A segunda geração do Peugeot 2008 chegou no último mês de agosto ao Brasil, como linha 2025. Na Europa, foi apresentada em 2019 e reestilizada em 2023 – quando recebeu o vistoso conjunto óptico com três “garras” verticais em leds que funcionam como luzes de circulação diurna (DRL).
Com a adoção da plataforma modular CMP, o novo 2008 deixou de ser produzido em Porto Real, no Rio de Janeiro, e passou a vir da fábrica de Palomar, na Argentina.
Agora idêntico ao 2008 europeu, desembarca no mercado brasileiro em três versões: Active, com preço de R$ 124.990, Allure, a R$ 149.990, e GT, a R$ 169.990. O 2008 sul-americano aposentou os motores 1.6 EC5 aspirado e THP turbo de origem Peugeot.
Agora todas a versões são equipadas com o mesmo motor 1.0 GSE, denominado pela Stellantis como T200 – um tricilíndrico turbo flex com 12 válvulas e injeção direta de combustível que já move variantes dos Fiat Strada, Pulse e Fastback, do Peugeot 208 e os novatos Citroën Basalt e C3 You.
O propulsor 1.0 de três cilindros do Peugeot 2008, o T200 de origem Fiat, segue a atual tendência de “downsizing”, na qual se procura obter mais força de conjuntos mais leves.
Traz turbocompressor com “wastegate” eletrônica, que se ajusta às demandas do acelerador de forma ativa, injeção direta de combustível, bloco 100% em alumínio e um controle mais flexível das válvulas de admissão.
Entrega 130 cavalos a 5.750 rotações por minuto abastecido com etanol (125 cavalos com gasolina) e torque de 20,4 kgfm a 1.750 rpm, com os dois tipos de combustível. Na linha 2008, o motor T200 trabalha sempre associado ao câmbio CVT de 7 marchas simuladas e oferece modos “Automático”, “Manual” e “Sport”.
Na “top” GT do 2008, não há uma motorização mais forte que justifique as duas letras – “GT” é uma sigla para o termo Gran Turismo, tradicionalmente aplicado para automóveis de alto desempenho. Como o “powertrain” é idêntico ao do resto da linha, os designers trataram de agregar adereços mais esportivos.
Na frente, além da assinatura luminosa com três garras verticais, chamam a atenção na GT a grade “bodycolor” de efeito 3D e o novo logotipo “Peugeot” em preto brilhante. Na lateral, destacam-se as rodas de liga leve diamantadas de 17 polegadas, a capota biton em preto, um badge “GT” próximo ao retrovisor e um grafismo dinâmico na coluna “C” (a de trás).
Na traseira, as lanternas em leds replicam as três garras, interligadas por uma faixa em preto brilhante, na qual está estampado o “lettering” “Peugeot”. E o teto solar panorâmico é de série na versão topo de linha.
Por dentro, o destaque da família 2008 é o Peugeot i-Cockpit, que acomoda o motorista com o máximo de comandos posicionados para garantir acesso facilitado a todas as funcionalidades do carro. As versões Active e Allure contam com painel digital 2D, mas para a GT, o sistema adiciona painel digital 3D e tecnologia holográfica.
No centro do painel está o sistema de entretenimento Peugeot i-Connect, com uma tela “touchscreen” de 10,3 polegadas de alta definição. O multimídia tem ainda seis alto falantes, sendo dois tweeters, quatro entradas USB e espelhamento sem fio para Apple CarPlay e Android Auto.
O interior é escurecido e esportivo, reforçado por detalhes cromados em alguns pontos, como nas maçanetas e nos frisos dos difusores de ar. O tablier traz uma faixa que imita a fibra de carbono e os bancos têm revestimento que simula couro com costuras.
Pedais esportivos, soleira com inscrição “Peugeot” em alumínio, tapetes com bordado “GT” e costura verde em detalhes internos e nos painéis de porta reforçam o aspecto de modelo de competição.
As três configurações do novo 2008 trazem de série freios com ABS com distribuição eletrônica de frenagem, programa eletrônico de estabilidade, acendimento automático das luzes de emergência após frenagem brusca, piloto automático e limitador de velocidade, Hill Assist, freio de mão com acionamento elétrico, quatro airbags (dois dianteiros e dois laterais) – na GT, são adicionados dois airbags de cortina.
A topo de linha acrescenta o Peugeot Driver Assist – o ADAS da Peugeot –, que reúne dispositivos de auxílio ao motorista, como alerta de ponto cego, alerta de colisão, frenagem de emergência automática, comutação de farol alto, reconhecimento automático de sinalização de velocidade, detector de fadiga e alerta e correção de permanência em faixa.
O 2008 GT está disponível somente nas cores perolizada Branco Nacré e as metálicas Preto Perla Nera e Cinza Selenium (a do modelo testado, exclusiva para a GT).
As opções branco e cinza encarecem o preço em R$ 2 mil. A recente renovação do 2008 parece ter sido bem recebida no mercado brasileiro.
De janeiro a julho deste ano, o SUV vendia uma média de 109 carros por mês. Em setembro, primeiro mês cheio de comercialização do novo modelo, foram 1.073 emplacamentos.
O destaque no habitáculo do 2008 GT é o Peugeot i-Cockpit, um equipamento surgido em 2010 no conceito SR-1 e que combina um volante achatado em seções opostas e de diâmetro reduzido com quadro de instrumentos elevado e visível por cima do volante.
A central multimídia com tela de 10,3 polegadas é levemente inclinada para o motorista, com espelhamentos sem fio para Apple CarPlay e Android Auto e de boa visualização. É fácil para o motorista encontrar uma boa posição de dirigir, pois o pequeno volante Sport Drive oferece regulagens de altura e de profundidade.
A posição de dirigir não é tão elevada quanto a dos outros SUVs. Na versão GT, o quadro de instrumentos é totalmente digital e utiliza a tecnologia 3D i-Cockpit, que projeta as informações em diferentes “camadas” em um belo efeito tridimensional. É possível personalizar e escolher quais informações priorizar.
Apesar do predomínio de plásticos rígidos, o 2008 GT tem um revestimento mais refinado que o do hatch 208. No console central, há um nicho de recarga indutiva de smartphone com tampa e ventilação e duas tomadas USB, uma convencional e outra do tipo C. O freio de estacionamento é elétrico, mas não tem auto hold.
O design dos bancos – com costuras brancas e verdes na GT – e a imitação de fibra de carbono no painel reforçam o aspecto esportivo. Botões “touch” abaixo das saídas de ar facilitam o acesso ao multimídia e aos comandos da climatização, porém, existe um botão físico de volume do som.
O teto solar panorâmico abre de forma elétrica, no entanto, a tela protetora ainda precisa ser fechada ou aberta manualmente. Falta uma saída do ar-condicionado dedicada aos passageiros do banco traseiro.
O Peugeot 2008 GT se mostra um utilitário esportivo compacto versátil, eficiente tanto no uso urbano quanto nos trajetos rodoviários e competitivo dentro da categoria, a mais disputada do mercado. Com seus 999 cm³, o motor turbo disponibiliza 125 cavalos na gasolina e 130 cavalos no etanol, ambos a 5.750 rpm.
Já o torque é de 20,4 kgfm a 1.750 rpm. É um conjunto que move sem aparentes dificuldades os 1.300 quilos do SUV. O modelo entrega bom torque em baixas rotações, com giro subindo rápido e o carro arrancando bem. O CVT traz boas respostas, com marchas simuladas altas com relação mais longa, para ajudar na economia de combustível.
Quem quer uma direção mais “na mão”, pode recorrer ao modo “Manual” para acionar as marchas simuladas, com as aletas atrás do volante. Ou até acionar o botão do modo “Sport”, por meio de um botão um tanto escondido no lado esquerdo do painel, que traz trocas mais rápidas e deixa a versão com visual esportivo do 2008 com um comportamento um pouco mais “GT”.
A Peugeot avisa que o modelo faz em 10,1 segundos o zero a 100 km/h e atinge 194 km/h de velocidade máxima. Segundo o Inmetro, o consumo fica em 12,3 km/l/8,6 km/l na cidade e 13,7 km/l/9,8 km/l na estrada, com gasolina e etanol, respectivamente.
Nas ruas, o 2008 GT destaca-se pela agilidade nas manobras para escapar do trânsito, enquanto nas rodovias, seu conjunto mecânico entrega força suficiente para proporcionar ultrapassagens seguras e confortáveis. Nas ultrapassagens, o motor “grita” um pouco, mas a resposta não tarda.
Em curvas de alta velocidade, o 2008 GT mantém a compostura. O acerto de suspensão, bem equilibrado entre conforto e firmeza, não reclama em pisos mais acidentados. O som característico de um tricilíndrico turbo aparece sutilmente na cabine. A altura em relação ao solo de 23 centímetros ajuda a passar tranquilamente em lombadas e eventuais irregularidades no piso.
A carroceria inclina pouco em curvas e a direção elétrica é direta. No quesito de assistentes ativos de condução (ADAS), o 2008 GT traz alerta de colisão dianteira com frenagem autônoma de emergência, que monitora o trânsito à frente e pode acionar os freios em caso de risco iminente de acidente.
Há também o alerta de ponto cego e o assistente de conservação na faixa, que atua no volante para corrigir a trajetória quando o veículo está prestes a sair da faixa de rolamento sem o uso da seta. Mas falta um controle de cruzeiro adaptativo (ACC), recurso desejável em modelos na faixa de preços de R$ 170 mil.
Motor: dianteiro, transversal, flex, 3 cilindros, 12 válvulas, 999 cm3, turbocompressor, duplo comando de válvulas com variador no escape e MultiAir na admissão e injeção direta
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