Desde o seu lançamento, em 2016, a Toro é um sucesso de vendas. Posicionada entre as picapes compactas (Fiat Strada e Volkswagen Saveiro) e as médias com chassis de longarinas (Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger e Nissan Frontier), a picape intermediária produzida na cidade pernambucana de Goiana sempre teve no design um dos seus pontos fortes. Por conta disso, foram poucas mudanças estéticas em seus quase oito anos de mercado.
A Volcano é a única configuração da Toro disponível com as duas opções de motor – o 1.3 turbo flex T270 e o 2.0 16V turbodiesel MultiJet II. Na prática, a Volcano com motor flex funciona como uma configuração intermediária da picape, já que as versões com motorização a diesel – Volcano, Ranch e Ultra – são mais caras e ocupam o topo da gama.
Na linha 2024, apresentada em agosto do ano passado, a Volcano T270 ganhou uma nova grade mais ampla (que era exclusiva da Ranch e da Ultra) e novos wheel fenders (as proteções plásticas em torno das caixas de rodas), além de passar a contar com o Fiat Connect Me como item de série.
Em março deste ano, com o lançamento da Titano – a nova picape turbodiesel média da Fiat, que vem do Uruguai custando a partir de R$ 219.990 –, a marca resolveu dar um desconto de R$ 10 mil nas versões flex da Toro. Assim, o preço da Volcano Turbo 270 Flex – que já era considerada por muitos compradores a variante com o melhor custo-benefício da linha – agora começa em R$ 171.990, se for na cor sólida Vermelho Colorado.
As outras cores disponíveis – as metálicas Azul Jazz, Preto Carbon, Prata Billit e Granite Cristal, a perolizada Branco Polar e a especial Cinza Sting (a do modelo testado) – acrescem R$ 2.490 à fatura. Em 2024, a picape da Fiat mantém uma média de 3.406 emplacamentos mensais e aparece como o décimo oitavo automóvel mais vendido do Brasil. É a terceira picape mais emplacada no país, superada somente pelas compactas Strada e Saveiro.
As dimensões da Toro seguem as mesmas para todas as versões: 4,94 metros de comprimento, 1,84 metro de largura e 1,67 metro de altura. Sua caçamba com 937 litros é capaz de carregar até 750 quilos nas variantes flex e uma tonelada nas a diesel, com 400 quilos de reboque.
A grade com moldura cromada tornou-se mais ampla, mas os faróis em LEDs continuam divididos em duas partes, com a superior dividindo o trabalho entre luz de condução diurna e setas de direção.
Os faróis de neblina, isolados na parte inferior do para-choque, também são em LEDs. O capô traz protuberâncias que ampliam a sensação de “musculatura” do conjunto. Na frente, o logo da marca fica centralizado, ladeado pela discreta Fiat Flag (uma micro-bandeira italiana estilizada) e sublinhado pelo para-choque bojudo com “quebra-mato” embutido em tom de aço escovado. A capota marítima é de série. As maçanetas externas são cromadas e as carenagens dos retrovisores, as molduras das janelas e a coluna central das portas são em preto.
As rodas de liga leve de 18 polegadas calçam pneus 225/60 R18 On-Road. Um elegante rack com barras longitudinais e “brake light” em LEDs arrematam o teto. O opcional Design Black, que não estava no modelo testado, incorpora tonalidades escurecidas na grade, no “overbumper”, nas rodas, no rack de teto, nas molduras de vidros e de portas e nos logotipos “Fiat” dianteiro e traseiro.
A linha 2024 da Toro manteve as duas opções de motorização. O motor T270 Flex, o turbo bicombustível mais potente e de maior torque produzido no Brasil, gera 185 cavalos de potência com etanol a 5.750 rotações por minuto e torque de 27,5 kgfm a 1.750 rpm e é acoplado à transmissão de 6 velocidades.
Seu sistema eletro-hidráulico permite o controle totalmente flexível da duração e da elevação das válvulas de admissão. O turbo de baixa inércia proporciona volume de ar reduzido entre o compressor e o coletor de admissão para oferecer uma resposta mais rápida. Todas as versões flex da Toro têm tração dianteira. Reservado às configurações mais caras da Toro, o propulsor MultiJet II 2.0 16V turbodiesel tem 170 cavalos e 36,4 kgfm de torque, combinado ao câmbio automático de 9 marchas e à tração 4x4.
A Fiat Toro Volcano T270 traz de série sete airbags (dois laterais, dois de cortina, dois frontais e um de joelhos para o motorista), apoio de braço para os bancos dianteiros, abertura elétrica do bocal de combustível, ar-condicionado digital de duas zonas, capota marítima, sensor de ré, quadro de instrumentos digital, câmera de ré, assistente de partida em rampa e bloqueio eletrônico do diferencial ESC, volante de couro com borboletas para trocas de marcha, controlador de velocidade, luzes ambientes para a cabine, banco do motorista elétrico, chave presencial, sensor de estacionamento dianteiro, carregador de celular por indução e retrovisores rebatíveis eletricamente.
A picape vem com internet 4G nativa – por meio de um chip da TIM pago à parte – unido ao serviço Fiat Connect Me. Com o aplicativo instalado no smartphone, é possível conferir dados do computador de bordo e acessar a localização do veículo, ligar buzina e luzes – algo funcional para ajudar a encontrar a picape em um estacionamento grande.
De fábrica, a Volcano T270 traz um multimídia com tela de 8,4 polegadas “touchscreen”, conectividade sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, comandos de voz, Bluetooth, MP3, rádio AM/FM e entradas Aux e USB. A central multimídia vertical Uconnect de 10,1 polegadas “touchscreen” – presente no modelo avaliado – é um opcional parte do Pacote Tecnologia, que acrescenta ainda AEB (frenagem autônoma de emergência), LDW (aviso de saída de pista) e AHB (comutação automática do farol alto), somando R$ 5.890 ao preço.
O acabamento do interior da Toro Volcano não transmite grande percepção de requinte, mas aparenta qualidade na montagem. Não é difícil de se encontrar uma boa posição para dirigir, graças à regulagem de altura e distância do volante e aos ajustes elétricos do banco do motorista. Os bancos frontais com forrações em couro sintético são confortáveis, no entanto, os de trás têm um encosto demasiadamente verticalizado – alguma inclinação tornaria as viagens longas mais agradáveis.
A cabine da picape oferece uma boa quantidade de porta-objetos, que possibilitam abrigar de forma eficiente celular, chaves, carteira e garrafas. Opcional, a vistosa central multimídia vertical Uconnect de 10,1 polegadas tem espelhamento para Apple CarPlay e Android Auto sem fio, comandos de voz, Bluetooth, MP3, rádio AM/FM, entrada Aux e porta USB e oferece interface com o usuário simples e intuitiva, facilitada pelos comandos no volante. Mostra ainda amplas imagens da câmera de ré.
A entrada do turbo é perceptível, de 1.500 a 2 mil giros, e o câmbio automático Aisin de 6 marchas ajuda a dar ao veículo um comportamento bastante “esperto”. Em uma velocidade estável de 120 km/h, o motor não passa das 2 mil rpm. Para quem gosta de exercer o controle do motor, acionar as marchas manualmente na alavanca do câmbio ou nos “paddles shifts” atrás do volante é uma opção. Com o torque disponível já em baixos giros, as ultrapassagens são facilitadas. A tecla Sport muda as respostas do câmbio, do pedal do acelerador e o peso da direção.
Na picape intermediária em monobloco da Fiat, as suspensões MacPherson na frente e multilink atrás ajudam a conferir um rodar equilibrado, mesmo em velocidades maiores e sem carga na caçamba, com baixo peso no eixo traseiro. O conjunto filtra bem as irregularidades do piso. Nos trechos sinuosos, as rolagens de carroceria são discretas e a carroceria sacoleja um pouco, mas é preciso radicalizar demais para que as assistências dinâmicas entrem em ação.
Os pneus Pirelli Scorpion 225/60 R18 ajudam a manter a picape sob controle. A direção elétrica é um tanto leve em velocidades mais elevadas, porém, bastante confortável em manobras. Nas trilhas, como a tração da Volcano T270 é apenas frontal, é uma boa opção usar o TC+, que funciona como um bloqueio eletrônico do diferencial. Assistências como um piloto automático adaptativo (ACC) e um alerta de ponto cego fazem falta e seriam bem-vindos à versão.
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