Rodrigues, garantindo ainda que a condução é mais suave, com redução no consumo e na vibração do propulsor.
As duas motos praticamente se equivalem no consumo e no desempenho. A média de ambas fica na casa de 30 km/l de gasolina no ciclo cidade-estrada. O tanque tem a mesma capacidade (13,8 litros), para uma autonomia de até 400 quilômetros – ideal para quem curte pegar a estrada. Na velocidade final, a Honda anuncia 129 km/h para a Sahara e 130 km/h para a XRE.
Aspecto importante na nova Sahara 300 relacionado à maneabilidade, à frenagem e à performance é sua redução de peso nas versões Standard e Rally, que passou de 148 para 147 quilos. Na Adventure, o peso é de 149 quilos.
A frenagem traz sistema ABS (Antilock Brake System) de dois canais. O disco dianteiro tem 256 milímetros de diâmetro, no qual atua um cáliper de pistão duplo de comando hidráulico. O disco traseiro tem 220 milímetros e cáliper de pistão simples, também com comando hidráulico. Uma série de acessórios originais, exclusiva para a Sahara 300, está disponibilizada nas concessionárias.
A linha de acessórios criada no Brasil oferece a possibilidade de personalizar a moto e elevar seu grau de proteção e versatilidade. Diferentes opções de para-brisa, top box e protetores de carenagem e de cárter se juntam aos produtos da Honda Store, formada por capacetes, roupas específicas para pilotagem e coleção casual.
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