Óleos queimados, pneus, peças usadas, filtros, enfim, muitos desses produtos utilizados por oficinas e concessionárias na reparação de veículos exigem uma destinação adequada a fim de evitar poluição no meio ambiente. Mas você sabe para onde vão esses resíduos?
O presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa), Diego Receputi, explica que, para abrir uma oficina, o primeiro passo é emitir um alvará de funcionamento. Esse documento só pode ser obtido com a emissão de algumas certidões ambientais que informam os contaminantes produzidos e como eles serão retirados.
Isso porque o descarte de óleos lubrificantes, por exemplo, está previsto na Lei 5.541/09, que exige uma destinação adequada de modo que não afete o meio ambiente. Diego Receputi conta ainda que muitas empresas especializadas compram o material excedente de oficinas e devem emitir um certificado de remoção e destinação.
Todo esse cuidado existe, porque, segundo o diretor da Divisão de Veículos Honda Shori/Grupo Pianna, Giovanni Lamborghini, os perigos não são apenas ambientais, como a contaminação de afluentes, ou o manuseio de materiais tóxicos sem equipamentos inadequados.
Mas também existe um perigo social com a manutenção incorreta de uma cadeia de abastecimento de suprimentos ou recicláveis manuseados por pessoas sem os conhecimentos para exercer essa função.
“Hoje, grandes companhias têm iniciado pautas de discussão de um selo denominado ESG, que engloba diversas práticas sustentáveis, dentre elas o meio ambiente e, por consequência, a gestão de resíduos. As montadoras certificam as concessionárias por meio dos programas internos. Já o mercado informal fica a cargo, especialmente, dos órgãos públicos em sua fiscalização”, destaca o diretor.
Um programa que chama atenção nesse mercado é o Descarte Consciente da Associação das Empresas de Filtros (Abrafiltros). O gestor de projetos e coordenador da iniciativa, Marco Antônio Simon, conta que só no Espírito Santo já foram reciclados mais de 3,2 milhões de filtros de óleo lubrificante automotivo.
Esse número, aliás, representa, pelo menos, 10% do total reciclado no Brasil, já que o projeto se expande para outros Estados e foi responsável pela reciclagem de mais de 34 milhões de filtros desde 2012.
“Contatamos as oficinas e os postos e questionamos se desejam fazer parte do nosso programa e, então, fazemos a coleta no estabelecimento conforme o que é produzido”, comenta Marco Antônio.
Vale ressaltar que os resíduos produzidos são classificados de acordo com a composição e periculosidade e seguem as categorias abaixo:
O diretor da Divisão de Veículos Honda Shori/Grupo Pianna, Giovanni Lamborghini, comenta que o menor potencial poluidor é dos resíduos Classe IIB. Porém, tanto os Classe I quanto os Classe IIA e IIB, são passíveis de reciclagem, como exemplo:
“Em todos os casos, os descartes corretos se iniciam com a correta orientação dos profissionais da empresa, com as alocações corretas em espaços reservados para cada tipo de resíduo e periodicamente destinado a empresa terceirizada que realiza os recolhimentos e destinações corretas”, finaliza Lamborghini.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta