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Produção de carros cresce, mas semicondutores ainda são incógnita

Produção de carros cresce, mas semicondutores ainda são incógnita

No oitavo mês consecutivo de crescimento de emplacamentos, país registra alta de 11,6% na produção do terceiro trimestre, podendo fechar o ano com média superior a 2021

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 11:01- Atualizado há 2 anos

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Produção de carros cresce, mas semicondutores ainda são incógnita
Setembro foi o quinto mês seguido em que o resultado de emplacamentos é superior à média diária de 2021. (Freepik)

O mês de setembro trouxe mais resultados positivos para a indústria automotiva, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em coletiva na última semana. Segundo a entidade, este é o oitavo mês consecutivo de crescimento no número de emplacamentos, que ultrapassou a média diária de vendas de 9,2 mil veículos.

Como comparação, no mesmo período do ano passado, a média por dia foi de 7,4 mil automóveis emplacados. Setembro também foi o quinto mês seguido em que o resultado de emplacamentos é superior à média diária de 2021, de 8,4 mil veículos. 

“Apesar de toda a dificuldade relacionada a insumos e redução da produção, conseguimos atingir um resultado satisfatório. Este terceiro trimestre teve o melhor desempenho de vendas, continuando a curva ascendente que começou no segundo trimestre por conta do aumento da produção”, esclarece o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.

Por outro lado, a situação de fornecimento de semicondutores parece longe de se normalizar e a entidade ainda vê isso como um problema que deve se arrastar ainda em 2023, mas na expectativa de que diminua até o segundo semestre.

A mesma posição foi reforçada pelo CEO da Stellantis, Carlos Tavares, em uma entrevista, alguns dias antes, ao jornal francês Le Parisien. O mercado mundial ainda calcula que a crise de fornecimento de semicondutores para a indústria automotiva, que vem causando problemas para o setor desde 2020, deva prevalecer durante todo o ano de 2023, podendo se normalizar somente em 2024.

FÁBRICAS NO BRASIL

Durante a coletiva da Anfavea, o presidente da entidade afirmou que estão sendo realizadas conversas com os governos do Japão e Tawain para formar parcerias de investimento para viabilização de fábricas de semicondutores no Brasil.

“O Brasil importa cerca de US$ 13 bilhões em semicondutores e o setor automotivo nacional representa de 10% a 12% desse mercado. Ficou decidido que o país terá uma fábrica de semicondutores como política de desenvolvimento industrial e em breve o governo federal deve publicar uma medida provisória com incentivos fiscais para facilitar a instalação dessas empresas no Brasil”, conta.

Segundo Leite, já existem locais com infraestrutura para receber esse tipo de indústria no país, que pode antecipar a instalação. “Os semicondutores ainda são a maior limitação da produção, que teve um bom crescimento em agosto e se manteve em setembro”, avalia.

Na soma dos meses de julho, agosto e setembro, a produção de veículos foi de 665 mil unidades, 11,6% a mais que no trimestre anterior. Com relação ao mês de agosto, foram produzidos 207,8 mil automóveis (12,7% menor em função dos feriados).

Já os emplacamentos recuaram 7% (totalizando 194 mil) e as exportações de 28,5 mil caíram 39%. As recentes restrições impostas pela Argentina, o esgotamento da cota de isenção para a Colômbia e problemas logísticos foram os principais motivos apontados pela entidade para essa queda. Porém, quando comparados a setembro de 2021, todos os índices mostram alta: 19,3% de alta na produção, 25,1% nas vendas e 19,3% nas exportações.

No acumulado do ano, houve aumento de 6,3% na produção e 31,2% nas exportações. Mas os emplacamentos tiveram um recuo de  4,7%. O segmento com recuperação mais consistente é o de ônibus, com alta acumulada no ano de 63,6% na produção, 8,8% nos licenciamentos e 39% nos embarques para outros países.

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