Quando o Civic deixou de ser fabricado no país, em dezembro do ano passado, deixou várias “viúvas”. Afinal, o sedã médio conquistou fãs no país desde o início de sua importação, em 1992, e principalmente depois que passou a ser produzido na fábrica paulista de Sumaré, em 1997. Dividiu por décadas com o Toyota Corolla o protagonismo do segmento de sedãs e chegou a superar as vendas do arquirrival em algumas ocasiões. Enquanto a Honda não cumpre a previsão de reinserir o Civic em suas concessionárias brasileiras, agora como modelo importado – o que deve acontecer até 2023 –, a tarefa de atender aos admiradores dos sedãs da marca fica para o City. Para dar conta, a nova geração do sedã compacto fabricado na cidade paulista de Itirapina chegou às concessionárias brasileiras em janeiro deste ano. O modelo ficou maior, evoluiu em ergonomia e na estrutura. O motor 1.5 flex ganhou alterações no cabeçote e passou a ter injeção direta de combustível. E a versão Touring, a topo de linha, ganhou o sistema de assistência ao motorista denominado Honda Sensing.
Para não decepcionar visualmente os saudosistas do médio Civic, o novo City cresceu em comprimento (9,4 centímetros) e largura (5,3 centímetros). Também ficou mais baixo imperceptíveis oito milímetros, mas a distância entre-eixos de 2,60 metros foi mantida. Com seus atuais 4,55 metros de comprimento, 1,47 metro de altura e 1,75 metro de largura, o City sedã é 29 centímetros mais longo que o Hyundai HB20S, 19 centímetros em relação ao Fiat Cronos, oito centímetros ante o Chevrolet Onix Plus e 12 centímetros mais curto que o sedã médio Chevrolet Cruze. Ou seja, o modelo da Honda é maior que os rivais compactos e efetivamente assume uma posição intermediária entre os três volumes compactos e os médios.
A estética frontal da nova geração do City é marcada por uma ampla faixa cromada, com ares de “sorriso metálico”, que atravessa o carro de fora a fora, sublinhando a tampa do capô. Os faróis e lanternas têm tecnologia de leds – na versão Touring, são em full-led, com luzes indicadoras de direção, fachos baixo e alto, DRL e auxiliares de neblina em leds. As rodas são de liga leve com aro de 16 polegadas em todas as variantes, com acabamento frontal diamantado e pintura na cor preta. Como também ocorre na versão hatch do City, os retrovisores externos são posicionados na porta e não na coluna frontal, para aumentar o campo de visão. A área envidraçada é ampla e as colunas das portas têm apliques em preto. O porta-malas tem capacidade de 519 litros, superando os 485 litros da geração anterior do sedã.
No interior, os bancos frontais têm um Sistema de Estabilização Corporal, para melhorar o suporte do corpo e reduzir a sensação de cansaço. O Magic Seat oferece quatro modos de utilização para acomodar objetos de diferentes dimensões. As versões EXL e Touring trazem botão de partida do motor, sistema de travamento e abertura por aproximação pela chave (Smart Entry), ar-condicionado digital e automático, espelhos com rebatimento automático, central multimídia “touchscreen” de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, câmera de ré com multivisão, sensores de estacionamento traseiros, bancos revestidos em couro e painel digital de TFT de 7 polegadas multiconfigurável.
Com cabeçote, bloco e cárter de alumínio, o motor do Honda City sedã Touring é um quatro cilindros 1.5 16V DI DOHC i-VTEC Flex aspirado que conta com sistema de injeção direta de combustível para permitir maior taxa de compressão e otimização da combustão, gerando mais eficiência. O motor funciona em conjunto com a transmissão CVT com modos “Sport” e “Econ” e aletas no volante para acionamento manual das marchas simuladas. A potência é de 126 cavalos a 6.200 rpm e o torque é de 15,8 kgfm a 4.600 giros.
Novidade na versão Touring, o sistema de tecnologias de assistência ao motorista Sensing agrega controle de velocidade adaptativo, sistema de frenagem automática para identificar veículos e pedestres à frente, assistente de permanência na faixa com ajuste na direção, sistema de detecção de saída de pista com interferência na direção e farol alto automático que muda para o facho baixo para não ofuscar motorista de carro em sentido contrário. A versão de topo do sedã da Honda traz ainda o assistente de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sistema de luzes de emergência, airbags frontais, laterais e do tipo cortina, estrutura de deformação progressiva ACE, sistema Isofix para fixação de assentos infantis, alerta de baixa pressão dos pneus, câmera de ré multivisão e o LaneWatch, assistente para redução de ponto cego que, quando a seta para a direita é acionada, coloca na tela do multimídia as imagens de uma câmera localizada na carenagem do espelho do lado do passageiro. O preço do City sedã Touring parte de R$ 126.990, porém, o valor pode variar de acordo com as tributações estaduais (em São Paulo, é de R$ 130.990).
Na geração anterior do City, sobretudo na cabine, ficava evidente que se tratava de um sedã de acesso da Honda. Já no interior do City sedã Touring da atual geração, o padrão de acabamento e de materiais fica acima da média em relação aos sedãs compactos nacionais, com detalhes que reforçam a sofisticação. A posição de dirigir é fácil de se encontrar, com coluna de direção com regulagem de altura e profundidade. O volante multifuncional revestido em couro tem boa pegada e permite operar o multimídia e os sistemas semiautônomos. O painel de estilo esportivo oferece visualização correta das informações e os bancos dão bom apoio ao corpo. Há espaço suficiente para pernas e cabeças na frente e atrás. A forração dos bancos em material sintético de cor clara ajuda a sofisticar o ambiente.
A central multimídia de 8 polegadas com espelhamento de smartphones com processadores Android ou iOS sem necessidade de fios. Um destaque interno do City, presente também na configuração hatch, é o Magic Seat, o sistema de modularidade “herdado” do Fit. Com seus modos de utilização “Utility”, “Long”, “Tall” e “Refresh”, ajuda a viabilizar a acomodação de objetos de dimensões complicadas de se levar em compactos. Contudo, em contraste com a utilização inteligente dos espaços do ambiente interno do sedã, uma grande alavanca de freio de estacionamento marca uma dispensável presença entre os bancos frontais – inusitadamente, o City não oferece freio eletrônico de estacionamento, nem na versão Touring. Em uma versão topo de linha, um porta-luvas com iluminação cairia bem, mas não está presente.
No City sedã Touring, o motor 1.5 de quatro cilindros aspirado conta com injeção direta de combustível e dois comandos de válvulas no cabeçote – um para as oito válvulas de escape e outro para as oito de admissão. Ele entrega 126 cavalos a 6.200 rpm, abastecido com gasolina ou etanol, e 15,8 kgfm a 4.600 rpm de torque com etanol (15,5 kgfm com gasolina no mesmo giro). O câmbio tipo CVT com “paddles shifts” foi recalibrado e traz uma simulação de 7 marchas. Ao colocar a alavanca do câmbio na posição “D” e acelerar, o sedã arranca forte e desenvolve velocidade rapidamente.
Em uma utilização mais pacata, especialmente no modo “Econ” – que suaviza as respostas do acelerador e da caixa de câmbio para priorizar a redução do consumo –, o sedã da Honda oferece passeios suaves e silenciosos. Com o uso de “paddles shifts” para acionamento manual das 7 marchas simuladas no volante e o acionamento do modo “Sport”, a personalidade do sedã muda e a performance torna-se bem mais empolgante. Com o Step-Shift, ao dar um “kick-down” (pisar com força o acelerador até o fundo), a central de gerenciamento eletrônico do CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, para acentuar a sensação de esportividade. Em situações de descida, quando o motorista precisar pisar no freio para conter o ganho de velocidade por conta da inclinação, o EDDB (Early Down-shift During Braking ou frenagem precoce nas decidas) faz o CVT assumir automaticamente uma relação que resulta em maior aplicação de freio-motor, para aumentar a segurança sem afetar o consumo nem sobrecarregar os freios.
A suspensão do City sedã absorve bem os impactos e proporciona conforto. Nas manobras de estacionamento, a câmera de ré e os vários sensores facilitam a vida. Na estrada, quando o giro do motor sobe – em ultrapassagem ou em subida íngreme –, o “powertrain” fica rumoroso, o que é uma característica comum nos modelos com câmbio CVT. Mas o carro não perde velocidade e as retomadas ocorrem com segurança. A direção elétrica é firme nas curvas em alta e suave nas manobras de estacionamento. Os sistemas de auxílio ao motorista do sedã compacto “top” da Honda são impressionantes e entregam uma direção mais segura. Pelo Inmetro, o City Touring 2022 faz 9,2 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada quando abastecido com etanol e 10,5 km/l no ciclo urbano e 15,3 km/l nas rodovias com gasolina. Números que renderam uma classificação A no Programa Brasileiro de Etiquetagem
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