O Hyundai Creta Platinum é um SUV que se destaca à primeira vista com seu visual diferentão dos outros modelos do gênero, fazendo muitas cabeças se voltarem para acompanhá-lo pela rua. O design casa a robustez de suas linhas com a sofisticação que o modelo quer passar e faz as duas coisas muito bem. Polêmicas à parte, o design funciona, principalmente quando se está mais próximo do carro, que dá a noção de ser um veículo um patamar acima. Os preços partem de R$ 149.490 para a versão Platinum, testada por Motor.
Com linhas mais agressivas e cheias de vincos, o modelo passa a imagem de robustez aliada ao acabamento cromado da sua grade frontal, desenhada exclusivamente para o mercado nacional, em formato de colmeia. O conjunto óptico dianteiro complementa a frente do carro com um desenho diferenciado, trazendo luzes diurnas, faróis e lanternas em LED. No trânsito a assinatura desse design deixa o automóvel inconfundível, principalmente quando todas as luzes estão acesas no período noturno.
Já na traseira, o design também buscou trazer o diferente aliado ao sofisticado e robusto: as lanternas trazem uma assinatura de luz bem longe do que era da versão anterior, também em LED. Já os pneus para esta versão, a Platinum, são aro 17 e as rodas em liga leve, trazendo um padrão diamantado, redesenhadas para combinar com todo o conjunto.
Abrindo o capô, o modelo testado está equipado com um motor Kappa 1.0l Turbo GDI 12V DOHC D-CVVT, com 120 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 17,5 kgf.m a 1.500 rpm. É basicamente o mesmo motor usado no HB20 e, apesar do Creta ser um carro maior, o motor dá conta do recado.
Não vá esperando um carro esportivo nas acelerações, mas no trânsito do dia a dia, o propulsor é bem competente, as trocas de marchas são rápidas e tem boa aceleração. Isso garante ultrapassagens mais seguras na estrada, por exemplo, já que ele tem potência suficiente para tanto. O modelo está equipado com câmbio automático de seis marchas e a partir desta versão, vem com as aletas para a troca manual no volante.
Uma das coisas que pode incomodar alguns é a trepidação típica de um motor de três cilindros quando o carro está parado ou em uma velocidade bem baixa. Mas não é algo que faz o carro inteiro tremer e que compromete a dirigibilidade. Para quem se incomodar com isso, uma opção é manter o sistema start-stop funcionando, já que este desliga o motor em paradas de sinal.
O modelo conta com um painel de instrumentos com uma tela de 7 polegadas, com todas as informações necessárias do veículo. Emoldurando, dos lados, há também um contador de giros e outro de velocidade em formato analógico, conferindo um visual esportivo e sofisticado ao mesmo tempo.
A versão possui três modos de direção que iluminam o painel de instrumentos em cores diferentes: verde para o modo econômico, vermelho para o esportivo e azul para o modo de condução inteligente, que vai adaptando de acordo com a forma de dirigir do motorista.
Um dos destaques do console central fica para a central multimídia de 10,25 polegadas da versão, que tem controle total de todas as câmeras instaladas no modelo. Pela tela touch, o motorista pode escolher qual câmera deseja visualizar, já que tem visão de 360º do carro, um luxo que alguns concorrentes, até mesmo um degrau acima, não possuem como de série. Ao todo, as combinações das câmeras permitem até oito modos de visão.
Isso torna a direção mais segura e assertiva na hora de estacionar o veículo. Outro detalhe das câmeras é que apesar do carro não ter o aviso de ponto cego no retrovisor (aquele sinal luminoso que acende quando um veículo ou mesmo uma pessoa se aproxima das laterais do carro), ele conta com câmeras nos retrovisores (que são rebatíveis), acionadas automaticamente na tela multimídia e no painel de instrumentos, mostrando a visualização da rua naquele momento.
É um aliado e tanto na hora de estacionar e um auxílio ao se fazer ultrapassagens, principalmente em horários de trânsito intenso, onde muitos motociclistas se arriscam ao passar pelo corredor. Por outro lado, pode causar estranheza para quem está acostumado a dirigir contando apenas com os retrovisores, já que vai ser preciso acompanhar o movimento de fora também pela câmera dentro do carro.
Ainda sobre segurança, a versão vem equipada com seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, controle de velocidade de cruzeiro com limitador de velocidade, acionamento inteligente one-touch das luzes de direção, freios ABS com EBD, controles de estabilidade eletrônico e tração (ESP e TCS), assistente de partida em rampa (HAC), sinalização de frenagem de emergência (ESS) e monitoramento de pressão dos pneus (TPMS).
Faltou o pacote de segurança SmartSense, que reúne soluções inteligentes como sistema de frenagem autônomo, assistente de permanência em faixa e controle de velocidade adaptativo, mas que está disponível como de série apenas para a versão topo de linha. A Platinum é uma versão que se encaixa abaixo da Ultimate, que também possui outra motorização: o powertrain Smartstream 2.0l que oferece 167 cv de potência.
Se o Creta mudou por fora, ele também mudou por dentro. O modelo ganhou um novo desenho para o volante, com a base reta, pegada para posicionamento dos polegares e revestimento em couro na versão Platinum. Aliás, à primeira vista, o design interno dá uma sensação de sofisticação e de ser um carro bastante tecnológico quando se entra nele, com todas as câmeras disponíveis.
Outro detalhe, que pode pecar para o modelo, é o revestimento interno. Mesmo para a versão Platinum, o revestimento interno é todo de plástico duro, com alguns detalhes em material suave ao toque. Mas não é algo que depõe contra o modelo, já que este é bem acabado, com encaixes certeiros, sem aquele ar mais grosseiro de algo mais popular.
Os bancos estão revestidos em couro sintético, na cor marrom e são bastante confortáveis para dirigir. O banco do motorista tem um sistema de ventilação. A manopla de câmbio está instalada no console central e tem um desenho diferenciado, que traz mais daquele toque de sofisticação que o carro busca passar.
Ainda no console central, este possui carregamento por indução do celular, bastando colocar o aparelho sobre o local para começar a carregar. Já o espelhamento do celular pelo sistema Bluelink da Hyundai não é feito via bluetooth e sim por fio, um passo atrás do sistema Uconnect da Stellantis, onde não é preciso de cabos para fazer o espelhamento. Por outro lado, o mesmo sistema permite, por meio de aplicativo, acionar o carro a distância, permitindo ações como ligar as câmeras, o motor e o ar-condicionado.
A versão vem equipada com teto solar panorâmico, de funcionamento automático. Esteticamente, deixa o veículo mais requintado e é um adicional interessante para os ocupantes, já que permite mais claridade dentro da cabine do veículo.
O modelo ganhou alguns centímetros a mais por dentro, diminuindo o porta-malas em quase 10 litros: passou de 431 litros para 422 litros. Mas isso não comprometeu o espaço do bagageiro, que consegue acomodar muito bem algumas malas e até outros objetos maiores, já que ele tem uma base reta e boa volumetria.
Quem ganha com isso são os passageiros, já que o carro tem um espaço maior para os joelhos não ficarem tão próximos aos bancos do motorista e carona. Aliás, os ocupantes da fileira de trás têm, no console central, saída de ar-condicionado, carregador e tomada USB.
Um ponto fraco no porta-malas ficou para o acabamento interno da lataria do veículo, já que ao invés de ser na mesma pintura do carro, ela tem apenas um revestimento fosco. O mesmo para o capô, que não tem uma malha acústica, deixando aquela sensação de um trabalho incompleto ou algo que não deveria estar em um veículo que preza tanto pela sofisticação.
Mas no geral, o Hyundai Creta Platinum é um carro que se destaca por seu design, tem tecnologia de sobra, boa dirigibilidade, motor satisfatório para dar conta do trânsito no dia a dia. Ele ganha pontos para quem busca um veículo que demonstra sofisticação, mas que não tenha preços acima dos R$ 300 mil, e que traga também funcionalidade, seja pelo porta-malas satisfatório, seja pelo espaço interno que acomoda bem seus ocupantes.
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