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Produção nacional de motocicletas deve crescer em 2022

Produção nacional de motocicletas deve crescer em 2022

Projeção feita pela Abraciclo para este ano é de que a produção de motocicletas atinja a marca de mais de 1,2 milhão de unidades

Publicado em 28 de janeiro de 2022 às 10:27

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As projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retomando os volumes de pré-pandemia. (Honda/Divulgação)

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) projeta que a produção de motocicletas deve atingir 1.290.000 unidades em 2022. O volume representaria crescimento de 7,9% na comparação com as 1.195.149 motocicletas fabricadas no Polo Industrial de Manaus (PIM) no ano passado. No varejo, a expectativa é de que sejam emplacadas 1.230.000 motocicletas, o que corresponderia a uma alta de 6,4% em relação a 2021 (1.156.074).

As exportações deverão totalizar 54 mil unidades, alta de 1% sobre o volume registrado no ano passado (53.476). As projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retomando os volumes de pré-pandemia. “Esperamos um cenário mais estável este ano para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa de 1,2 milhão de unidades”, comemora Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

A entidade acredita que o avanço dos serviços de entrega e o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos, devido ao aumento dos preços dos combustíveis e a disponibilidade de crédito, estão entre os fatores que fazem a demanda pelo modal continuar em alta. No entanto, a Abraciclo está atenta para algumas variáveis que podem impactar esse desempenho, como o aumento dos casos da variante Ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os empregados dos postos de trabalho e impactar a produção.

As instabilidades do cenário macroeconômico que influenciam desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, até a alta nas taxas de juros e do frete, por exemplo, também merecem atenção. “Acompanhamos outros movimentos do cenário político e econômico que podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”, pondera Fermanian.

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O avanço dos serviços de entrega e o maior uso da motocicleta por causa dos preços dos combustíveis estão entre os fatores que fazem a demanda continuar em alta. (Divulgação)

META A SER ATINGIDA

A indústria de motocicletas fechou 2021 com a produção de 1.195.149 unidades, alta 24,2% na comparação com o ano anterior (961.986). O volume ficou 2% abaixo da expectativa da associação, que era de fabricar 1.220.000 motocicletas. Para o presidente da Abraciclo, a meta poderia ser atingida, mas as fabricantes enfrentaram a segunda onda de coronavírus, que atingiu a cidade de Manaus no início de 2021 e fez com que deixassem de ser produzidas cerca de 100 mil motocicletas, e as restrições implantadas nas linhas de produção para evitar a disseminação da doença.

“O maior distanciamento entre os postos de trabalho, por exemplo, aumenta o tempo de fabricação. É importante ressaltar que todas as medidas estão mantidas, pois a prioridade é a saúde e segurança do trabalhador”, completa o presidente da Abraciclo. Os emplacamentos totalizaram 1.156.074 unidades, alta de 26,3% na comparação com 2020 (915.157).

“As limitações nas linhas de montagem fizeram com que, em 2021, tivéssemos dificuldade em atender à demanda crescente. Atualmente, a fila de espera é de cerca de 30 dias para modelos de baixa cilindrada e scooters. A tendência para os próximos meses é de normalização. Todas as associadas estão se esforçando para atender ao consumidor que espera, quer e precisa de uma motocicleta nova”, enfatiza Fermanian.

CRESCIMENTO DAS SCOOTERS

As scooters foi a categoria que registrou o maior crescimento anual. Foram licenciadas 107.285 unidades, volume 40,9% superior ao registrado em 2020 (76.129). O modelo mais vendido do segmento foi a Honda PCX, com 28.142 emplacamentos. “Apesar de ter 9,3% de participação no mercado, as scooters estão ganhando cada vez mais espaço nas ruas, graças a sua praticidade, versatilidade e baixo consumo de combustível.

A tendência é de que a procura cresça ainda mais”, analisa o presidente da Abraciclo. O segmento street continua predominando no mercado, com 48,8% dos emplacamentos. As street da família Honda CG 160 seguem liderando com esmagadora vantagem, na soma dos modelos Titan, Fan, Start e Cargo. Na sequência, vêm as trail (20,7%) e as motonetas (14,2%), ficando as scooters na quarta posição no ranking de vendas.

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Segundo Abraciclo, a tendência é um cenário de vendas mais estável este ano, atingindo patamares de 2015. (HondaCG160/Divulgação)

As motocicletas de baixa cilindrada (até 160), que são as mais utilizadas nos serviços de entrega, responderam por 80,7% do mercado, com 932.797 unidades emplacadas. A participação dos modelos de média cilindrada (de 161 a 449 cm3) no total de licenciamentos foi de 15,5% (179.481). Já as motocicletas de alta cilindrada (acima de 450 cm3) representaram 3,8% do mercado (43.796).

As exportações somaram 53.476 unidades, o que corresponde a um aumento de 58,4% em relação a 2020 (33.750). De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Argentina foi o principal mercado, com 16.119 unidades importadas e 28,7% do volume total embarques. Em segundo lugar, ficou a Colômbia (12.541 e 22,4%), seguida pelos Estados Unidos (11.642 e 20,8%)

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