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Óleos e resíduos automotivos: o que é feito com o que sobra?

Óleos e resíduos automotivos: o que é feito com o que sobra?

Pneus, filtros e peças usadas. Quando a manutenção é finalizada, restam os resíduos automotivos. Mas você sabia que muitos desses materiais exigem um processo de descarte adequado?

Publicado em 9 de julho de 2023 às 06:00- Atualizado há um ano

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O descarte de óleos lubrificantes, por exemplo, está previsto na Lei 5541/09, que exige uma destinação adequada de modo que não afete o meio ambiente.
O descarte de óleos lubrificantes está previsto na Lei 5541/09, que exige uma destinação adequada para não afetar o meio ambiente. (Shutterstock)
Vinícius Viana
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Óleos queimados, pneus, peças usadas, filtros, enfim, muitos desses produtos utilizados por oficinas e concessionárias na reparação de veículos exigem uma destinação adequada a fim de evitar poluição no meio ambiente. Mas você sabe para onde vão esses resíduos?

O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa), Diego Receputi, explica que, para abrir uma oficina, o primeiro passo é emitir um alvará de funcionamento. Esse documento só pode ser obtido com a emissão de algumas certidões ambientais que informam os contaminantes produzidos e como eles serão retirados.

Isso porque o descarte de óleos lubrificantes, por exemplo, está previsto na Lei 5.541/09, que exige uma destinação adequada de modo que não afete o meio ambiente. Diego Receputi conta ainda que muitas empresas especializadas compram o material excedente de oficinas e devem emitir um certificado de remoção e destinação.

Aspas de citação

Já para outros materiais contaminantes como embalagem das pastas de freio e vasilhame de óleo, é contratada uma empresa, que às vezes é a mesma que faz a aquisição do material excedente, para recolher esses resíduos. Nesse processo também é emitido um certificado acompanhado de uma nota fiscal.

Diego Receputi
Presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa-ES)
Aspas de citação

Todo esse cuidado existe, porque, segundo o diretor da Divisão de Veículos Honda Shori/Grupo Pianna, Giovanni Lamborghini, os perigos não são apenas ambientais, como a contaminação de afluentes, ou o manuseio de materiais tóxicos sem equipamentos inadequados.

Mas também existe um perigo social com a manutenção incorreta de uma cadeia de abastecimento de suprimentos ou recicláveis manuseados por pessoas sem os conhecimentos para exercer essa função.

“Hoje, grandes companhias têm iniciado pautas de discussão de um selo denominado ESG, que engloba diversas práticas sustentáveis, dentre elas o meio ambiente e, por consequência, a gestão de resíduos. As montadoras certificam as concessionárias por meio dos programas internos. Já o mercado informal fica a cargo, especialmente, dos órgãos públicos em sua fiscalização”, destaca o diretor.

Descarte consciente

Um programa que chama atenção nesse mercado é o Descarte Consciente da Associação das Empresas de Filtros (Abrafiltros). O gestor de projetos e coordenador da iniciativa, Marco Antônio Simon, conta que só no Espírito Santo já foram reciclados mais de 3,2 milhões de filtros de óleo lubrificante automotivo.

Empresas especializadas são contratadas para fazer o descarte dos materiais excedentes
Empresas especializadas são contratadas para fazer o descarte dos materiais excedentes. (Shutterstock)

Esse número, aliás, representa, pelo menos, 10% do total reciclado no Brasil, já que o projeto se expande para outros Estados e foi responsável pela reciclagem de mais de 34 milhões de filtros desde 2012.

“Contatamos as oficinas e os postos e questionamos se desejam fazer parte do nosso programa e, então, fazemos a coleta no estabelecimento conforme o que é produzido”, comenta Marco Antônio.

Vale ressaltar que os resíduos produzidos são classificados de acordo com a composição e periculosidade e seguem as categorias abaixo:

  • Classe I: resíduos perigosos
  • Classe IIA: resíduos não perigosos e não inertes
  • Classe IIB: resíduos não perigosos e inertes

O diretor da Divisão de Veículos Honda Shori/Grupo Pianna, Giovanni Lamborghini, comenta que o menor potencial poluidor é dos resíduos Classe IIB. Porém, tanto os Classe I quanto os Classe IIA e IIB, são passíveis de reciclagem, como exemplo:

  • Plásticos diversos (Classe IIB);
  • Papéis e papelões (Classe IIA);
  • Sucatas ferrosas (Classe IIB);
  • Sucatas de alumínio (Classe IIB);
  • Vidros (Classe IIB).

“Em todos os casos, os descartes corretos se iniciam com a correta orientação dos profissionais da empresa, com as alocações corretas em espaços reservados para cada tipo de resíduo e periodicamente destinado a empresa terceirizada que realiza os recolhimentos e destinações corretas”, finaliza Lamborghini.

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