O mês de maio registrou a maior média diária de vendas de veículos no país desde 2019, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foram 9.250 unidades vendidas por dia no país, apesar de ser um mês com um dia útil a menos, com feriado e também com uma queda de 64% nas vendas de carros no Rio Grande do Sul, em virtude das inundações causadas pelas chuvas.
“Em relação ao mês de maio de 2023, houve um crescimento de 10% e, no montante do ano, de 14,9% quando comparado com o ano anterior. As enchentes no Rio Grande do Sul foram responsáveis pela perda de 6,5 mil emplacamentos neste período, além da previsão de queda em relação a abril, por conta da sazonalidade. Mas em termos de média diária, maio foi o melhor mês”, explica o presidente da Anfavea, Marcio Leite.
A produção de veículos em maio com relação a abril registrou uma leve queda de 5,6%, mesmo com paralisações nas fábricas e os reflexos das operações-padrão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Outro fator que também interferiu na produção é a situação no Rio Grande do Sul, que abriga cerca de 500 fornecedores do setor, que ainda não normalizaram suas fábricas. Por outro lado, quando comparada ao montante do ano, em relação a 2023, a produção teve um crescimento de 2,9%.
Um dos pontos, porém, que tem preocupado a indústria, têm sido as exportações, que também foram impactadas pelas paralisações do Ibama e Mapa, segundo o presidente da Anfavea. “Esse tem sido o grande desafio do setor, já que as exportações continuam perdendo força nos mercados de destino, principalmente Chile, Colômbia e Argentina, pois estão sendo impactados por questões econômicas”, afirma Leite.
As importações também são outro ponto que “desafia” a indústria, uma vez que o volume de veículos emplacados provenientes de outros países chegou a 160 mil de janeiro a maio deste ano. “São 44 mil a mais do que no mesmo período de 2023, sendo que 82% são provenientes da China. Este é um momento de muita cautela”, atenta Leite.
Muitos desses modelos vindos da China são veículos eletrificados, que chegaram a 64,8 mil emplacamentos em 2024. “É um número bem próximo ao total de veículos com novas tecnologias (eletrificados) que foram vendidos em 2023 e nem chegamos na metade do ano ainda”, comenta.
Em complemento a isso, os modelos 100% elétricos já superaram o total de emplacamentos de 2023: até o final de maio, foram 26 mil veículos elétricos vendidos ante 20 mil comercializados no ano passado inteiro. “A importação é o grande desafio do setor, mesmo com a recomposição tarifária”, diz.
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