O mês de maio teve a pior performance de vendas de veículos leves e comerciais zero quilômetro desde 2016. E registrou, ainda, uma queda na média diária de vendas de 10,3% em relação a abril, mesmo com quatro dias úteis a mais, segundo análise feita pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), nesta sexta-feira (2).
Dados da entidade têm apontado para uma queda na média diária de vendas: em abril, superava as 8.420 unidades, enquanto, em maio, a média diária de vendas dos segmentos ficou em 7.560 unidades, totalizando 166.361 emplacamentos. Isso faz com que maio de 2023 ocupe a 175ª colocação, em volume, no ranking histórico de emplacamentos de automóveis e comerciais leves.
“Com esse resultado, o mês de maio, excluindo o do ano de 2020, quando vivíamos o auge da pandemia e muitas concessionárias estavam apenas com suas oficinas abertas, se tornou o pior desde 2016, para esses segmentos. Na primeira metade da década de 2010, o mês de maio chegou a registrar mais de 300 mil autos e leves emplacados. Precisamos, urgentemente, que as medidas do governo sejam implantadas”, alerta o presidente da Fenabrave, Andreta Jr.
A restrição de crédito, principalmente com os juros de financiamento automotivo muito altos, e a queda no poder de compra do consumidor foram as principais causas apontadas para esse cenário. Por outro lado, há uma expectativa por parte da indústria automotiva para que as vendas melhorem com as medidas divulgadas pelo governo federal, no dia 25 de maio, para movimentar o setor, ao baixar impostos. No entanto, ainda não foram divulgadas as regras.
Segundo Andreta Jr., ele tem recebido ligações de seus filiados alegando paralisação nas vendas, por conta de o “consumidor estar em compasso de espera, pelo projeto do governo. Essa é uma situação muito difícil, pois, além das metas, estabelecidas pelas montadoras, as concessionárias têm compromisso com mais de 310 mil colaboradores diretos”.
Após a divulgação do plano do governo para buscar aumentar a venda de carros zero quilometro no Brasil (a medida valerá apenas para modelos com valor de até R$ 120 mil), entidades do setor automotivo divulgaram notas se posicionando sobre o assunto. A Fenabrave, inclusive, contou que participou das tratativas junto ao governo.
Para a entidade, a expectativa é que o “projeto expanda a base de consumo de carros zero quilômetro no país, por meio do repasse da redução tributária, que será obtida pelas montadoras, aos consumidores, além de uma possível ampliação do crédito”. Segundo o presidente da Fenabrave, o volume de carros que serão adicionados ao mercado, com o projeto, dependerá do tempo de vigência e do repasse dos benefícios, pelas montadoras.
“Para isso, a comercialização dos veículos deve ser realizada, exclusivamente, por meio das concessionárias de veículos existentes no Brasil, a fim de garantir que o benefício fiscal chegue, efetivamente, ao consumidor final”, acrescenta Andreta Jr.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também achou positiva a medida, que tem potencial para gerar um aumento de vendas de 200 mil a 300 mil unidades. “Essa medida alcança também os atuais modelos que estão disponíveis para venda em concessionárias. As montadoras estão se preparando para atender esta nova demanda e por isso as pré-vendas já estão disponibilizadas”.
“Não haverá perdas tecnológicas e de segurança veicular nos carros. São os mesmos modelos de hoje no mercado, com preços reduzidos por conta da menor incidência de IPI e PIS/COFINS. Os descontos serão maiores aos modelos mais acessíveis, de maior índice de nacionalização, maior eficiência energética e mais ambientalmente corretos”, destaca o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta