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Produção aumenta em maio com expectativa de novos carros populares no Brasil

Produção aumenta em maio com expectativa de novos carros populares no Brasil

O número de unidades produzidas cresceu 27% em maio, segundo Anfavea. Para a entidade, isso indica otimismo do público após anúncio do plano do governo para baratear carros zero km

Publicado em 6 de junho de 2023 às 18:05- Atualizado há um ano

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Carros mais baratos já podem ser encontrados nas concessionárias e fábricas a partir desta terça-feira, de acordo com Anfavea
Carros mais baratos já podem ser encontrados nas concessionárias e fábricas a partir desta terça-feira, de acordo com Anfavea. (Shutterstock)

Após anúncio do plano que vai trazer de volta os novos carros “populares”, a produção mensal de veículos no país cresceu 27,4% em maio na comparação com o mês anterior. Em números, subiu de 179 mil para 228 mil unidades produzidas, de acordo com levantamento da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgado nesta terça-feira (6), em coletiva de imprensa.

O mês passado foi marcado por um período de transição no mercado em função do retorno das atividades das fábricas automotivas paralisadas, pelos quatro dias úteis a mais em maio em comparação a abril e, principalmente, pela expectativa gerada pelo anúncio da Medida Provisória (MP), que cria faixas de descontos para veículos populares, que vão de R$ 2 mil até R$ 8 mil, publicada ontem no Diário Oficial da União.

Por outro lado, essa espera ocasionou um adiamento de compra de muitos consumidores desde a metade de maio. O resultado foi uma desaceleração do ritmo de vendas, mesmo após uma primeira quinzena positiva. As 176,5 mil unidades emplacadas no último mês representaram crescimento de 9,8% sobre abril e recuo de 5,6% sobre o mesmo mês do ano passado.

Para o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, esse é um movimento natural no mercado e que, futuramente, pode servir de incentivo para as fabricantes oferecerem um preço mais acessível nos carros novos. “É esperado que o consumidor dê um passo atrás e fique na expectativa do que será anunciado para que ele tenha acesso ao seu carro de forma mais competitiva”, observa.

Além disso, ele sinaliza que a alta na produção resultou em um consequente aumento no estoque para atender a demanda do público. “A expectativa é que, a partir de hoje, o mercado tenha um crescimento considerável pela corrida dos clientes às concessionárias e montadoras para efetivarem as compras com os descontos que foram anunciados”, destaca.

Comércio exterior

44,3 mil unidades foram exportadas em maio, com uma elevação de 30,4% sobre abril. No acumulado do ano, as exportações estão 4,2% abaixo de 2022, na contramão do desempenho acumulado de produção e vendas, que cresceram até maio 6,2% e 9,3%, respectivamente.

Volta do carro popular

O vice-presidente e ministro da Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou da coletiva e detalhou os planos de curto prazo para carros novos mais em conta, contemplados na MP 1.175, de estímulo ao ecossistema de leves para pessoas físicas e jurídicas de médio e grande porte (a partir do próximo dia 21) para veículos de até R$ 120 mil. 

Segundo Alckmin, os critérios para a contemplação dos créditos vão depender dos seguintes fatores:

  • Preço: ou seja, quanto mais barato o modelo for, maior será o desconto.
  • Eficiência energética: quanto mais sustentável o produto for, maior será o desconto.
  • Densidade industrial: quanto maior o volume de peças nacionais o carro tiver, maior será o desconto.

“Estamos muito otimistas com as respostas dos consumidores, com a preservação do emprego e com o fortalecimento da indústria automobilística, que representa 20% do setor de manufatura e emprega cerca de 1,2 milhão de pessoas", ressalta o presidente da Anfavea.

Pelas estimativas da entidade, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de um mês, bem antes dos quatro meses de prazo estipulado pela MP 1.175.

Para caminhões e ônibus, espera-se um prazo mais largo para o teto de R$ 1 bilhão, com venda atrelada à retirada das ruas e reciclagem de veículos pesados com mais de 20 anos de uso, para desconto de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, dependendo do produto.

O presidente da Anfavea também vislumbrou o cenário automotivo com otimismo. “Agora vai haver uma disputa natural para ver quem consegue vender mais neste momento. A partir de hoje, as montadoras começam a brigar pelos seus clientes e para efetivar as vendas no menor tempo possível”, finaliza.

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