O Jeep Renegade é um dos poucos SUVs compactos do mercado que realmente faz jus à categoria, já que ele foi projetado originalmente como um utilitário esportivo e não uma adaptação de um carro de passeio. Sua vocação para a terra já é vista logo pela sua aparência mais robusta e altura, que o diferenciam das outras versões do modelo. E a versão topo de linha, o Trailhawk a diesel, incrementa ainda mais esse posicionamento que transformou o Jeep Renegade no queridinho da marca.
O modelo, testado pela reportagem de Motor de A Gazeta, vem equipado com um motor 2.0l turbodiesel que entrega 170 cv a 3.750 rpm e um torque máximo de 35,7 kgfm a 1.750 rpm, deixando-o mais valente para se sair bem no asfalto, em ultrapassagens, e com potência para a condução em terrenos diversos, como barro, terra, pedras e até neve. O SUV possui um sistema de controle de tração que oferece até cinco modos de condução, de acordo com o terreno, que podem ser selecionados automaticamente ou de forma manual.
A versão é vendida com câmbio automático de nove marchas, com paddle shift no volante para mudanças manuais. A troca de marchas é suave e mesmo para um motor mais potente como o diesel, é bastante suave. Mesmo o barulho e a trepidação, que são característicos desse tipo de motor, não são muito sentidos ao se dirigir. Com direção elétrica progressiva, tanto na estrada quanto na trilha, ele é um carro leve de se conduzir e de fazer manobras, o que facilita em situações como uma baliza ou curvar em trilhas apertadas.
O botão de partida e a chave presencial são itens de série, complementados pelo freio eletrônico de estacionamento, uma comodidade a mais para o condutor. Com tração 4x4 automática - liberando ou travando as rodas de acordo com a situação -, o Trailhawk possui freio a disco nas quatro rodas, o que o torna mais seguro na hora de frear, principalmente se tratando de um carro mais pesado (são 1.674kg).
Por dentro, o Renegade Trailhawk é a versão mais equipada do modelo. Ele tem bancos de couro personalizados, com detalhes em costura e o nome Trailhawk de estampado em vermelho. O painel é emborrachado e com molduras. No painel de instrumentos, uma tela de 7 polegadas para acompanhar o computador de bordo.
O ar-condicionado é de duas zonas e pode ser acessado tanto na tela multimídia de 8 polegadas quanto no painel manual logo abaixo, onde está também o controle para definir os cinco modos de condução do veículo. O sistema de entretenimento tem conexão com Android Car Play e Apple Car e há conectores para cabo USB e cabo auxiliar.
O volante também tem o mesmo tipo de costura aparente e concentra uma série de comando à mão do motorista, além do sistema de multimídia. O Jeep Renegade Trailhawk tem retrovisor interno eletrocrômico, que ameniza a luz vindo de faróis pela traseira do carro para não atrapalhar o motorista e câmera de ré.
Por outro lado, pelo preço do modelo, R$ 165.990 (preço promocional no site oficial), deveria vir equipado também com retrovisor de rebatimento automático, ar-condicionado na parte traseira do carro e sensor de ponto cego e de estacionamento na dianteira, já que outros modelos com o mesmo valor ou até mais baratos, possuem algumas dessas facilidades como itens de série.
Outro ponto a se destacar é o espaço interno. Para quem vai na frente, há bastante espaço para as pernas. Atrás, tem uma boa altura, mas pode comprometer uma pessoa mais alta a esticar as pernas em viagens mais longas, caso os bancos da frente estejam muito para trás. De série também são os sete airbags: dois frontais, dois laterais e dois laterais tipo cortina e um nos joelhos do motorista.
E por falar em bancos, eles são rebatíveis, fáceis de manusear, dando um espaço a mais para o porta-malas, que é o menor da linha, com apenas 273 litros, ou seja, com uma capacidade bem menor do que alguns hatches compactos. Isso justifica-se para dar espaço para o estepe, um pneu de uso misto, exatamente igual ao que já está equipado no carro.
Por fora, além do design já conhecido do modelo, o Jeep Renegade Trailhawk tem alguns recursos visuais para destacar o modelo e dar um ar ainda mais aventureiro ao SUV. Sobre o capô, um adesivo preto, que é também a cor das barras que contornam o veículo, em plástico rígido. E os ganchos tanto na parte dianteira quanto traseira.
As luzes de condução diurnas, faróis principais e de neblina são todos em LED com um design bastante moderno. Atrás, há apenas uma lanterna de ré, e os faróis ostentam o design característico do modelo e uma alavanca para abrir o porta-malas com mais facilidade. Complementam ainda detalhes com o nome da versão nas laterais do carro e na traseira.
Como é uma versão para aguentar todo o tipo de terreno, o Renegade Trailhawk tem proteção para o tanque de combustível e a transmissão, na parte de baixo do veículo. Ele fica a 21,6 cm de altura do solo, conseguindo atravessar locais com água até uma profundidade de 48 cm.
No entanto, o modelo fica meio que incompleto sem alguns itens que deveriam também ser de série, tendo em vista que é um carro preparado para terrenos acidentados, como estribo lateral, a barra transversal de teto e parabarros para as rodas da frente e de trás. Juntamente com o teto solar, todos eles podem ser adquiridos como opcionais.
Em conclusão, o Jeep Renegade Trailhawk é um veículo valente, que se comporta bem no dia a dia: o consumo urbano é de 9,6 km/l e na estrada de 11,4 km/l, de acordo com a montadora. E também é um carro que se resolve muito bem em trilhas e terrenos mais difíceis, honrando o seu DNA Jeep. Por outro lado, o preço é um tanto salgado e é até mais caro que outros modelos maiores, inclusive o Jeep Compass Sport, versão de entrada do SUV médio, bicombustível, que parte de R$ 143.490.
No entanto, o Renegade tem a sua legião de fãs, que preferem muito mais um carro compacto, confortável e mais do que competente para utilizar no dia a dia, mas com valentia e capacidade para aguentar uma trilha num final de semana ou mesmo passar em áreas alagadas durante as chuvas. A escolha final é sempre analisar os prós e contras.
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