Com o aumento de 23,5% das passagens aéreas neste Carnaval, conforme dados mais recentes do Índice de Preços do Consumidor (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), muitas pessoas estão optando por viajar de carro. Na semana do início do feriadão, que começa nesta sexta-feira (17) e vai até quarta-feira de cinzas (22), os brasileiros estão ajustando os últimos detalhes para o período. Com isso, aumenta a preocupação dos órgãos competentes de trânsito e dos condutores que vão pegar a estrada.
A gerente de Educação de Trânsito e Estatística do Detran-ES, Sheila Silverol, avalia que o excesso de velocidade é o principal motivo pelo qual as pessoas sofrem acidentes. “Embora sejam leis simples de serem cumpridas, as pessoas exageram na sensação de segurança atrás do volante e esquecem do cuidado também com a família que está viajando no carro. Por isso, a gente gosta de lembrar sempre: quem ama, cuida”, destaca.
Além disso, ela frisa que a falta de planejamento das pessoas na hora de viajar e a pressa de sair de casa aumenta a probabilidade de acontecer incidentes e até acidentes fatais. “No trânsito, escolha sempre a vida. Você vai sair correndo de casa ou vai se programar?”, adverte.
O especialista em automóveis e sócio da AutoInsp, Tiago de Bortoli, concorda: “Estas dicas seguem um aspecto muito mais importante do que simplesmente seguir as regras do Código de Trânsito Brasileiro. Também não estamos falando de prejuízos financeiros, e sim de cuidados com a vida. Todos esses cuidados são extremamente relevantes, pois qualquer deslize tem um preço, que pode ser pago com a própria vida ou a de outra pessoa”, analisa.
A prudência é sempre a chave. É imprescindível que todos obedeçam à legislação de trânsito para que a integridade de todos sejam preservadas. Ee nenhuma quantidade de álcool durante a direção é aceitável.
E tudo isso não é responsabilidade apenas do condutor. “A gente sempre gosta de reforçar também a importância de todos os passageiros demonstrarem apoio ao motorista, conversando e perguntando se ele está bem durante o trajeto. Sabemos que o cansaço é a causa de diversas distrações no trânsito”, pontua ainda Sheila.
Normalmente a manutenção preventiva de veículos precisa ser feita a cada seis meses ou a cada 10 mil quilômetros rodados. Para viagens mais longas, o recomendável é levar o carro ao seu mecânico de confiança para avaliar o óleo e verificar o alinhamento e balanceamento. E, ainda assim, o motorista deve ficar atento a possíveis sinais de problemas, mesmo que o carro não rode com tanta frequência.
O condutor e os passageiros que pretendem revezar o volante precisam conferir se a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) está regular e dentro da validade, além do licenciamento do veículo devidamente pago. No aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT) é possível ter a CNH e o CRLV no smartphone ou tablet, facilitando o porte dos documentos. De acordo com o órgão, o condutor que for flagrado dirigindo sem portar a habilitação será multado em R$ 88,38 e perderá três pontos na carteira. Se estiver com a CNH vencida há mais de 30 dias, o valor da multa é de R$ 293,47 e o condutor perderá sete pontos. Nas duas situações, o veículo será retido até a apresentação de condutor habilitado. Já no caso de o veículo não estar devidamente licenciado, a multa é de R$ 293,47, com a perda de sete pontos na carteira e ele poderá ser removido para um pátio.
Na noite anterior à viagem, é preciso que todos, em especial o motorista, tenham uma boa noite de sono. Dessa forma, o clima do carro fica mais leve e, se o condutor ficar cansado ou irritado, os passageiros podem incentivá-lo a fazer paradas durante o caminho ou revezar o volante.
Bebês de até um ano de idade ou até 13kg devem ser transportados no banco de trás do veículo no bebê conforto ou conversível, instalado de costas para o banco dianteiro. Crianças de até quatro anos ou entre nove a 18kg devem ficar na cadeirinha com o cinto próprio no banco traseiro. Crianças de até sete anos e meio ou com até 1,45m de altura e peso de 15kg a 36kg devem utilizar um assento de elevação com o cinto de segurança no banco de trás. Crianças de até 10 anos ou com altura superior a 1,45m devem utilizar apenas o cinto de segurança de três pontos no banco de trás.
O transporte de animais também é regulamentado pelo Código de Trânsito. Caso eles sejam levados de forma incorreta, além dos riscos de acidentes, o motorista está sujeito a multa. Os cães e gatos devem estar presos pelo peitoral e com guia adaptada ou, ainda, caixas específicas de transporte individuais para fixação ao veículo.
Ainda que seja obrigatório, é comum encontrar pessoas andando no carro sem cinto de segurança, principalmente aqueles que vão nos bancos traseiros. Outro erro comum é colocar o cinto sobre o pescoço, utilizar presilhas ou grampos para afrouxar o cinto, passar a faixa do tórax pelas costas e colocar a subabdominal na barriga ao invés de no quadril. A forma correta de usar é regular a altura do banco, utilizar a faixa transversal do cinto sobre o ombro, atravessar o tórax, para que, em caso de acidente, o seu corpo não seja projetado por cima do cinto, escapando da proteção. Priorize segurança acima do conforto.
Nada de deixar as malas soltas no banco. O único compartimento ideal é o porta-malas. Caso o espaço não seja suficiente para acomodar os pertences, a solução, muitas vezes, é organizar o restante das malas no banco traseiro. Por segurança, o melhor é deixá-lo preso no assento, mas, de toda forma, o motorista estará cometendo uma infração e estará sujeito a multas. Considere tudo o que está levando e reflita se é necessário ter tanta bagagem.
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