Sedã de porte grande da Honda, o Accord foi lançado em 1976 e atualmente está em sua décima geração, apresentada em 2018. Foi o primeiro carro não norte-americano a abocanhar o título de automóvel mais vendido nos Estados Unidos, de 1989 a 1990. Ou seja, com quarenta e cinco anos de trajetória, não falta base histórica para o Accord, que desembarca no segundo semestre deste ano em uma inédita configuração híbrida, inaugurando no Brasil a tecnologia e:HEV. Nela, o sedã combina dois motores elétricos que nunca trabalham em conjunto com o propulsor a combustão interna – esse, inclusive, é menos potente em comparação ao principal elétrico. O Accord é um dos três veículos híbridos que a Honda planeja lançar no país até 2023, dentro do seu plano de eletrificação para o mercado local. A marca oriental não divulgou o preço do Accord híbrido, mas ele substituirá a topo de linha Touring, que era oferecida a R$ 262.800. A versão híbrida passa a ser a única do sedã oferecida no Brasil.
Como parte da sua estratégia global, a Honda propõe que, até 2030, dois terços das vendas mundiais da marca sejam de veículos eletrificados, com a intenção de atingir a neutralidade de carbono até 2050. Dentro desse compromisso, foi criada a divisão Honda e:Technology para identificar as tecnologias de eletrificação. Sob o guarda-chuva da Honda e:Technology está a marca e:HEV, usada para denominar a tecnologia híbrida de dois motores elétricos de alta eficiência. Conforme a Honda, com o uso de um sistema de dois motores elétricos de alta eficiência, combinados a um 2.0 a combustão, de ciclo Atkinson, a tecnologia e:HEV proporciona uma nova experiência de condução ao volante, com aceleração e respostas vigorosas, combinada a um consumo de combustível de grande eficiência. Há três modos principais de operação, dependendo da situação de condução: “EV Drive” (100% elétrico), “Hybrid Drive” e “Engine Drive”.
O sistema alterna automaticamente entre os motores, buscando a máxima eficiência. Nos modos “EV Drive” e “Hybrid Drive”, a tração sempre ocorre apenas por meio do motor elétrico de 184 cavalos de potência e 32,1 kgfm de torque. A única diferença entre eles é se o propulsor a combustão, com 145 cavalos e 17,8 kgfm de torque, funcionará em conjunto com o motor elétrico gerador, para fornecer energia, ou não. Por se tratar de um motor elétrico de alta potência, a maior parte das condições de rodagem estarão cobertas nestes dois modos de operação. O segundo motor elétrico gera energia alimentado pelas desacelerações e pelo 2.0 aspirado, que serve como um gerador de energia para alimentar o principal elétrico, não existindo a possibilidade de recarga externa – ou seja, o Accord híbrido não é plug-in.
Como complemento, a Honda tem um terceiro modo, o “Engine Drive”, que faz uma conexão direta do motor a combustão com as rodas, por meio de um sistema de embreagem. Esse modo é acionado em velocidades mais altas de cruzeiro, quando o motor a combustão trabalha em sua faixa de maior eficiência energética. A operação do sistema é simples e busca aumentar a eficiência nas diferentes condições de rodagem. O modo “EV Drive”, 100% elétrico, é utilizado nos momentos em que o motor a combustão não é eficiente, em condições de baixa velocidade ou de aceleração suave. Outro diferencial do sistema é a sua interação com o motorista. Uma função chamada de “Seletor de Desaceleração” foi aplicada ao sistema e:HEV do Accord e permite, por meio de teclas atrás do volante, controlar o nível de desaceleração do veículo em quatro estágios.
Somada aos modos “Sport” e “Econ”, que alteram a aceleração, a função de seleção de desaceleração atua especificamente quando o condutor retira o pé do pedal da direita. O sistema pode ser utilizado como incremento do freio-motor quando há um carro à frente, em trechos sinuosos, em uma redução no sinal vermelho ou mesmo em descidas. Com isso, o Accord híbrido consegue alcançar consumo de 17,6 km/l na cidade e de 17,1 km/l na estrada, de acordo com o Inmetro. Graças à evolução dos conjuntos de baterias e da unidade de controle de energia, o Accord híbrido oferece aos ocupantes o mesmo espaço interno da versão com motor à combustão anteriormente comercializada, sem a bateria ou outros componentes do sistema híbrido ocupando o espaço para bagagem ou passageiros. As baterias ficam localizadas sob o banco traseiro.
Externamente, o Accord híbrido traz mudanças sutis, que modernizaram discretamente o estilo da geração apresentada em 2018. Na dianteira, o sedã ganhou novos para-choque e grade, com desenho mais horizontal, abrigando os novos faróis de neblina em leds. O modelo traz inéditas rodas de 17 polegadas com acabamento escurecido, enquanto na traseira, o desenho do Accord é complementado com um novo acabamento na parte inferior do para-choque. Na tampa traseira, o logo “e:HEV” identifica a versão híbrida, junto dos novos emblemas “H” frontal e traseiro com novo acabamento azul, exclusivo dos veículos híbridos da marca.
Internamente, o Accord mantém a sofisticação habitual do sedã, com novos equipamentos que ampliam a conectividade, o conforto e a segurança. Na conectividade, o sistema de áudio agora permite a integração com as tecnologias Apple CarPlay e Android Auto sem a necessidade de fios, por conexão Bluetooth. Além disso, o carregador por indução no console central está mais potente, com 15 Watts. Ainda nesse quesito, os ocupantes do banco traseiro passam a contar com duas saídas USB adicionais, para recarga de dispositivos eletrônicos. O quadro de instrumentos traz novo grafismo, adequado para todas as funcionalidades do sistema híbrido e:HEV.
Na segurança, o já conhecido pacote de tecnologias e assistência ao condutor Honda Sensing foi aprimorado. O modelo traz agora a tecnologia Low Speed Braking Control, que ativa o freio em manobras de baixa velocidade, caso detecte a possibilidade de colisão. A marca garante que o assistente de permanência em faixa e o controle de cruzeiro adaptativo trazem um funcionamento mais preciso e intuitivo. De resto, o Honda Sensing continua a englobar as tecnologias anteriores, expressas em siglas: o ACC (Adaptive Cruise Control) com o LSF (Low Speed Follow) – controle de cruzeiro adaptativo com ajuste de velocidade –, o CMBS (Collision Mitigation Braking System) com o FCW (Front Collision Warning) – sistema de frenagem para mitigação de colisão –, o LKAS (Lane Keeping Assist System) – sistema de assistência de faixa – e o RDM (Road Departure Mitigation System) com o LDW (Lane Departure Warning) – sistema para inibir evasão de pista.
Os avançados sistemas de segurança ativa e passiva incluem o VSA (assistente de estabilidade) com controle de tração, freios ABS com Electronic Brake Booster (reforço eletrônico de frenagem), monitoramento da pressão dos pneus, airbags dianteiros avançados, de cortina, laterais e de joelhos para o motorista e passageiro da frente, sendo o primeiro Honda comercializado no Brasil com oito bolsas de segurança. Outra novidade é a adoção do alerta de uso do banco traseiro, que emite um aviso ao condutor indicando “alguma coisa ou criança esquecidos” no banco de trás.
O Accord é o segundo automóvel com carreira mais longa na história da Honda, após a do Civic. Foi o primeiro modelo de uma marca japonesa a ser fabricado nos Estados Unidos e está em produção em Marysville, Estado de Ohio, desde 1º de novembro de 1982. Também é o primeiro veículo comercializado oficialmente pela Honda no Brasil e vendido desde 1992 no país. Em 2018, o modelo foi completamente reformulado, com novo design, interior refinado e muita tecnologia embarcada. Desenvolvido sobre uma nova plataforma com porte mais baixo e largo e com uma estrutura mais leve, o Accord representou ainda a chegada da tecnologia Honda Sensing ao Brasil.
Ao projetarem a décima geração do Accord, os designers e engenheiros da Honda procuraram alcançar a “confiança absoluta” em cada elemento de design e desempenho. Partindo do sólido caráter do modelo, reconhecido por usa destacada qualidade, eficiência no consumo, equipamentos e sofisticado dinamismo na condução, a equipe de engenharia proporcionou ao sedã um novo nível de apelo emocional e qualidade premium. O seu novo posicionamento, segundo a Honda, trouxe um desempenho mais refinado e cativante, um interior mais espaçoso e luxuoso e avançadas tecnologias de segurança e conectividade.
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