A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) divulgou nesta terça-feira (17), em encontro virtual, um levantamento que aponta que foram vendidas 1.361.941 motocicletas no último ano, alta de 17,7% em comparação a 2021 (1.156.776 unidades), sendo o melhor resultado em oito anos (1.429.692 motocicletas). Só no Espírito Santo, o crescimento foi de 20,9%, com 29.053 emplacamentos.
Os dados também mostraram que a produção da indústria nacional de motocicletas fechou o ano passado com a produção de 1.413.222 motocicletas, o que representa um volume de 18,2% superior ao registrado em 2021 (1.195.149), melhor resultado desde 2014, que foram 1.517.662 produções.
Entre as categorias, a Street é a mais licenciada em nível nacional, com 686.807 unidades e 50,4% de participação no mercado. “As fábricas priorizaram a produção desse modelo para atender à alta da demanda, influenciada principalmente pela grande utilização profissional. Outras categorias também registraram aumento expressivo nos licenciamentos como a custom, motoneta, scooter e trail”, apontou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
Na avaliação de Fermanian, esses números comprovam a retomada gradual do crescimento do setor após enfrentar um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da Covid-19. “Depois disso, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor, que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, para evitar a aglomeração no transporte público ou para ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”, explicou.
A Abraciclo estima que serão produzidas 1.550.000 motocicletas em 2023, representando uma alta de 9,7% em comparação às 1.413.222 unidades que saíram das linhas de montagem em 2022.
No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1,49 milhão de motocicletas, o que corresponde um crescimento de 9,4% em relação ao último ano (1.361.941 unidades). As exportações deverão alcançar 59 mil unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado (55.338 motocicletas).
“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”, frisa ainda o presidente da entidade.
Desde o dia 1º de janeiro deste ano, todas as motocicletas produzidas passam a contar com uma série de novas tecnologias responsáveis pelo cumprimento do limite máximo dos níveis de emissões estabelecido em resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que diz respeito à quinta fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot).
Isso quer dizer que, por exigência, os ciclomotores precisam vir da fábrica com equipamentos como o OBD (On Board Diagnosis), que emite alertas no painel de instrumentos no caso de uma eventual falha no sistema de emissões; e o cânister, que absorve e reaproveita os gases liberados no tanque.
Esses veículos também precisam ter novos catalisadores, que têm maior capacidade de conversão dos gases tóxicos em gás carbônico e água, e possuir mecanismos evoluídos na calibração dos sistemas de injeção eletrônica.
Para atender a essa norma, empresas associadas da Abraciclo estão realizando uma série de investimentos para a melhoria dos níveis de controle de emissão de gases nas motocicletas. “O Brasil é referência internacional e um dos países com a legislação mais avançada do mundo no que se refere a emissões veiculares”, ressalta o diretor-executivo da instituição, Paulo Takeuchi.
Ainda de acordo com a Abraciclo, os números comprovam essa afirmação. Uma motocicleta produzida em 2003 emitia cerca de 390 kg/ano de CO2 no ensaio de 30 mil km. Já em 2023, esse índice promete cair para 30 kg/ano, ou seja, uma redução de 92% em duas décadas.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta