Mesmo com uma queda de 2,1% em junho, em comparação a maio, a perspectiva do setor automotivo para o segundo semestre é positiva, com um crescimento de 4,1% diante de 2021, com a produção de 2,34 milhões de unidades, segundo projeção realizada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e divulgada nesta sexta-feira (8), durante coletiva de imprensa.
Para vendas internas, espera-se chegar a 2,14 milhões de automóveis licenciados no país, um crescimento de 1%. Já a expectativa para exportação é de 460 mil unidades embarcadas até o fim do ano, alta de 22,2% na comparação com 2021.
Em junho, a produção chegou a 203,6 mil unidades, superando a marca de 200 mil pela segunda vez no ano. No acumulado, foram produzidos 1,09 milhão de veículos, queda de 5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. No segundo trimestre, houve crescimento de 20% em relação ao primeiro.
Um dos fatores apontados para esse cenário continua sendo a crise de abastecimento, principalmente de semicondutores, que ainda não se normalizou. Soma-se a isso a guerra na Ucrânia e os lockdowns causados pela nova onda de Covid-19, na China, que culminou com a paralisação de 60 dias do Porto de Xangai, um dos maiores e principais hubs de circulação de insumos e mercadorias do mundo.
Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a situação deve se prolongar ainda por mais uns seis meses, até que se normalize. Por outro lado, a entidade apontou um crescimento no estoque de veículos, nas concessionárias, causado pelo retorno da produção de modelos que estavam incompletos nos pátios das montadoras, após a chegada dos insumos para finalizar a sua produção.
“Apesar de apresentar esse crescimento, a quantidade de veículos nas concessionárias corresponde à média histórica dos últimos anos”, aponta.
O primeiro semestre de 2021 foi marcado, principalmente, pela continuidade da crise de semicondutores que começou a afetar a indústria automotiva no segundo semestre do ano passado. Segundo dados da Anfavea, foram 20 paradas de fábrica, resultando em 357 dias inativos (18 em média para cada fábrica) e 170 mil veículos perdidos, em média.
“Porém, em junho, já vimos que houve uma estabilidade, em comparação a maio. A média diária de vendas foi igual à do mês passado e superior a 2021, com sinais de crescimento. A previsão de recuperação será acentuada neste segundo semestre e com uma previsão de acontecer mês a mês”, avalia.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que as transações de automóveis e comerciais leves caíram 0,7%, somando um total de 843.703 unidades em junho. Os modelos com até três anos de fabricação corresponderam a 11,4% do total transacionado no mês. No acumulado do semestre, a participação desses veículos foi de 10,6%.
“Apesar da retração no mês, o volume foi próximo ao registrado em maio, que teve o melhor desempenho no ano até o momento. Vale destacar que o resultado nas vendas diárias foi positivo, em 4%, para automóveis e comerciais leves e, em 2,5% para o setor como um todo”, avalia o presidente da Fenabrave, Andreata Jr..
No Espírito Santo, o cenário não ficou muito diferente: foram vendidos 6.397 veículos de todos os segmentos, contra 6.947 unidades em maio de 2022, apresentando uma queda de -7,92%. Mas se comparados os emplacamentos de junho de 2022 com junho de 2021, a venda ficou 1,91% acima das 6.277 unidades comercializadas no ano anterior.
No acumulado de junho de 2022, foram emplacadas 33.174 unidades de todos os segmentos (automóveis, comerciais leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários), o que representa uma queda de -3,10% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 34.236 unidades.
Para o presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives), Riguel Chieppe, o resultado dos emplacamentos do mês de junho, no acumulado mostrou uma retração de -3,07%, demonstrando que o 1º semestre do ano ficou estável.
“Se mantivermos esta mesma média, até o final do ano, teremos um desempenho semelhante ao obtido no ano passado, até porque o 2º semestre costuma, historicamente, ser melhor do que o 1º semestre”, analisa.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta