As fabricantes de automóveis estão cada vez mais se esforçando para desenvolver melhor os sistemas de assistência ao condutor, como o grupo de recursos conhecido como ADAS, sigla de advanced driver-assistance system ou sistema avançado de assistência ao motorista, em livre tradução.
O problema é que muitos condutores ainda não sabem direito como lidar com esses itens; muito menos entendem como a manutenção desses recursos funciona. Por isso, conversamos com especialistas do mercado automotivo para entender o que você precisa ficar de olho quando adquirir um carro com esse tipo de tecnologia.
O ADAS é um pacote de recursos tecnológicos do veículo que proporciona uma condução assistida e semiautomática por meio de softwares e sensores que fornecem informações para os computadores a bordo, que alertam o condutor que é preciso fazer manobras de segurança ou, em situações mais graves, intervir na direção.
Ele desempenha diversas funções, como frear o veículo, alertar sobre mudanças de faixa, corrigir a trajetória quando saira da faixa, regular a velocidade do veículo e detectar a presença de obstáculos nos pontos cegos. Tudo para proteger a integridade do motorista e do automóvel.
Entretanto, para que esse sistema funcione corretamente, sem nenhuma falha, é preciso que todas as partes estejam funcionando em harmonia.
O gerente da Oficina Cerrado, com selo Oficina Amiga da Mulher, em Goiás, Renê Laboissiere, explica que há um tipo específico de manutenção para o pacote ADAS, visto que, como os sensores estão localizados no para-brisa e nos radares frontais – próximo ao para-choque dianteiro do veículo, esses radares precisam estar devidamente calibrados. "Quando há troca ou remoção de algum desses itens, é necessário recalibrar o ADAS. Isso porque o radar e a câmera ficam alocados nestas áreas”, destaca.
Ainda de acordo com o profissional, o condutor só recebe informações precisas do que está acontecendo ao redor e o carro freia automaticamente nos momentos necessários quando o sensor e o radar estão 100% calibrados.
Diferentemente de outros itens do carro, que precisam de revisões frequentes, os sensores e os radares, no geral, só precisam de vistoria técnica quando a área que os circundam é movida por algum motivo ou quando há algum impacto ou colisão frontal. “A durabilidade vai depender da integridade física dessas regiões do veículo”, afirma Renê.
Em resumo, as situações mais comuns que exigem uma recalibragem do ADAS são: troca do para-brisas, troca do para-choque, acidentes e instalação de blindagem e de implementos, como guinchos, reboques e carrocerias. Ou seja, sempre que acontecem circunstâncias que afetam o alinhamento do carro, é preciso calibrar os sensores dos sistemas de ADAS.
Porém, isso não significa que o motorista não tenha que ficar de olho em caso de defeitos.
O consultor de vendas da Orvel, concessionária da Volkswagen no Espírito Santo, Ricardo Colodetti, observa que os sistemas ADAS requerem muita precisão. "O motorista precisa ficar atento aos sinais do veículo para identificar quando o pacote precisa receber manutenção. Geralmente aparecem sinais como mensagens no painel informando que algum sistema está obstruído ou inativo, código de erro no sistema ou luzes no painel”, alerta.
"É preciso também ter atenção também para manter as superfícies de medição limpas em ambos os radares, nas lentes dianteiras e de perímetro e nas câmeras traseiras para as quais a calibração dos sistemas deve ser realizada, com um pré-ajuste correto do sensor", observa.
A calibração desse sistema só pode ser realizada por profissionais especializados. Procure, preferencialmente, as lojas autorizadas da marca do seu carro e que possuem os equipamentos necessários. Além disso, analise se o lugar está limpo e com boa visibilidade.
O para-brisa e os para-choques precisam ser alinhados. A calibração pode ser feita em um lugar 100% plano ou de forma dinâmica, fazendo um percurso com o carro em uma rua. O profissional vai indicar a melhor forma de fazer isso.
Depois desse exame, um scanner deve gerar um laudo para comprovar que o procedimento foi feito corretamente. O condutor precisa fazer questão de ter esse documento em formato digital em mãos e salvo em um lugar seguro, especialmente em caso de eventuais falhas no funcionamento do ADAS após a saída da oficina.
Para realizar todas essas etapas, o profissional precisa estar capacitado para o procedimento que exige o cumprimento de uma série de normas técnicas e de segurança, mesmo que seja uma tecnologia relativamente nova.
“E o consumidor também precisa fazer uma pesquisa prévia sobre a reputação da oficina no mercado e o funcionamento do próprio automóvel”, finaliza René.
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