O EICMA 2021 – a maior feira de motos do mundo –, também conhecido como Salão de Milão, aconteceu na maior cidade do norte da Itália na última semana de novembro e marcou a retomada do setor de duas rodas, que teve os seus principais eventos cancelados por conta da pandemia do novo coronavírus.
Em 2020, o salão italiano havia sido cancelado em virtude da Covid-19. Em função de sua capacidade de apresentar novas possibilidades em termos de uso, tecnologia e design, o evento também é um grande balcão de negócios, que reúne empresários e aficionados de várias partes do mundo. Apesar da preocupação com o recente recrudescimento da pandemia – que deixou de fora marcas como a italiana Ducati, a alemã BMW, a austríaca KTM e a norte-americana Harley-Davidson –, o governo italiano, por meio de seus ministérios e autarquias, e a indústria local, capitaneada pela Cofindustria e Ancma, resolveram assumir os riscos e se desdobraram para reabrir as vitrines do futuro para novos produtos, tendências e oportunidade de negócios.
Em um dos maiores estandes do Salão de Motos de Milão, a Honda trouxe artilharia pesada em todos segmentos e estilos, das pequenas CUBs até a Gold Wing e seu motor de seis canecos de mais de 1.800 cc. Destaques para a scooter ADV 350 e a NT 1100, crossover que compartilha boa parte de sua mecânica com a bigtrail CRF 1100L Africa Twin. Compacta e focada no mototurismo, a nova moto marca o retorno da montadora nipônica ao segmento Sport-Touring.
A NT 1100 recebeu modificações no motor para se adequar a utilização estradeira e urbana, como mudanças no gerenciamento eletrônico e na configuração do comando de válvulas. Seu bicilíndrico em linha, de 1.984 cc, entrega 101 cavalos de potência e torque de 10,2 kgfm. Será vendida em duas versões de transmissão: convencional de 6 marchas ou o automatizado DCT. Já a ADV 350 parece a ADV 150, porém, “anabolizada”, mais sóbria e toda facetada como a “irmã” maior X-ADV 750. O motor da nova scooter aventureira da Honda tem 330 cc, que gera 29 cavalos de potência e três quilos de torque.
Nesta edição do EICMA, a marca dos três diapasões – campeã mundial na MotoGP – ampliou sua área de exposição para dar mais espaço para motos e, consequentemente, mais segurança aos aficionados. Era o único estande da feira a medir a temperatura dos visitantes que entravam no espaço.
A marca também trouxe para Milão muita diversidade de estilos: da hyper naked MT-10 SP até a Ténéré 700 Rally Edition, passando pelas neo-retrôs XRS 700. A moto que tem mais chance de chegar ao Brasil é a musculosa MT-10 SP, considerada a maior e mais potente naked da Yamaha. Derivado da superdesportiva YZF-R1, o motor tetracilíndrico em linha da nova MT-10 SP gera 165 cavalos de potência máxima e 11 kgfm de torque. Outro diferencial dessa radical naked é o conjunto de suspensões eletrônicas semiativas, da grife Öhlins. Seria injusto deixar de destacar a R1 GYTR VR46 Tribute, uma belíssima homenagem da Yamaha ao piloto italiano Valentino Rossi, o maior campeão em duas rodas de todos os tempos, que acabou de se aposentar.
A montadora nipônica fez apresentações simultâneas na Itália e no Brasil, caso específico das Z900 Special Edition e da Z650 RS. As motos estrearam mundialmente no EICMA e já foram vistas pelo público brasileiro durante o Festival 2021, que aconteceu em novembro no Autódromo de Interlagos. Atualmente, o mercado das clássicas modernas está crescendo em todo o mundo. A “Kawa” sentiu isso com a boa repercussão da Z900 RS/Cafe.
Com design arrebatador e boa dose de eletrônica embarcada, a “cafezinha verde” deve atrair muitos motociclistas no Brasil e ao redor do planeta. O modelo RS resgata o design atemporal que lembra a clássica Z1 do início da década de 70, porém, equipada com a tecnologia mais recente da Kawasaki. O motor é um dois cilindros em linha, 649 cc, que gera 68 cavalos de potência, com transmissão de 6 velocidades. Em termos de segurança, a retrô conta com sistema de freios ABS de dois canais. A marca apresentou também em Milão as novas versões das Sport-Tourings Ninja H2 SX e Ninja H2 SX SE.
No estande da centenária Suzuki, alguns modelos chamam a atenção dos “tiffosi” de plantão. Entre elas, a GSX-S1000 e a GSX-S10000 GT – da linha Sport-Touring –, que evoluíram em termos de potência, equipamentos e pacote eletrônico. Isso sem falar no design adotado pela Suzuki que a cada dia está mais refinado. Destaque para a radical naked Katana e para a lendária Hayabusa.
No belo estande da marca inglesa, três modelos chamavam a atenção dos visitantes: a Speed Triple 1200 RR, com carenagem retrô, a Tiger Sport 660 e o protótipo da Tiger 1200, que passa pelos últimos acertos. De estilo e comportamento esportivo, a Speed Triple 1200 RR promete aliar design arrebatador e alta performance.
A super naked inglesa está equipada com um motor de três cilindros, 1.160 cc, que desenvolve 180 cavalos de potência e oferece mais de 12 quilos de torque. Para o piloto usufruir de toda essa cavalaria, a marca equipou a RR com “quickshift” bidirecional e um completo pacote eletrônico: modos de pilotagem, controle de tração, suspensão semiativa e ABS em curva. O painel de TFT colorido oferece múltiplas funções e ajustes feitos diretamente na tela. A Tiger Sport 660, que apresenta o mesmo motor de três cilindros de 81 cavalos da Trident 660, já no Brasil, é uma moto para quem quer conforto e simplicidade na “tocada”. Já a Tiger 1200, a nova bigtrail de Hinckley, chegará completamente repaginada, com carenagem com desenhos mais agressivos e corpo mais compacto.
Recentemente, a marca anglo-indiana lançou no mercado mundial a Meteor 350. Totalmente novo, o modelo de entrada da marca é sucesso de vendas em vários mercados, inclusive no Brasil. Em seu estande no EICMA, a Royal Enfield apresentou também a Classic 350, que utiliza a mesma base mecânica e ciclística da sua “irmã” Meteor, porém, com todas suas características tradicionais de desenho.
A nova Classic 350 deve chegar ao Brasil no primeiro semestre de 2022. Em Milão, a Royal apresentou ainda a SG650 Concept que servirá de base para a nova Super Meteor 650. O conceito-chave de transição é transmitido por toda a motocicleta, desde a escolha dos acabamentos estéticos até os materiais utilizados. Do conjunto óptico em alumínio polido fluindo ao gráfico digital futurista no tanque.
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