Quando o Fiat Pulse foi lançado, no final de 2021, o estreante motor tricilíndrico 1.0 GSE com turbocompressor e injeção direta, com a denominação Turbo 200, era o destaque do primeiro utilitário esportivo compacto da marca italiana no Brasil. Mas o Turbo 200, que rende 130 cavalos e 20,4 kgfm com etanol, foi reservado às configurações Audace e Impetus, com preço mais elevado (atualmente oferecidas por R$ 123.990 e R$ 138.990, respectivamente).
Com poucas diferenças estéticas entre as versões, o preço levou muitos consumidores a optarem pela variante Drive CVT. Movida pelo motor 1.3 Firefly Flex de quatro cilindros aspirado de 107 cavalos de potência e 13,7 kgfm de torque, acoplado a um câmbio automático CVT, a Drive CVT custa R$ 112.990 – há ainda uma opção Drive com câmbio manual de 5 velocidades, que parte de R$ 107.990 e também vende bem, porém, o câmbio automático é uma exigência cada vez mais predominante no segmento de SUVs.
Há um ano, para tentar embalar as vendas, a Fiat resolveu criar um patamar intermediário entre as configurações Drive CVT e a Audace. Assim surgiu a versão S-Design, de R$ 120.990. Ela tem como base a Drive CVT e incorpora itens de estilo e alguns equipamentos considerados desejáveis no segmento.
O Pulse S-Design mantém as dimensões e capacidades das outras versões da linha – são 4,09 metros de comprimento, 1,57 metro de altura, 1,77 metro de largura e 2,53 metros de entre-eixos. Com um estilo desenvolvido pela equipe do Design Center South America da Stellantis, em Betim (MG), o Pulse parece uma opção “vitaminada” do Argo – o hatch compartilha a plataforma MLA com o SUV.
Na versão Drive, alguns cromados das configurações mais caras dão lugar a acabamentos em preto. Os faróis de leds são afilados, com friso cromado de lado a lado. Abaixo, fica uma segunda entrada de ar, com nichos para os faróis auxiliares de neblina de leds da Audace e da Impetus – o item é ausente na Drive e na S-Design, que ostentam uma singela tampa preta no local.
O aspecto “aventureiro” é explicitado na lateral, com grandes arcos em torno dos para-lamas e rack longitudinal no teto. A suspensão elevada valoriza o porte de utilitário esportivo.
Na traseira, as lanternas tridimensionais em leds têm perfil elevado e o spoiler do teto amplia a sensação de tamanho. Em relação à Drive CVT, a S-Design traz diferenciais estéticos que tornam o visual mais estiloso, como teto, aerofólio traseiro e retrovisores externos na cor preta, logotipos “Fiat” e Skid Plate (placa protetora inferior também conhecida como “peito de aço”) escurecidos, rodas de liga leve de 16 polegadas escurecidas (são de aço com calotas na Drive) e badge lateral “S-Design”.
O interior também é escurecido, com detalhes em preto e em cinza brilhante.
Em termos de equipamentos, o Pulse Drive CVT vem com quatro airbags, ar-condicionado digital e automático, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos nas quatro portas, travas elétricas, retrovisores externos com ajuste elétrico, volante multifuncional, central multimídia com tela de 8,4 polegadas com conexão para Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade de cabo (traz entradas USB e USB do tipo C).
Para justificar os R$ 5 mil a mais em relação à Drive CVT, além dos aprimoramentos estéticos, um destaque da S-Design é a central multimídia Uconnect de 10,1 polegadas com espelhamento sem fio com Android Auto e Apple CarPlay e navegação GPS embarcada. Sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré e Wireless Charger (carregador do celular por indução), que são opcionais na Drive CVT, são de série na S-Design.
E a chave Keyless Enter n’Go (presencial para travas e ignição, com acionamento do motor remoto via chave) completa o pacote da versão.
Não há opcionais para o Pulse S-Design, apenas acessórios disponíveis nas concessionárias – que incluem adesivos para a carroceria, alto-falantes triaxiais, trava de segurança para o estepe, barras transversais para o rack e suporte para bicicleta no teto.
Além da cor Branco Banchisa com teto Preto Vulcano do carro testado, que acrescenta R$ 990 ao preço, o modelo é oferecido nas cores Preto Vulcano (sem acréscimo no preço), Vermelho Montecarlo com teto Preto Vulcano (mais R$ 990), Cinza Silverstone com teto Preto Vulcano (mais R$ 1.990), Cinza Silverstone com teto Preto Vulcano (mais R$ 1.990), Prata Bari com teto Preto Vulcano (mais R$ 1.990) e Cinza Strato com teto Preto Vulcano (mais R$ 1.490).
O espaço interno do Pulse é correto para um utilitário esportivo compacto. Os revestimentos da versão Drive S-Design são simples, com bancos em tecido, mas com boa ergonomia. Os revestimentos em tons escuros mostram cuidado no acabamento e harmonia nas padronagens.
O painel é simples e funcional. Traz uma pequena tela de 3,5 polegadas configurável, com informações básicas do computador de bordo. O multimídia Uconnect tem tela de 10 polegadas em estilo “flutuante” e a conectividade é das mais amistosas do segmento, com fácil espelhamento de smartphones sem fio.
O volante, revestido em plástico, é bem simples e não corresponde a uma versão chamada S-Design. Nele, ficam o botão vermelho do modo “Sport” e os comandos do som e do computador de bordo.
A coluna de direção não tem regulagem de profundidade, somente de altura. Há bom espaço para pernas, cabeças e ombros, principalmente na frente. Na traseira, o espaço é bom para dois adultos – um terceiro fica com os pés sobre o túnel central. O motor Firefly não é dos mais rumorosos e o isolamento do habitáculo é correto. O porta-malas tem 370 litros, razoável para o segmento.
O motor 1.3 Firefly Flex aspirado de quatro cilindros, que direciona a força para as rodas dianteiras do Pulse S-Design, é um velho conhecido e equipa outros modelos da marca, como o hatch Argo, o sedã Cronos e a picape Strada. Nunca foi arrebatador, mas também não chega a entediar quem dirige.
Com a convivência, é possível aproveitar melhor o entrosamento entre motor e câmbio – no caso um CVT com 7 marchas simuladas. No SUV, o conjunto gera potência de até 98 cavalos com gasolina e 107 cavalos com etanol e torque de 13,2 kgfm com o primeiro combustível e 13,7 kgfm com o segundo.
Com esses números, a Fiat aponta uma aceleração de zero a 100 km/h em 12,2 segundos com gasolina e 11,4 segundos com etanol. A velocidade máxima é de 173 km/h com gasolina e 177 km/h com etanol. De acordo com o Inmetro, o modelo registra médias urbanas de 8,8 km/l e 12,5 km/l e rodoviárias de 10,6 km/l e 14,5 km/l, respectivamente com etanol e gasolina.
No Pulse S-Design, todo o conjunto é mais focado em conforto do que em performance. A direção elétrica tem boa resposta e a leveza adequada, e os freios respondem bem quando solicitados. Não há aletas para trocas manuais das marchas simuladas – elas podem ser comandadas pelo motorista apenas na alavanca de câmbio.
O modo “Sport” muda o mapeamento do câmbio para ganhar mais ímpeto e faz com que o motor passe a trabalhar em uma faixa de giros um pouco mais elevada – além de aumentar o nível de ruído e o consumo. A direção elétrica se torna mais firme, o acelerador fica mais sensível e as retomadas se tornam mais ágeis.
Controles de tração e estabilidade ajudam a manter a postura equilibrada do modelo. O Pulse S-Design não oferece quaisquer sistemas avançados de auxílio ao motorista (ADAS) – em termos de segurança, traz apenas os obrigatórios ABS, controle de estabilidade e tração e airbags frontais. A configuração acrescenta apenas os airbags do tipo cortina e os sensores de pressão dos pneus.
O pacote S-Design melhora a convivência com o modelo com itens como chave presencial, carregador de celular por indução, sensor e câmera de ré. Em termos de suspensão, os engenheiros da Fiat optaram pelo conforto, sem abrir mão da consistência do conjunto – o SUV absorve bem as irregularidades do piso.
Os bons ângulos de entrada (20,3 graus) e de saída (31,4 graus) e a distância em relação ao solo (18,8 centímetros) ajudam a transpor lombadas e valetas. Para os caminhos mais hostis, a transmissão conta ainda com o Traccion Control Plus, ou TC+, um sistema de bloqueio eletrônico de diferencial que controla o escorregamento das rodas para enfrentar situações com falta de aderência. Ele é aplicado apenas em baixa velocidade, pois desabilita o controle de estabilidade.
* Valores atualizados com base no site da Fiat em 24/10/2024.
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