Quando a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) inaugurou sua fábrica brasileira da Jeep, em abril de 2015, a indústria automotiva nacional entrava em crise. E a empresa apostou na força da marca no segmento que mais cresce no Brasil e em todo o mundo – o dos utilitários esportivos.
Em 2016, em seu primeiro ano cheio como fabricante nacional, a Jeep comercializou 59.077 unidades e foi a 10ª que mais vendeu no país. Em três anos, mais do que dobrou suas vendas e, com os 129.481 emplacamentos de janeiro a dezembro do ano passado, se posicionou como a 8ª mais vendida do país.
A performance é puxada pelos dois modelos produzidos em Goiana (PE): Renegade e Compass. No ano passado, foram 68.737 emplacamentos do compacto e 60.371 do médio – se mantiveram como os dois SUVs mais vendidos do Brasil.
No Compass, numa faixa de preços acima do Renegade, uma das versões mais procuradas é a Limited 2.0 diesel 4x4, a intermediária entre as básicas Sport e Longitude e as “tops” Trailhawk e S.
No design, o modelo 2020 pouco mudou em relação ao lançado em 2016. Chama a atenção o equilíbrio de características que ressaltam a esportividade dos SUVs com outras que evocam a sofisticação dos carros de passeio mais requintados.
O consumo, segundo o Inmetro, é de 9,8 km/l na cidade e 11,4 km/l na rodovia. A tração pode ser frontal, 4x4 ou 4x4 reduzida e o sistema Selec-Terrain disponibiliza pré-configurações para dirigir na neve, areia e lama.
Bem equipada, a versão Limited 4x4 a diesel traz, entre outros, chave presencial, central multimídia com GPS, Bluetooth e tela sensível ao toque com 8,4 polegadas, com comando de voz.
No quesito segurança, há controle eletrônico de estabilidade, sistema anticapotamento, monitoramento de pressão de pneus, assistente de partida em rampa, controle de velocidade de cruzeiro e direção de torque dinâmico, que auxilia a virar o volante corretamente em uma situação de perda de aderência.
Além dos dois airbags frontais, a versão traz os de cortina, laterais e de joelhos para o motorista. E agrega ainda chave presencial com partida por botão (Keyless), sensor de ponto cego, park assist, rodas de liga leve de 19”, rack de teto cromado e sensores crepuscular e de chuva.
O preço base do Compass Limited 2.0 Turbo Diesel Automático é de R$ 182.790, em cores sólidas. As metálicas acrescentam R$ 1 mil ao preço, mas a perolizada Branco Polar Bicolor soma R$ 1.500. Com todos os opcionais e com bancos em Ski Gray, como o modelo testado, o preço sobe para R$ 203.740.
Por dentro, o Compass proporciona uma agradável sensação de espaço. Sobra área livre para as pernas dos passageiros do banco de trás. Há saídas de ar-condicionado e tomada para a segunda fileira. Os 410 litros do porta-malas são coerentes com o segmento de SUVs médios.
A suspensão reage com eficiência aos desníveis do solo e o isolamento acústico funciona. A vibração é baixa para um motor a diesel.
O motor 2.0 Multijet entrega 170 cavalos de potência e 35,7 kgfm de torque máximo, 80% disponíveis já a partir dos 1.500 giros. Não falta força para arrancadas e ultrapassagens: basta pisar mais forte no acelerador que o carro ganha velocidade de forma rápida e consistente. A exuberância do motor a diesel é aproveitada com eficiência pelo câmbio automático de 9 velocidades.
No asfalto, tem um comportamento dinâmico similar ao de um sedã médio. Apesar da altura elevada, pouco inclina nas curvas. No off-road, a suspensão equilibra os movimentos da carroceria sem transmitir excessivos solavancos. Os bons ângulos de entrada e saída favorecem os trajetos fora-de-estrada.
Os diferentes modos de direção permitem melhor dirigibilidade em pista molhada ou pisos de baixa aderência, como areia e lama. O controle de descida permite encarar declives acentuados sem o uso de freio.
O Compass Limited diesel 4x4 consegue entregar um comportamento dócil de carro de passeio sem abandonar o estilo audaz inerente a um Jeep. Um carro com estilo e atitude, para quem procura um modelo familiar que viabilize também algumas estripulias nas trilhas. Uma pena que completo, como na versão testada, o preço passe dos R$ 200 mil.
Agência Automotrix
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