O ano passado foi bom para as montadoras de veículos. Já 2025 pode não ser tão bom assim, segundo um relatório publicado pela Genial Investimentos ontem. O volume de vendas de automóveis no quarto trimestre do ano passado foi o maior dos últimos trimestres desde 2020 - 1,95 milhão de unidades foram vendidas, um avanço de 13,2% em relação a 2023. A gestora analisa que, apesar do alto patamar dos juros no país, a concessão de crédito dos bancos e instituições financeiras sustentou a demanda por veículos.
No entanto, o câmbio desvalorizado e a alta da taxa básica de juros podem complicar as vendas em 2025. As projeções para a Selic ao final do ano já chegam a 15% - a da Genial é de 14,25% - e quanto mais altos os juros, mais caro é o crédito. Assim, menos pessoas podem estar dispostas a entrar em um financiamento de veículos, o que deve comprometer o gás que o setor viu no ano anterior.
O dólar caro frente ao real também não ajuda: boa parte das peças dos carros é importada e paga em moedas fortes, como a divisa americana e a europeia. A casa de investimentos espera que as montadoras aumentem os preços dos veículos novos ao longo do ano, para adequar-se ao preço de produção. Por outro lado, os carros novos mais caros podem ajudar a reduzir os preços dos seminovos e usados.
As marcas chinesas conquistaram sua fatia no mercado brasileiro e não querem abrir mão dela. A expectativa da Genial é que elas continuem acirrando a concorrência no setor. Ainda que o governo brasileiro tenha imposto taxas de importação de veículos elétricos, a demanda por eles se manteve forte.
BYD e GWM começam a produzir no Brasil neste ano, a primeira em Camaçari (BA) e a segunda em Iracemápolis (SP). A casa prevê que seis outras chinesas devem desembarcar aqui nos próximos meses: Leapmotor, GAC, MG Motor, Geely, Polestar e Wulling.
Com informações da FolhaPress.
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