A Stellantis, que produz os carros das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, anunciou hoje o maior investimento já feito por uma montadora no Brasil. Até 2030, o grupo vai investir R$ 30 bilhões para lançar 40 produtos, entre novos modelos e renovação do portfólio atual, incluindo os primeiros carros híbridos da empresa produzidos no país.
Apesar de ainda não ter revelado o quanto vai investir exatamente em cada fábrica, a montadora assegura que o plano é exclusivo do Brasil, onde a Stellantis produz em Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE). Na Argentina, onde a montadora tem duas fábricas que produzem atualmente o sedã Cronos, da Fiat, e o hatch 208, da Peugeot, estão previstos outros R$ 2 bilhões.
Em 2024, a Stellantis encerra um ciclo, iniciado em 2018, de R$ 16,2 bilhões. O novo pacote, que começa no ano que vem, prevê quatro novas plataformas - isto é, bases de produção de diferentes modelos.
Isso vai permitir a produção de automóveis tanto híbridos, que combinam um motor elétrico com outro a combustão interna, movido a etanol ou gasolina, quanto veículos puramente elétricos, com baterias, a principio, importadas. O lançamento do primeiro Bio-Hybrid, que une a eletrificação a um motor flex, está previsto já para o segundo semestre de 2024.
Vale destacar que as novas tecnologias devem fortalecer ainda mais a engenharia brasileira e da região, além da indústria nacional. Isso porque, a bio-hybrid é suportada por três powertrains híbridos que serão gradualmente produzidos e introduzidos no mercado. Essas novas tecnologias incluem a bio-hybrid; bio-hybrid e-DCT com transmissões eletrificadas de dupla embreagem; bio-hybrid plug-on; e BEV (100% elétrico).
Inclusive, a produção dos primeiros veículos equipados com a tecnologia bio-hybrid é flexível e pode ser integrada a diversos modelos fabricados pela Stellantis, sendo compatível com todas as linhas de produção da empresa no Brasil.
Os investimentos vêm na esteira do programa federal de apoio à indústria automotiva, o Mover, que liberou R$ 19,3 bilhões, até 2028, para as montadoras lançarem carros mais seguros e menos poluentes. Também seguem a prorrogação, por mais sete anos, dos incentivos regionais à produção de veículos. Os estímulos, que acabariam em 2025, mas foram renovados na reforma tributária, beneficiam a fábrica do grupo em Pernambuco.
O anúncio foi feito pelo CEO global da Stellantis, Carlos Tavares, ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião no Palácio do Planalto, e classificou o programa como "extremamente inteligente".
Tavares ainda considerou que a América Latina se tornou uma região estável, e destacou que o Brasil é hoje um país que faz esforços para estabilizar a economia, algo fundamental para a definição de novos investimentos.
Com o anúncio desta quarta-feira da Stellantis, o governo já conta mais de R$ 95 bilhões em investimentos de montadoras, incluindo planos já anunciados ou ampliados por fabricantes como Volkswagen, General Motors (GM) e Hyundai.
"Este anúncio solidifica nossa confiança e comprometimento com o futuro da indústria automotiva sul-americana e é uma resposta ao ambiente de negócios favorável que encontramos aqui", pontua o CEO.
Entretanto, parte desses recursos vem de ciclos iniciados até três anos atrás. Se considerados apenas os investimentos a serem feitos de 2025 a 2030, há uma avaliação interna de que o plano anunciado nesta quarta equivale à soma de todos os recursos que serão desembolsados pela concorrência.
Publicamente, Tavares comentou apenas, durante a entrevista a jornalistas, que a montadora não trava uma corrida de investimento com concorrentes. "O que mais importa é que esses investimentos sejam eficientes e que o dinheiro seja bem utilizado", finalizou.
*Com informações da Agência Estado.
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