A General Motors acaba de retomar a produção do Chevrolet Onix no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí, no Rio Grande do Sul. A fábrica, que havia sido impactada pela escassez global de componentes eletrônicos, principalmente semicondutores, voltará a operar em um turno.
A produção já havia sido interrompida em fevereiro, retomada em março e novamente paralisada em abril. A General Motors argumenta que o Onix foi especialmente penalizado por usar o dobro de semicondutores em comparação a seus rivais. Como resultado da queda de produção e do desabastecimento das concessionárias, o automóvel líder do mercado brasileiro de 2015 a 2020 despencou no ranking de vendas, terminou o mês de julho na sexta posição, com 42.900 unidades emplacadas no ano.
A média mensal de 6,1 mil unidades em 2021 (em julho, foram apenas 1.387 Onix vendidos) representa menos de um terço das 20,1 mil unidades mensais em 2019, antes que a pandemia do novo coronavírus liquidasse vidas e mercados pelo mundo afora. Nos primeiros sete meses de 2021, o Onix viu concorrentes ultrapassarem suas vendas, já foi superado pela picape Fiat Strada, pelo Hyundai HB20, pelo Fiat Argo (líder em julho), pelo Jeep Renegade e pelo Fiat Mobi.
Até o final de agosto, o Onix provavelmente será ultrapassado também pela picape Fiat Toro e pelo Jeep Compass. A expectativa é que a competitividade do antigo líder do mercado nacional seja gradualmente retomada com a volta da produção de toda gama na linha 2022, em todos os níveis de acabamentos. Como acontece desde o lançamento, a versão topo de linha Premier 2 Turbo – que não teve mudanças em relação ao modelo 2021 – continuará a protagonizar as campanhas publicitárias do hatch da Chevrolet.
O Onix usa a plataforma chinesa GEM, que estreou no Brasil em setembro de 2019 com o sedã Onix Plus. O hatch foi lançado dois meses depois. Com seus 4,16 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,47 metro de altura e 2,55 metros de distância de entre-eixos, a nova geração do Onix ficou 23 centímetros mais comprida, quatro centímetros mais larga, ganhou dois centímetros no entre-eixos e manteve a altura do modelo antigo – que continua a ser comercializado na configuração básica, com o nome de Joy.
A nova geração do hatch foi submetida ao teste de impacto pelo Latin NCAP e recebeu cinco estrelas na proteção para adultos e crianças. A anterior não recebeu nenhuma estrela em um teste feito em 2017.
Em termos de design, a frente ostenta uma grade ampla e um para-brisa bastante inclinado. Os faróis são afilados, e a configuração Premier incorpora projetores nos principais e nas luzes diurnas no para-choque, assim como a iluminação de leds nas lanternas. As carenagens dos retrovisores externos são na cor da carroceria e os repetidores de seta ficam nos para-lamas. Na traseira, as lanternas trapezoidais são protuberantes e há um aerofólio na parte superior da tampa do porta-malas. Devido às caixas de rodas maiores, o bagageiro diminuiu um pouco em relação ao antigo Onix – caiu de 289 para 275 litros de capacidade. As rodas são de liga leve de 16 polegadas na versão Premier 2 Turbo e “vestem” pneus 195/55 R16.
O motor 1.0 turbo flex com três cilindros e 12 válvulas do Onix Premier 2 Turbo é o mesmo que estreou na versão de topo do sedã Onix Plus. Conta com sistema multiponto com bicos injetores pré-aquecidos, mas não tem injeção direta de combustível, uma tendência entre os propulsores mais recentes. Entrega potência de 116 cavalos (com gasolina e etanol) a 5.500 rpm e torque máximo de 16,3 kgfm com gasolina e 16,8 kgfm com etanol, sempre a 2 mil rpm. Trabalha acoplado a uma transmissão automática de 6 velocidades com opção de troca manual de marchas na manopla. Para economizar combustível, o sistema start/stop desliga automaticamente o motor em paradas temporárias e religa assim que o motorista tira o pé do pedal do freio.
Na linha 2022, o Onix traz de série na versão Premier 2 Turbo o MyLink 3, com tela de LCD tátil de 8 polegadas, integração sem fio com smartphones por meio do Android Auto e do Apple CarPlay, rádio AM/FM, função áudio streaming, bluetooth para até dois celulares simultaneamente e entrada USB no console. A tela incorpora os comandos para o controlador de velocidade, o computador de bordo e exibe também as imagens da câmera de ré. Há carregador Wireless (sem fio) no console central e duas entradas USB para quem senta no banco traseiro.
O Wi-Fi 4G nativo viabiliza conexão com a internet a bordo – o pacote de dados básico parte de R$ 29,90. A lista de equipamentos de série inclui ar-condicionado digital automático, assistente de partida em aclive, seis airbags (duplo frontal, duplo lateral e duplo de cortina), computador de bordo, controle eletrônico de estabilidade e tração, controles do rádio e telefone no volante, direção elétrica progressiva, painel de instrumentos de 3,5 polegadas digital TFT, sensor de estacionamento (dianteiro, lateral e traseiro), sistemas de fixação de cadeiras para crianças (Isofix e Top Tether) e de monitoramento de pressão dos pneus, acendimento automático dos faróis por meio de sensor crepuscular, abertura das portas por sensor de aproximação da chave e partida por botão. Alerta de ponto cego e sistema de estacionamento automático também são de série na Premier 2 Turbo.
A versão “top” do hatch compacto da Chevrolet tem preço sugerido inicial de R$ 93.190, na cor metálica Preto Ouro Negro. A sólida Branco Summit acrescenta R$ 850 e as outras opções metálicas Prata Switchblade, Vermelho Carmim, Azul Seeker ou Cinza Satin Steel (a do modelo testado) somam R$ 1.600 à fatura. Os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima e São Paulo têm preços maiores decorrentes da tributação local. O acabamento interno, com bancos em tecido que simula couro, pode ser nas cores Preto Jet Black ou Caramelo Maple Sugar.
O volante do Onix tem um revestimento que simula couro e incorpora os comandos para o controlador de velocidade, o computador de bordo e o sistema multimídia. Oferece regulagem tanto de altura quanto de distância, o que facilita bastante a tarefa de achar uma posição confortável para se dirigir. Os bancos têm revestimento em um tecido de bom padrão e dão razoável suporte às costas, porém, os assentos são um tanto curtos. O console central com descansa-braço proporciona um conforto adicional. Quem anda no banco traseiro tem espaço decente para as pernas e para os ombros para dois adultos e uma criança, mas não conta com uma saída de ar-condicionado.
Nos revestimentos, predominam os plásticos duros. Simpáticas texturas em formas geométricas e alguns detalhes cromados (como nas maçanetas internas) tentam reforçar o requinte. Um aplique com textura e cor diferenciada destaca os volumes no centro do painel. A tela do multimídia de 8 polegadas oferece boa visibilidade, e o sistema espelha as funções do celular de forma eficiente. O sistema de assistência OnStar cumpre a função de reforçar o conforto e a segurança e o Wi-Fi nativo amplia a qualidade da conectividade a bordo
O motor 1.0 turbo Ecotec, com três cilindros e 12 válvulas, é silencioso e viabiliza retomadas de velocidade decentes – nada esportivo, no entanto, atende à proposta do modelo, que é circular com desembaraço tanto na cidade quanto na estrada. Quando o motorista pisa fundo no acelerador, a reação não é tão imediata por que a injeção não é direta. Contudo, o turbo logo “mostra serviço” e o hatch embala de forma resoluta. Disponibilizado já a partir dos 2 mil giros, o torque máximo de 16,3 kgfm dá ao motor a força necessária para reagir com agilidade.
O câmbio automático de 6 marchas é bem escalonado e não apresenta trancos. Não traz borboletas atrás do volante para as trocas de marchas manuais, mas elas podem ser feitas por meio de uma tecla que fica na lateral do pomo da alavanca de câmbio. Passando da posição “D” para a “L”, é possível tirar proveito do freio-motor na descida, poupando os freios. A direção com assistência elétrica é progressiva e bem balanceada. A suspensão tem um ajuste rígido e oferece estabilidade em curvas feitas em altas velocidades, embora a carroceria incline nas mais fechadas. Os freios contam com discos na frente e tambores atrás, com ABS e controle eletrônico de frenagem (EBD). Param o veículo com eficiência quando solicitados.
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