Com uma visão bastante otimista para o segmento de modelos eletrificados (que inclui carros elétricos a bateria ou híbridos), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentou o fechamento consolidado de 2023 nas vendas e produção de veículos. Ao todo, foram comercializados 93,9 mil veículos eletrificados (19,3 mil elétricos e 74,6 mil híbridos) no ano passado.
Esse número, segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, chega a corresponder a quase 4% do total de veículos emplacados no Brasil. “O que é surpreendente, pois vai na direção da realidade dos EUA, que tem um número bem próximo desse de veículos emplacados, sendo que o Brasil começou o seu processo de eletrificação mais tarde”, diz.
Atualmente, segundo levantamento divulgado pelo site Automotive News, em julho, os carros eletrificados ocupavam um percentual de 7,2% do mercado de automóveis nos EUA. No Brasil, de acordo com os dados da Anfavea, a participação dos eletrificados no total de emplacamentos do ano passado é de 4,3% (sendo 0,9% de carros elétricos e 3,4% de híbridos).
A projeção para 2024 é de que as vendas cresçam cerca de 51% em relação ao ano passado, chegando a 124 mil veículos eletrificados vendidos, o que corresponde a 6,2% dos emplacamentos deste ano (1,1% elétricos e 5,1% híbridos). No entanto, o presidente da entidade diz que pelo comportamento do último mês do ano e da chegada de novas empresas ao mercado nacional, essa projeção pode ser superada.
“A expectativa é que em 2024 o número de vendas de carros eletrificados seja maior do que as 142 mil unidades de projeção. Temos outros players chegando ao Brasil, podendo, inclusive, mudar completamente o cenário e aumentar o número de eletrificados no país”, analisa.
Um dos pontos de otimismo com o novo mercado pode estar ligado ao Programa Mobilidade Verde (Mover), lançado pelo governo federal no dia 30 de dezembro do ano passado para impulsionar a indústria automotiva por meio de incentivos fiscais de até R$ 19 bilhões em seus cinco anos de duração. Segundo o presidente da Anfavea, o projeto, que ainda precisa ser analisado pelo Congresso, “vai motivar a indústria automotiva pelo menos para os próximos cinco anos”.
Com a sustentabilidade como um dos pontos principais, a descarbonização estará no centro, assim como pesquisa e desenvolvimento. O que irá colocar holofotes nos modelos eletrificados e que utilizam biodiesel.
“Esse programa estabelece um novo marco para a indústria automotiva e o desenvolvimento do país. É uma medida inteligente, bem feita, com coragem e no momento certo”, afirma Leite.
As vendas do mercado interno tiveram bons resultados, principalmente no segmento de veículos leves, que finalizou 2023 com o emplacamento de 2,18 milhões de unidades, alta de 11,2%. Acrescentando caminhões e ônibus, os emplacamentos de veículos chegaram a 2.309.000 de unidades, 9,7% a mais que no ano anterior.
A produção de automóveis e comerciais leves foi de 2.204.000 unidades, crescendo 1,3% em relação a 2022, e só não foi maior por conta do encolhimento de 16% das exportações e do aumento de 29% das importações.
Já a produção de caminhões e ônibus caiu 37,5%, em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023. Na somatória de leves e pesados, a produção totalizou 2.325.000 automóveis, volume que representou leve recuo de 1,9% em 2023.
Com relação às projeções para 2024 divulgadas em dezembro do ano passado, a Anfavea manteve a expectativa, variando levemente os números: 6,1% de crescimento nos emplacamentos (expectativa de 2,45 milhões de unidades), para 6,2% na produção (2,47 milhões de unidades) e para 0,7% nas exportações (407 mil unidades).
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