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Pensando em comprar um carro elétrico? Saiba o que considerar

Pensando em comprar um carro elétrico? Saiba o que considerar

Interesse pela categoria vem crescendo cada vez mais no Brasil e mercado tem apresentado, aos poucos, vantagens para quem deseja aderir a essa categoria

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 14:00- Atualizado há 10 meses

Ícone - Tempo de Leitura 5min de leitura
Carros 100% elétricos: Entenda por que manutenção é mais barata
Categoria de carros 100% elétricos vem crescendo no Brasil. (Freepik)
Jessica Coutinho
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Com a entrada cada vez maior de carros eletrificados (que possuem um motor elétrico) no mercado, principalmente com a chegada de modelos com valores mais acessíveis, os brasileiros vêm estudando as vantagens de aderir aos veículos totalmente elétricos.

Mas qual a grande vantagem deles com relação aos modelos comuns à combustão? Para isso, conversamos com especialistas da área para explicar sobre quais as principais vantagens dos elétricos, principalmente quando se fala em custo de manutenção.

Primeiro, é preciso entender o que são os carros 100% elétricos. Diferentemente dos veículos à combustão (abastecidos com combustíveis fósseis, como a gasolina, ou renováveis, como o etanol), a categoria elétrica utiliza energia para alimentar o motor.

Ao contrário dos modelos híbridos, que possuem um sistema capaz de funcionar tanto com combustível quanto com energia elétrica, os carros 100% eletrificados têm um motor que é impulsionado por meio de uma bateria  elétrica, que precisa ser recarregada.

Interior do BYD Dolphin, carro mais vendido na categoria 100% elétrico no Brasil.
Exemplo de onde fica a bateria elétrica de um carro, que alimenta o motor. (Reprodução/BYD)

Menos peças

Além de não gastar com gasolina ou etanol, outra vantagem para os potenciais compradores está na taxa de manutenção do modelo 100% elétrico. De acordo com Juliana de Castro, gerente de vendas da GW Líder, o menor número de peças que compõem o carro está entre  um dos motivos por diminuir os custos.

“São aproximadamente 50 partes móveis, contra 350 de um modelo convencional. Dessa forma, os custos chegam a ser 30% menores. O veículo elétrico não tem componentes como velas, correias, filtros de combustível e de óleo, engrenagens de câmbio, bielas e virabrequim, o que simplifica a revisão. A bateria é apenas inspecionada", conta a gerente.

Além da manutenção, veículos 100% elétricos são mais silenciosos, já que não possuem o motor à combustão com peças responsáveis pelo barulho característico. Os carros elétricos, na maioria das vezes, utilizam baterias de íon-lítio, que possuem uma vida útil longa, de 10 a 15 anos. No entanto, isso pode ser um impeditivo para comprar um carro elétrico, já que as trocas podem ser bem caras.

“O custo da substituição da bateria do veículo elétrico ainda é muito alto, podendo chegar a 50% do valor total do veículo. Porém, a sua garantia é de, em média, 10 anos de uso. Hoje, esse é um dos problemas dos veículos elétricos. Especialistas entendem que esse custo deve diminuir bastante com o aumento da venda de veículos elétricos do Brasil”, afirma Diego Receputi, presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa-ES).

Para aqueles que sempre levam em consideração os impactos de um carro para o meio ambiente, podem ficar tranquilos. Como não possuem um motor que funciona a partir da queima de combustíveis fósseis, os veículos 100% elétricos emitem pouca quantidade de gases poluentes, fora os modelos que funcionam à eletricidade solar.

E a autonomia?

carro 100% elétrico mais vendido no Brasil é da montadora chinesa, Build Your Dreams (BYD), o BYD Dolphin, que, por exemplo, possui uma autonomia de cerca de 291 km, o que daria quase a distância entre Vitória e Itaúnas em uma viagem de carro.

Renault Kwid E-Tech
Renault Kwid E-Tech, versão 100% elétrica do Renault Kwid. (Reprodução/ Renault)

Mas não só de benefícios são feitos os carros elétricos. Para começar, o preço dos veículos 100% elétricos ainda está alto em comparação a modelos semelhantes que possuem motor à combustão. O Renault Kwid, por exemplo, possui uma versão 100% elétrica, o Renault Kwid E-Tech, que custa a partir de R$ 139.990, enquanto uma das versões à combustão, o Renault Kwid Zen, custa a partir de R$ 72.640. Uma diferença de mais de 67 mil reais entre os modelos, mesmo com a recente redução do preço dos eletrificados.

“A diferença de valores entre um veículo a combustão e um elétrico ainda é muito grande. Além da questão de a bateria ser um problema tanto no carregamento, quanto no descarte, valor e autonomia. Porém, sinto que, com o aumento da frota circulante, os problemas de infraestrutura e valor de mercado do elétrico, tendem a melhorar consideravelmente”, conta o presidente do Sindirepa, Diego Receputi.

Por ser ainda um mercado relativamente novo, ainda há uma quantidade limitada de locais para recarga no Espírito Santo. Ao serem comparados aos postos de combustíveis fósseis, existe um número bem menor de unidades de carregamento para veículos 100% elétricos, o que afeta a autonomia dos carros.

Além disso, ainda não existe um plano ou regulamentação específica para o descarte correto ou reciclagem das baterias. O condutor é indicado a entregar a bateria direto aos importadores e/ou fabricantes.

Em nota, a EDP afirmou que possui postos de recarregamento pelo Espírito Santo. "A EDP possui, no Espírito Santo, 12 eletropostos instalados, totalizando 23 pontos de recarga atualmente. Os pontos de recarga para carros elétricos em operação estão localizados nos municípios de Cachoeiro do Itapemirim, Vitória, Guarapari, João Neiva, Linhares, Nova Venécia, São Mateus, Venda Nova do Imigrante e Viana."

A empresa diz ainda que esses postos utilizam energia 100% renovável, geradas nas usinas solares da EDP no Estado, "garantindo ao usuário do veículo elétrico uma experiência completa de descarbonização". Para utilizar a rede, é preciso instalar um aplicativo que indica a disponibilidade e localização dos carregadores, preços de recarga, entre outras informações.

Sobre o tempo de recarga, a EDP informa que "depende de diversas características dos carregadores e dos veículos, e da compatibilidade entre eles. Por exemplo, os carregadores podem ser rápidos ou lentos e cada veículo também tem especificidades e limites diferentes".

*Jessica Coutinho, é aluna da 26ª turma de residência em jornalismo da Rede Gazeta. Esse conteúdo foi supervisionado pela editora adjunta do Estúdio Gazeta, Karine Nobre.

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